O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) realiza reunião de política monetária nos dias 18 e 19 de junho. É o principal evento econômico da semana dos dias 16 a 21 de junho.

Os investidores estarão atentos se haverá mais um corte de 25 pontos-base ou fim do atual ciclo de cortes na taxa Selic. As justificativas no comunicado, divulgado após a decisão, também geram grande expectativa.

“A curva de juros precifica a manutenção da atual taxa Selic em 10,5% ao ano, o que deve ser seguida pelo Copom”, avalia Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.com.

“A decisão deve ser unânime, para evitar desgastes com uma imagem de um Copom dividido como ocorreu na última reunião”, prossegue Manzoni. “No comunicado, o Copom deve apontar um balanço de risco assimétrico, com risco maior para uma alta da inflação”, continua o analista.

O anúncio da decisão do Copom será na quarta-feira (19) às 18h, após o fechamento do mercado. No mesmo dia, às 22h30, será conhecida a taxa básica de juros na economia chinesa, que está atualmente em 3,45% ao ano. No dia seguinte será a vez do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), que deve manter a taxa básica de juros em 5,25% no Reino Unido.

Outro indicador brasileiro relevante a ser anunciado na semana é a Receita Tributária Federal de maio, na próxima sexta-feira (21). A pauta fiscal é a principal que movimenta o mercado financeiro brasileiro, que está sob o sentimento de aversão a risco, na contramão do exterior, devido às incertezas se o governo atual vai cumprir as regras do novo arcabouço fiscal aprovado no ano passado.

Após o esgotamento das proposições de aumento de arrecadação apresentadas pelo Ministério da Fazenda, simbolicamente representado pela devolução pelo Congresso da Medida Provisória que propunha mudanças no PIS/Cofins para compensar as perdas fiscais com a medida da desoneração da folha de pagamentos, a expectativa é de anúncio de medidas de corte de gastos.

“O ministro Haddad e a ministra [Simone] Tebet [do Planejamento] prometeram um pacote de medidas para conter o gasto, o que seria uma sinalização de comprometimento do governo com o arcabouço fiscal e o início de medidas de corte de despesas públicas, algo que até agora o governo preferiu não abordar sob o receio de perda de popularidade”, explica Manzoni. “Há risco de as medidas serem insuficientes, com o governo temendo alimentar o discurso da oposição, mas correndo o risco de a confiança dos investidores não melhorar.”, pondera o analista.

Nos EUA, a agenda será fraca. As atenções estarão voltadas para terça-feira (18), com a divulgação dos dados de atividades. Serão conhecidos os números de maio de vendas no varejo e da produção industrial na maior economia do mundo.

 

(br.investing.com e investing.com)

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