Na atualidade, é evidente que as habilidades mais valorizadas no mundo corporativo e nas relações interpessoais não são necessariamente ensinadas nas escolas. Isso nos leva a refletir sobre como, por vezes, crescemos sem desenvolver plenamente habilidades básicas, essenciais para uma convivência harmoniosa em sociedade e menos ainda, de enfrentar situações desafiadoras que exigem a capacidade de compreensão sobre nossas próprias motivações.
Cada vez mais, a inteligência emocional é destacada como um elemento fundamental para pais, educadores, profissionais, líderes e indivíduos em geral. No entanto, vale a pena questionar onde exatamente adquirimos essa habilidade vital. Embora as famílias possam estabelecer algumas bases, muitas vezes ainda não é suficiente. Além disso, as escolas frequentemente deixam de incluir inteligência emocional em sua grade curricular, o que gera críticas ao sistema educacional.
As avaliações escolares convencionais, que priorizam o conhecimento técnico durante os testes, não refletem verdadeiramente a capacidade de aprendizado de um aluno. Preparar os jovens para lidarem com o estresse, a pressão e as crises internas e externas é crucial, especialmente diante da crescente demanda por essa habilidade no ambiente corporativo.
Outra lacuna identificada é a falta de valorização aos erros. Ao invés de encararmos os erros como oportunidades de aprendizado, eles frequentemente são criticados e associados à falta de esforço ou capacidade. Isso desencoraja o indivíduo a buscar constantemente soluções e inovações. O impacto disso é desastroso, pois profissionais, líderes, empreendedores com falta dessas características, perdem cada vez mais espaço no ambiente corporativo.
No entanto, gradualmente, temos observado maior atenção a este tema nas instituições de ensino, em debates sociais, trazendo a relevância necessária para o auto desenvolvimento por meio de métodos terapêuticos, de mentorias, entre outras ferramenta valiosas para o crescimento pessoal.
Em um mundo que dá ênfase ao externo, é crucial voltar nosso olhar para dentro. Compreender nossas dores e alegrias, motivações e inseguranças, sem comparações constantes, são formas de nutrir a saúde mental que nos permitirá cultivar equilíbrio, empatia e clareza emocional.
Ao considerar as habilidades comportamentais essenciais para o sucesso profissional, é vital ponderarmos sobre como estamos preparando as próximas gerações. Devemos questionar se estamos realmente equipando os jovens a enfrentarem desafios, gerenciarem frustrações, crises e, acima de tudo, aprenderem que erros são etapas necessárias e naturais para qualquer crescimento.
A educação, seja em casa ou na escola, deve priorizar o desenvolvimento de habilidades emocionais e comportamentais, a fim de criar indivíduos mais equilibrados e adaptáveis as mudanças diárias. A responsabilidade de nutrir o equilíbrio emocional que desejamos nos outros recai sobre todos nós, independentemente de nossos papéis na sociedade.
Referência: Goleman, D. (1995). Inteligência Emocional: A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Objetiva.
Nota: Em 8 de agosto de 2023, durante a 25ª Sessão Extraordinária, o Projeto e sua emenda apresentada na Reunião Conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, Educação e Cultura, e Finanças, Orçamento e Planejamento foram aprovados. Emenda: Conteúdo que inclui a Inteligência Emocional na grade curricular da Educação Básica das redes de ensino público e privado.
Autoras: Emanuelle Lemos, Advogada tributarista, Executiva, Sócia da Tax Group, Membro do W-CFO, Co-founder da HopeTech, Mentora, Mãe do Lucca. Isabel Amaral, Master of Business Administration e Master of Global Project Management pela Torrens University Australia.
Emanuelle Lemos, Advogada, Pós graduada em Controladoria e Finanças, executiva com mais de 20 anos de experiência em grandes corporações, dedicando-se ao olhar 360 da área tributária. Ao longo de sua carreira, esteve em posições de liderança em grupos multinacionais de diversos segmentos. Responsável por grandes equipes, formando times multiculturais e multidisciplinares, tem vasto conhecimento com gerenciamento de pessoas, reestruturações de times e áreas. Membro do W-CFO. Hoje Sócia da Tax Group, consultoria tributária líder em seu segmento no Brasil. CEO da SunWay Consultoria Tributária e Empresarial, empresa voltada a projetos especiais relacionados a planejamento tributário, reestruturação de empresas e mentoria organizacional. Por fim, é sócia e co-founder da HopeTech, startup voltada à educação e impacto social.
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