🌎 CENÁRIO EXTERNO
Powell devolve otimismo aos mercados
Powell devolve otimismo aos mercados
Ativos de risco globais estão amanhecendo sem tendência bem definida, após mais uma sessão de recuperação generalizada das bolsas nesta 3ªfeira. Ontem, o depoimento de Jerome Powell frente ao Congresso americano se deu em tom mais ameno no que diz respeito ao futuro da política monetária nos EUA, afastando o receio com um aperto antecipado das condições financeiras na maior economia do mundo. Segundo Powell, o banco central americano irá sustentar uma postura paciente no que diz respeito à retirada dos estímulos econômicos e que a inflação; apesar de ter superado expectativas até então, deve se provar transitória com o tempo. Desta forma, a expectativa por um ambiente de juros baixos por mais tempo, junto de sinais de um crescimento econômico robusto; mantém o quadro geral construtivo para a renda variável, e índices acionários retornam para perto das máximas históricas – no caso da Nasdaq; a bolsa de tecnologia registrou um novo recorde na última sessão.
Economia europeia
A leitura preliminar do Índice de Gerentes de Compras (Flash PMI, em inglês) de junho na zona do euro voltou a apontar para uma melhora generalizada da economia continental, refletindo os efeitos da aceleração no processo de vacinação. Segundo a pesquisa elaborada pelo IHS Markit, que serve como um termômetro mensal para a atividade do bloco, a maior reabertura do comércio levou ao maior ritmo de crescimento verificado na região nos últimos 15 anos: o índice composto, que leva em consideração tanto a indústria quanto o setor de serviços, avançou de 57,1 em maio para 59,2 em junho (lembrando que uma leitura acima de 50,0 indica expansão da atividade e, abaixo, contração). Quebrando pelos setores, a indústria segue liderando a retomada da economia (62,4 ante 62,2 em maio) e o setor de serviços foi o que apresentou o maior salto no ritmo de crescimento (58,0 ante 55,2 em maio) – naturalmente reagindo à retirada das restrições de distanciamento social em maior escala.
Mais agenda
Assim como na zona do euro, o IHS Markit divulga o Flash PMI de junho para a economia americana, às 10h45, pouco mais de uma hora após o mercado receber o resultado das transações correntes do país (9h30) no 1º trimestre do ano. Fechando a manhã, saem as vendas de novas moradias em maio (est.: 875 mil) e os estoques de petróleo bruto do departamento de energia dos EUA na semana passada. No pano de fundo, mais diretores do Fed tem falas previstas ao longo do dia: Michelle Bowman (10h), Raphael Bostic (12h) e Eric Rosengren (17h30).
CENÁRIO BRASIL
Arthur Lira fala de “período educativo de racionamento” como consequência da crise hídrica
Período educativo
Após conversa com o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), garantiu que a crise hídrica não resultará em um apagão, mas revelou que o brasileiro terá de passar por “período educativo de racionamento”. O presidente da Casa Baixa logo sentiu a necessidade de se retratar nas mídias sócias para conter o pessimismo causado pela sua declaração anterior. De acordo com a correção feita por Lira; o governo pretende editar uma medida provisória que incentivará o “uso eficiente da energia pelos consumidores de maneira voluntária”.
Privatização pode reduzir tarifas
Segundo a Folha de São Paulo; o governo estuda antecipar o uso de recursos que resultarão da privatização da Eletrobras para amortizar o aumento nas bandeiras tarifarias da conta de luz. O aumento deve se tornar necessário no ano que vem como consequência da necessidade de acionar as termelétricas. Os R$ 30 bilhões só devem entrar no caixa da Tesouros daqui a 3 anos; mas o ministro Bento Albuquerque já sonda a possiblidade de que esses créditos sejam antecipados. Segundo o ministro, o valor poderia reduzir as tarifas em 1,1%.
CSLL dos bancos
O Senado aprovou a medida provisória que aumentou temporariamente a alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) de instituições financeiras em 5 p.p. durante o 2º semestre de 2021. Para os bancos, a alíquota subiu de 20% para 25%. Para as demais empresas do setor (cooperativas, seguros, corretoras, capitalização, câmbio etc.) a alíquota foi aumentada de 10% para 15%. Uma emenda aprovada pelo Senado poupou bancos de desenvolvimento e agências de fomento controladas pelos estados do aumento tributário. As alíquotas antigas serão reinstituídas para o setor em janeiro de 2022.
Vacinas caras
O Ministério Público Federal (MPF) identificou indícios de crime na compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin realizada pelo Ministério da Saúde. Segundo a procuradora da República Luciana Loureiro, responsável pelo inquérito cível que precedeu a investigação criminal o “histórico de irregularidades que pesa sobre os sócios da empresa PRECISA e ao preço elevado pago pelas doses contratadas, em comparação com as demais, torna a situação carecedora de apuração aprofundada”. A empresa Precisa serviu como intermediária durante compra das doses das vacinas que custaram R$ 80,7; preço 4 vezes maior do que o que foi pago pelas doses do imunizante da Oxford-AstraZeneca.
Na agenda
Em dia de agenda econômica praticamente vazia, o destaque fica com a divulgação do fluxo cambial semanal pelo BC, às 14h30.
E os mercados hoje?
Mercados globais iniciam o dia sem direção única, com bolsas em tom de acomodação após dois dias de forte recuperação. Ontem, a fala de Powell, que sinalizou não ter pressa no processo de retirada de estímulos monetários, deu novo gás aos índices acionários e levou a Nasdaq a testar uma nova máxima histórica. No Brasil, o destaque ficou com o dólar, que voltou a opera abaixo dos R$ 5,00 refletindo uma sinalização agressiva do Copom junto de uma maior tranquilidade passada pelo Federal Reserve. No pano de fundo, o mercado avalia a aprovação do aumento da CSLL dos bancos no Senado e o receio com racionamento de energia impulsionado por falas de Arthur Lira, o presidente da Câmara dos Deputados. Desta forma, de olho no balanço geral dos mercados pela manhã, esperamos uma abertura de viés neutro/positivo para ativos brasileiros; que apesar de um exterior ameno podem registrar recuperação com a alta das commodities.