💰 De olho na economia
Desaceleração da China afeta negativamente ativos brasileiros
Aos riscos político e fiscal que caracterizam o cenário interno da economia brasileira nos últimos meses, um risco adicional começa a preocupar: os dados da economia chinesa estão mostrando desaceleração mais forte do que a esperada e a interferência do governo continua a aumentar. Vendas no varejo recuaram – 0,15% no mês de junho, em relação a maio e cresceram 8,5% em relação a um ano atrás (contra expectativas de crescimento de 11,4%) e a produção industrial mostrou queda de – 0,5% no m/m e crescimento de 6,4% na comparação anual (expectativa de 7,8%).
Ao mesmo tempo, o governo chinês proibiu os private equities de financiar investimentos no setor residencial do país, aparentemente por receio de que uma bolha possa se desenvolver no setor diante das restrições impostas aos investimentos privados em empresas educacionais e em big techs. Esta combinação de risco político e fiscal elevado e desaceleração de nosso maior parceiro comercial; gerou forte efeito negativo sobre os preços dos ativos financeiros brasileiros: queda dos preços das ações; desvalorização cambial e aumento da inclinação da curva de juros.
🚝 Expresso Bolsa
Resumo do dia: Momento de tensão. Notícias do Talibã assustam mercado
A bolsa começou a semana sangrando: uma queda de 1,66% alcançando os 119,2k, praticamente devolvendo todos os ganhos vistos no ano. Os destaques ficaram para as perspectivas mais pessimistas na China, que pressionaram os preços das commodities derrubando as grandes do IBOV. Além disso, as notícias da tomada do Afeganistão pelo Talibã alimentaram as incertezas globais, principalmente nas expectativas das próximas decisões do governo americano.
Por enquanto, acreditamos que os impactos nos mercados são mínimos, porém, quando olhamos para o longo prazo, acreditamos que os acontecimentos no país trazem um risco geopolítico uma vez que se torna novamente um “palco” para movimentos terroristas. Isso consequentemente pode deixar investidores com receio de negociar com esse tema em pauta.
IRB (IRBR3): Prejuízo de R$ 207m. Segue surpreendendo, para o lado negativo
• Em um ano que esperávamos uma melhora gradual dos resultados de forma mais consistente; o IRB continua apresentar números voláteis com o 2T21 apresentando mais um prejuízo de R$ 207m;
• Os resultados de curto prazo do IRB devem continuar voláteis por conta da restruturação que continua impactando a empresa – custos com carteiras passadas (runoff) e processo de limpeza (reunderwritring);
• Fique ligado! Apesar de uma perspectiva de melhora gradual, essa volatilidade deve continuar a atrapalhar os resultados desse ano. Com uma rentabilidade ainda aquém, reiteramos nosso MANTER em IRBR3.
🌎 Internacional e BDR
EUA: Empregos de baixa renda seguem abaixo dos níveis pré-pandemia
• Uma pesquisa da Opportunity Insights mostrou que o nível de emprego para pessoas que ganham menos que US$ 27.000 por ano caiu 22% em relação a janeiro de 2020. No entanto, o número de trabalhadores ganhando mais que US$ 27.000 ultrapassou o nível pré-pandemia. O número de pessoas ganhando mais que US$ 60.000 por ano, por exemplo, aumentou mais de 10%;
• Em meio aos programas de auxílios governamentais e às crescentes preocupações acerca da nova variante do coronavírus, muitos trabalhadores hesitam em voltar a trabalhar, apesar do número recorde de vagas de emprego (10,1 milhões em junho). As indústrias que tradicionalmente possuem salários mais baixos também foram as mais afetadas pelas medidas de distanciamento social, como a de lazer e hospitalidade. Ao mesmo tempo, as indústrias que possuem salários mais elevados conseguiram se adaptar mais facilmente ao trabalho remoto.
📊 O que mais aconteceu no mercado
• Descontão (GPIV33): A GP Investments divulgou seus resultados relativos ao 2T21. Com a somatória de suas investidas (NAV) valendo R$ 1,6b a preços de mercado e market cap de R$ 645m, o desconto da holding é de 60%, patamar que acreditamos ser demasiadamente elevado. Considerando a participação de R$ 288.1m no Mercado Bitcoin, que será marcada a mercado somente no 3T21 em função do aporte do SoftBank no dia 01/jul, o desconto é de 66%;
• Os números não animaram! (MOSI3): No resultado divulgado do 2T21, a Mosaico deixou a desejar em todas as linhas. O GMV apresentou queda de 17,2% a/a, alcançando R$ 902,7mi. O número de visitas totais também foi desanimador, apresentando queda de 51% a/a. Nossa estimativa já era mais conservadora para esse trimestre, mas o número reportado ficou abaixo. 138,1 milhões de visitas totais reportadas contra 187 milhões da nossa projeção;
• Atenção ao pipeline de aquisições (BMOB3): Desde o início da cobertura, ficamos esperando por movimentos de M&A por parte da Bemobi. O 2T21 veio em linha com nossas expectativas, com a receita líquida crescendo 8% a/a (R$ 62mi) e EBITDA Ajustado 18% superior a/a (R$ 23,3mi). Ponto importante para os próximos trimestres são as duas novas aquisições. Esse movimento de M&A ira agregar valor ao segmento de microfinanças criando um ecossistema ainda mais completo e robusto para os clientes.