Prof. Rodrigo Antonio Chaves da Silva

Contador-analista, consultor gerencial e empresarial, ganhador do prêmio internacional de contabilidade financeira Luiz Chaves de Almeida, https://profrodrigochaves.com.br/

Os dados que a economia traduz, são realizados com visões gerais, por deduções contextuais, que muitas vezes não batem com as informações das empresas em particular.

As informações que as empresas produzem, são anotadas pela contabilidade, de modo objetivo, e não aceitam hipóteses, ou probabilidades, porque admitem fatos que já aconteceram no passado, e acontecem no presente, portanto, fatos reais, e não abstratos.

O objeto da economia é estudar toda a disposição de riqueza, a administração geral, ou seja, tudo aquilo que pode ser objeto de uso do ser humano, em nível social, com finalidade de otimização, a riqueza geral, a crematística.

Enquanto para nós contadores interessa o custo da Companhia Siderúrgica Nacional, para a economia, interessa a produção do setor extrativo, ou o custo de todas as siderúrgicas existentes.

No entanto, muitas vezes os economistas costumam emitir dados contábeis, relativos às empresas, embora o ângulo de avaliação dos fenômenos patrimoniais seja diferente. Um desses exemplos, é quando se emite análises patrimoniais de empresas, mas observando um aspecto isolado, comparando-o de modo geral. Por exemplo, recentemente um economista fez uma avaliação da Petrobras, dizendo que a sua dívida estava aumentando, e marcando cerca de mais de 50%.

Esse dado contábil é relevante, todavia, isolado, por si mesmo, não pode ser motivo de consideração conclusiva, visto que, a análise é uma decomposição do todo, não há análise de um só fato, sem contar que é fundamental a dívida para se manter um patrimônio, porém, a investigação particularizada, não permite uma interpretação competente sobre a verdadeira situação patrimonial do empreendimento.

Isso porque há elementos do patrimônio que não foram considerados, por exemplo, a colocação da conta de arrendamento como financiamento aumenta a dívida, e há recursos no patrimônio líquido que podem ser negativos por contas ajustadas pelo mercado, devido às atuais normas internacionais.

Uma outra consideração a ser feita com relação a análise desse balanço, é que a participação do endividamento esteve acima dos capitais próprios em apenas 7% no ano de 2012, se mantendo assim no primeiro trimestre, evoluindo para 20%, e crescendo mais 1% no terceiro trimestre. Isto é, o endividamento não está tão alto em relação ao capital próprio (onde estão os lucros da organização).

Embora o patrimônio líquido, que é a soma de recursos próprios da empresa, tenha caído na empresa cerca de 4,86%, as reservas de lucros da empresa, aumentaram 13,62%, o que revela que a empresa tem recursos para resguardar-se de riscos, e em quantidade, as reservas são muito maiores que as contas negativas do mesmo grupo.

Ainda, os lucros apurados no período, evoluíram no ano de 2012 cerca de 32,97%, e no ano de 2013 cerca 109,35%, isto é, uma evolução de 331,67% entre os trimestres de tais anos.

A empresa tem lucros, tem reservas, mesmo com dívida razoável, mas não tão acima de níveis consideráveis, o que uma análise mais profunda permite relatar.

Então, podemos dizer que não se pode analisar uma empresa com deduções gerais, pegando um dado isolado sem observar os demais, contando ainda, com outros tipos de fenômenos que devem ser observados.

Nem num artigo pequeno como este podemos concluir totalmente sobre a empresa, mas, apenas despertar para a situação de um empreendimento que poderá não estar ruim, pois, um dado isolado não assume uma conclusão geral.

Por isso, consideramos ser muito relevante o estudo dessas duas ciências, mas, com particularidades em cada uma, enquanto uma aprofunda mais o contexto do particular, a outra particulariza o contexto do geral, assumindo pontos-de-vista muito diferentes nas suas avaliações.

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