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Debêntures incentivadas: um bom momento para investir?

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Antes de saber a tendência do mercado ou destacar o ativo, que circula nas recomendações, entenda que as conhecidas debêntures incentivadas permitem às empresas captar recursos no mercado para financiar projetos de infraestrutura. E quem investe, conta com isenção ou redução de Imposto de Renda sobre os lucros obtidos. Uma oportunidade é o KDIF11, da Kinea, que pagou rendimentos no último dia 7 de R$1,35/cota.

Cenário das debêntures incentivadas

Um relatório de fevereiro do Itaú, da última quinzena aproximadamente, diz que os títulos incentivados atrelados ao IPCA apresentaram performances mistas em termos de retorno. Entre os papéis com maior retorno do período de 12 a 23 de fevereiro, por exemplo,  os analistas notaram a presença de nomes do setor sucroenergético, bem como outras companhias produtoras de commodities.

Nesta quinzena em análise, o volume médio diário de títulos incentivados negociados foi em torno de R$ 199 milhões, abaixo do volume médio diário observado nos últimos três meses, de ~R$ 300 milhões. 

De acordo com o Itaú, naqueles dias, os títulos incentivados mais negociados foram: ELET14 (com R$ 149 milhões negociados, referenciada à NTN-B 2030); VBRR11 (com R$ 99 milhões negociados, referenciada à NTN-B 2029); IRJS14 (com R$ 92 milhões negociados, referenciada à NTN-B 2035); EGIEA1 (com R$ 74 milhões negociados, referenciada à NTNB 2032); e TRPLA4 (com R$ 72 milhões negociados, referenciada à NTN-B 2033)

O percurso das debêntures incentivadas

Segundo publicação da Economática, a introdução da Lei 14.801/2024 representa um marco no mercado brasileiro ao estabelecer as ‘novas’ debêntures de infraestrutura. “Este movimento visa canalizar investimentos para áreas críticas, promovendo o desenvolvimento sustentável. Essa nova categoria oferece incentivos fiscais aprimorados e critérios de elegibilidade mais estritos para os projetos, incentivando um investimento mais direcionado e responsável.”

Histórico

O movimento no mercado de debêntures incentivadas manteve-se forte ao longo dos anos, em 2018 marcando um ponto de inflexão quando as emissões atingiram quase R$ 15 bilhões, quase 25% do total de debêntures emitidas naquele ano. O ímpeto continuou em 2019, quando o volume subiu para mais de R$ 28 bilhões. 

Em 2021, as debêntures incentivadas ganharam ainda mais destaque, captando mais de R$ 37 bilhões e correspondendo a cerca de um quarto do total de emissões do ano. No ano seguinte, as emissões desses ativos ultrapassaram R$ 31 bilhões, crescendo
ainda mais no ano passado, alcançando mais de R$ 40 bilhões. “Isso significou aproximadamente 40% de participação das debêntures precificadas pela Anbima emitidas, sublinhando o papel cada vez mais central desses instrumentos no financiamento da infraestrutura brasileira.”

Rali e retornos de fundos de crédito 

Conforme publicação do Valor, enquanto em janeiro e fevereiro do ano passado os fundos de crédito privado amargavam cotas negativas ou rendimentos pífios, imersos na crise que abalou o mercado logo nos primeiros dias do ano, como o  pós-Americanas, agora o rali por debêntures corporativas e incentivadas faz as cotas explodirem. 

“Os fundos da Itaú Asset, por exemplo, ostentam em fevereiro rendimento de até 283% do CDI (2,27%), caso do fundo Itaú Debêntures Incentivadas CDI, que em fevereiro do ano passado registrava rentabilidade negativa de 0,56%. Já o Schroder High Grade Advisory, da gestora Schroders Brasil, saiu de -0,18% em fevereiro de 2023 para 0,98% agora (122% do CDI). O Santander Debêntures Incentivadas CDI, da Santander Asset, por sua vez, foi de -1,19% em fevereiro do ano passado para 2,87% (358% do CDI).”

De acordo com o relatório do ABC Brasil, citado pelo Valor, os fundos de crédito privado e os de debêntures de infraestrutura registraram em fevereiro a maior captação líquida da atual série histórica, iniciada em maio de 2022: R$ 44,5 bilhões e R$ 6,1 bilhões respectivamente. 

“E a perspectiva é de manutenção desses bons resultados nos próximos meses, com a demanda se mantendo aquecida. É o fim do chamado “Efeito Lâmina”: com a virada para março, os piores desempenhos vão “sumir” dos relatórios, que exibem resultados em 12 meses, no ano e no mês”, diz a reportagem.

O KDIF11

  • Fundo de debêntures incentivadas de infraestrutura com benchmark em juros reais.
  • Valor da Cota:R$ 136,99

Fala, gestor!

Em fevereiro, o fundo rendeu 2,62%, enquanto o benchmark IMA-B rendeu 0,55%. O spread fechou o mês 1,41% acima do IMA-B (cota patrimonial). Em 7 de março os investidores do Kinea Infra receberam R$1,35/cota, mesmo nível do mês anterior. Este valor foi formado por:

  • +R$ 0,62/cota que são referentes aos juros reais dos ativos do Fundo
  • + R$ 0,73/cota que são referentes à correção inflacionária (IPCA) e a outros ajustes

Destaque: a cota patrimonial subiu 2,62% em fevereiro enquanto o IMA-B* subiu 0,55%. Já a cota negociada na B3 (KDIF11) subiu 1,35%. “Principal motivo para o desempenho foi a apreciação das debêntures da carteira (fechamento dos prêmios) que mais do que compensou a leve alta das taxas de juros pós fixadas (NTN-B).”

Investimentos do KDIF11

Também no mês passado houve um novo investimento no setor de saneamento. Segundo a gestão, os fundos geridos pela Kinea adquiriram parte da emissão de debêntures incentivadas da Águas do Sertão, integrante do Grupo Conasa Infraestrutura, que tem como sócio o fundo americano Generate Capital. 

“O investimento conta com garantias de projeto e fiança corporativa até o completion financeiro. A taxa média de aquisição foi de IPCA + 8,10%, com vencimento em dezembro de 2043 e classificação br.AA pela Moody’s.”

O consórcio de Águas do Sertão venceu o leilão do Bloco B da Companhia de Saneamento de Alagoas em março de 2022, pagando uma outorga de R$1,2 bilhão, e assumiu o saneamento de parte do estado. Uma concessão de 35 anos, com vencimento em 2057, para distribuição de água, produzida pela empresa, e esgotamento sanitário em 34 municípios de Alagoas.

Acesse as principais recomendações dos FIPs e Infras. Fique por dentro das oportunidades neste mercado por aqui.

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Este post está disponível na íntegra no Clube.Acionista

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Cátia Chagas

Editora e produtora de Conteúdo do Portal Acionista e Clube. Foco em mercado de capitais; empresas e ESG. Atua também em Jornalismo de Produto (certificada pelo Knight Center for Journalism in the Americas). Jornalista graduada PUCRS; Especialização em Comunicação Política pela UNISC; MBA em Comunicação e Marketing para Mídias Sociais na Universidade Estácio de Sá; Especialização em Gestão e Governança Corporativa aplicada a práticas ESG. Com passagem pelos veículos G1RS; GZH e Grupo Sinos.
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Cátia Chagas

Editora e produtora de Conteúdo do Portal Acionista e Clube. Foco em mercado de capitais; empresas e ESG. Atua também em Jornalismo de Produto (certificada pelo Knight Center for Journalism in the Americas). Jornalista graduada PUCRS; Especialização em Comunicação Política pela UNISC; MBA em Comunicação e Marketing para Mídias Sociais na Universidade Estácio de Sá; Especialização em Gestão e Governança Corporativa aplicada a práticas ESG. Com passagem pelos veículos G1RS; GZH e Grupo Sinos.

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