Confira os últimos dados divulgados pelo IBGE com relação ao mercado de trabalho, bem como, os comentários e projeções conforme o analista chefe da Necton, André Perfeito.

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 14,7% no trimestre encerrado em março, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na manhã desta quinta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em igual período de 2020, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,2%. No trimestre até fevereiro, a taxa de desocupação estava em 14,4%.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.544 no trimestre encerrado em março. O resultado representa alta de 0,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 212,514 bilhões no trimestre até março, queda de 6,7% ante igual período do ano anterior, de acordo com o IBGE.

O mercado de trabalho na visão da Necton

TAXA DE DESEMPREGO BATE RECORDE E TAXA AJUSTADA VOLTA A SUBIR. – NECTON | COMENTÁRIO ANDRÉ PERFEITO*

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Os números divulgados a pouco pelo IBGE do mercado de trabalho são no geral muito ruins. Antes de falar dos dados mais negativos vale ressaltar a única boa notícia na pesquisa: a Massa de Rendimentos permaneceu estável em relação ao trimestre anterior, o que sugere que o patamar do consumo das famílias no primeiro trimestre deve ficar estável também.

De resto os números são preocupantes. A taxa de desemprego é recorde na série e atingiu 14,7% das pessoas que estão procurando emprego. Do total de pessoas em idade de trabalhar menos da metade (48,4%) estão ocupadas.

A taxa de subutilização, pessoas empregadas mas que não ganham segundo sua opinião o suficiente, é também recorde para o trimestre.

Nós chama atenção a piora da taxa de desemprego ajustada. Desde que se iniciou a crise do corona vírus milhares de brasileiros pararam de procurar emprego ou porque não achavam ou porque não havia perspectivas para seus setores. Isto fez que a taxa de desemprego parecesse mais baixa que efetivamente era uma vez que a taxa de desemprego é calculada na razão da população empregada sobre os que procuram emprego.

Normalmente não há diferença estatisticamente relevante nessa comparação, mas a pandemia forçou esta abordagem.

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A taxa ajustada em relação aos dados de agosto de 2019 havia disparado até julho/agosto do ano passado quando chegou a quase 25%, mas depois voltou a apresentar queda.

Agora voltou a subir e atingiu 22%, ou seja, se estivessem procurando emprego o mesmo número de pessoas que normalmente procuram vagas a taxa seria maior.

Os números alertam para uma fragilidade do mercado de trabalho, mas há que se considerar que os dados podem estar comprometidos pela própria pandemia uma vez que a pesquisa do IBGE tradicionalmente é feita em campo. Ontem o CAGED mostrou uma criação líquida de quase um milhão de vagas este ano e possivelmente a “verdade” esteja no meio do caminho entre as duas pesquisas.

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