Nesta sexta-feira (30), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou a taxa de desemprego do país. Surpreendendo as expectativas, a taxa chegou a 14,6% no trimestre encerrado em maio de 2021.
Esse valor é o maior apresentado desde 2017, somando 14,8 milhões de pessoas desocupadas. Nem no início da pandemia, o desemprego alcançou níveis tão altos. Em maio de 2020, a porcentagem foi de 12,9%.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) iniciada em 2012. De acordo com o Instituto Geográfico, os dados só não foram maiores devido aos trabalhos por contra própria, que cresceram bastante nesse período.
1,3 milhão de carteiras assinadas a menos
Comparando esse trimestre com o mesmo período do ano passado, o trabalho com carteira assinada no setor privado caiu em 4,2%, o equivalente a 1,3 milhão de trabalhadores a menos.
Em contrapartida, os empregados no setor privado sem carteira assinada aumentaram em 6,4%. Isso é igual a 586 mil pessoas a mais trabalhando desta maneira.
Em suma, de acordo com o IBGE, dentre os empregadores, aqueles que possuem CNPJ registraram o menor nível da série. Além disso, as categorias de trabalhadores domésticos e de empregados no setor público ficaram estáveis nas duas bases de comparação (trimestral e anual).
Legalização de trabalhos por aplicativo
O governo informou que tem como pauta para discussão a regulamentação de trabalhos por aplicativo.
O secretário executivo do Ministério do Trabalho e Previdência, Bruno Bianco, recentemente participou de um evento sobre o tema, promovido pelo Conselho de Relações do Trabalho (Cert) da Fecomércio-SP.
De acordo com Bianco, é importante assegurar a formalização dessas pessoas, mas sem impor um empecilho legal que possa “amarrar” à atividade das plataformas, inviabilizando o trabalho.
O trabalho por aplicativo se tornou uma espécie de solução rápida para o desemprego durante a pandemia. Dessa forma, algumas empresas do setor se mobilizaram para defender a regulamentação da profissão.
Em suma, o objetivo é ter um seguro sobre os direitos desses trabalhadores, como aposentadoria, além de ganhos mínimos, sem tirar deles a flexibilidade e a autonomia do modelo de trabalho.
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