INTERNACIONAL: Bolsas têm viés de alta e dólar recua antes do Fomc

Ações europeias e S&P futuro têm leve alta, enquanto o índice dólar recua, antes da decisão do Fed, com o mercado antecipando um comunicado dovish. Ouro paira perto de US$ 2.000 a onça após rali. Ações caíram no Japão, onde a Fitch reduziu sua perspectiva sobre a dívida do país e os lucros da Canon decepcionaram. Os investidores ficarão de olho nos balanços esperados nesta semana de algumas das maiores empresas do mundo para obter pistas sobre se o ressurgimento de casos de Covid-19 permitirá uma recuperação na economia global. Minério de ferro avança enquanto Rio Tinto diz que a demanda chinesa está “muito, muito forte”, mas a dos outros países é fraca; em Londres, cobre recua e níquel sobe. Petróleo tem alta modesta e sustenta os US$ 41 com foco nos estoques americanos.

ECONOMIA/PODER: Equipe econômica pretende avançar no Congresso com reformas estruturais

Após enviar a primeira parte de sua proposta de reforma tributária, a equipe econômica pretende avançar no Congresso com reformas estruturais para tentar melhorar o ambiente de negócios no pós-pandemia. A lista inclui projetos que desde antes da crise provocada pelo coronavírus já estavam entre as prioridades acertadas com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como a nova lei que pretende baixar o preço do gás em 40% e o texto que altera a Lei das Falências para dar maior agilidade aos processos de recuperação judicial no país. Segundo o diagnóstico da equipe econômica, o formato atual da recuperação judicial não funciona no Brasil. (Estadão)

Um ano depois de lançado pelo governo, o plano Novo Mercado de Gás deve ser votado pela Câmara nos próximos dias e pode destravar investimentos da ordem de R$ 43 bilhões, segundo os cálculos do governo. Apesar do avanço de algumas medidas no âmbito federal, o prometido “choque de energia barata”, do ministro da Economia Paulo Guedes, ficou longe do objetivo de baixar o preço do gás natural em 40%, pois ainda sofre resistências nos estados e distribuidoras locais. O governo pretende garantir acesso de empresas privadas à infraestrutura de escoamento e transporte de gás natural, usado como combustível no transporte e nas usinas termelétricas e na indústria de fertilizantes. (Estadão)

O Palácio do Planalto tem uma agenda extensa de pautas que são prioridades do governo no segundo semestre. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com líderes de partidos do Congresso. Na segunda-feira, o ministro Luiz Eduardo Ramos, articulador do Planalto, se reuniu com líderes e vice-líderes do governo no Legislativo. Na Câmara, além da reforma tributária, que é vista como emergencial para muitas bancadas, são cinco as pautas prioritárias do Planalto: Lei do Gás, reforma da Lei de Recuperação Judicial e Falências, projeto de lei de modernização cambial, educação domiciliar e posse e porte de arma de fogo. (Correio)

O fechamento de vagas formais no mercado de trabalho brasileiro, que disparou após o início da pandemia do novo coronavírus, desacelerou em junho. No mês passado, o saldo ficou negativo em aproximadamente onze mil postos, uma melhora significativa em relação aos meses anteriores. Ainda assim, o total de empregos com carteira assinada perdidos no país desde o início da pandemia, em março, supera 1,5 milhão. O resultado é o pior da série histórica do governo, iniciada em 1992. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram apresentados ontem pelo Ministério da Economia. (Folha)

Na tentativa de trazer investimentos estrangeiros, o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, destacou ontem que serão realizados cem leilões somente em sua pasta até 2022. A intenção é atrair investidores estrangeiros com oportunidades bem estruturadas e com sustentabilidade ambiental. “Temos o maior programa de concessão do mundo e trará uma avalanche de dinheiro privado na economia. Estou falando em revolução em termos de infraestrutura. Tenho certeza de que o investidor vai entrar porque o Brasil que tem histórico de respeito ao contrato”, disse. O ministro falou em seminário internacional on-line da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). (Valor)

EMPRESAS: Telefonica Brasil, Tim e Claro fazem proposta de R$ 16,5 bi para a unidade celular da Oi

CIELO (CIEL3): Cielo teve prejuízo líquido de R$ 75,2 milhões no segundo trimestre deste ano; revertendo o lucro líquido de R$ 428,5 milhões identificado em igual período do ano passado. No primeiro trimestre, a empresa teve lucro de R$ 166,8 milhões. É a primeira vez que a Cielo entrega um prejuízo trimestral em sua história. A geração de caixa medida pelo Ebitda da Cielo somou R$ 236 milhões no segundo trimestre, declínio de 69,7% sobre o resultado de igual período de 2019. Em relação aos primeiros três meses de 2020, foi verificada redução de 58,9%. A receita operacional líquida, por sua vez, registrou R$ 2,450 bilhões entre abril e junho, queda de 12,5% ante igual período do ano passado. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, foi observada retração de 13,5%. A Cielo capturou R$ 128 bilhões em suas maquininhas no segundo trimestre, valor 22,2% menor que o registrado em igual trimestre de 2019. Em relação aos três meses anteriores, foi vista retração de 19,9%. A companhia registrou 1,237 bilhão de transações entre abril e junho, decréscimo de 25% na comparação com o trimestre anterior e de 29% ante igual trimestre do ano passado. O volume financeiro com cartões de crédito somou R$ 70,8 bilhões no segundo trimestre, 20,1% menor em um ano. A modalidade débito, por sua vez, alcançou R$ 57,2 bilhões, aumento de 8,5%, na mesma base de comparação.

SIDERÚRGICA NACIONAL (CSNA3): Com um trimestre refletindo os efeitos da pandemia do covid-19, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) reportou um lucro líquido de R$ 445,9 milhões no segundo trimestre do ano, queda de 76,4% ante o observado no mesmo intervalo do ano passado. O resultado, contudo, reverte prejuízo de R$ 1,312 bilhão visto nos três primeiros meses do ano. Apesar do resultado no segundo trimestre e os efeitos na operação, a CSN informou em suas notas explicativas que não espera impactos significativos em seu negócio. No segundo trimestre, a CSN viu sua venda de aço cair 14% na relação anual, para 1,003 milhão de toneladas. Em relação aos três meses anteriores, o recuo foi de 12%. Ao contrário do primeiro trimestre, o período de abril a junho foi integralmente afetado pela pandemia do covid-19, que colocou o País em distanciamento social. A geração de caixa medida pelo Ebitda foi de R$ 1,925 bilhão de abril a junho, recuo de 19% no comparativo anual e aumento de 45% em relação ao visto de janeiro a março. A receita líquida, por sua vez, chegou em R$ 6,221 bilhões no período analisado; retração de 10% em relação ao mesmo período do ano passado e aumento de 17% ante o trimestre imediatamente anterior. A rentabilidade medida pela margem Ebitda foi de 29,7%, ante 33,5% no segundo trimestre de 2019 e de 24,1% nos três primeiros meses de 2020.

MINERVA (BEEF3): A Minerva Foods informou hoje que registrou um lucro líquido de R$ 253,4 milhões no segundo trimestre deste ano, revertendo um prejuízo de R$ 113,3 milhões de igual período de 2019. O Ebitda da Minerva no segundo trimestre do ano alcançou R$ 590,2 milhões, alta de 62,2% sobre os R$ 363,9 milhões de igual intervalo do ano anterior. De acordo com a empresa, esse foi o maior Ebitda já registrado em um segundo trimestre. A margem Ebitda foi de 13,4%, ante 9% no segundo trimestre do ano passado. Segundo a empresa, a receita líquida entre abril e junho somou R$ 4,399 bilhões, uma alta de 9,3% sobre os R$ 4,024 bilhões de igual intervalo em 2019. No segundo trimestre do ano, a receita bruta atingiu R$ 4,625 bilhões, alta de 8,3% ante igual intervalo de 2019. A divisão Brasil foi responsável por 45% dessa receita, e Athena Foods, por 45% do total. O restante (10%) se refere aos negócios de trading da Minerva. A dívida líquida foi de R$ 5,414 bilhões, contra R$ 5,4 bilhões no primeiro trimestre. O índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou em 2,6 vezes, o menor patamar dos últimos 12 anos, segundo a companhia. Em igual trimestre de 2019, era de 3,8 vezes um ano antes. O fluxo de caixa livre no trimestre, após despesas financeiras, capex e capital de giro, totalizou R$ 376,5 milhões.

PETROBRAS (PETR4): A Petrobras deve reportar amanhã um novo balanço vermelho, relativo ao segundo trimestre, depois de registrar prejuízo recorde de R$ 48,5 bilhões nos primeiros três meses de 2020. A expectativa é que os resultados reflitam uma combinação de efeitos da deterioração do mercado global de petróleo, que viveu entre abril e maio seu momento mais crítico. A perspectiva entre analistas, contudo, é que o pior já passou. Ainda assim, é improvável que a estatal recupere o prejuízo do primeiro semestre e volte a pagar dividendos referentes a 2020. Segundo a média de projeções de três bancos de investimentos consultados pelo Valor (Credit Suisse, Itau BBA e UBS), a Petrobras dever registrar no segundo trimestre queda de 32%, para R$ 18,9 bilhões, no Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), na comparação com igual período do ano passado. O prejuízo estimado varia de R$ 8,5 bilhões (Itau BBA) a R$ 23 bilhões (Credit Suisse), revertendo o lucro de R$ 18,9 bilhões apurado no segundo trimestre de 2019. O balanço da empresa deve refletir uma combinação de impactos negativos da pandemia da covid-19, como o declínio acentuado dos preços do petróleo e uma queda da produção em relação ao trimestre anterior, frente a uma contração sem precedentes da demanda. A expectativa, no entanto, é que o resultado não seja novamente poluído por baixas contábeis causadas pela perda no valor de ativos e investimentos (impairments). Em meio ao choque de preços, a Petrobras contabilizou, no balanço do primeiro trimestre, baixa de R$ 65,3 bilhões.

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