Muito tem se falado sobre uma eventual
crise na indústria dos Fundos de Investimentos em Cadeias Agroindustriais
(Fiagros), com alguns deles registrando desvalorização de suas cotas neste
primeiro trimestre. No entanto, José Corral, CEO da Creditares, agrofintech que
em cerca de dois anos de operação já aprovou mais de R$ 420 milhões em crédito
para o produtor rural e que ensaia o lançamento de seu primeiro Fiagro, tem um
ponto de vista diferente.Segundo o executivo, notícias de perdas
de rentabilidade de alguns Fiagros estão relacionadas apenas há alguns fundos,
lastreados, em particular em grãos, que passam por uma conjuntura desafiadora
de quebra de safra combinada ao achatamento das cotações.

Todavia, explica Corral, isso não
significa que haja um problema estrutural do modelo – muito pelo contrário – já
que os Fiagros são exemplo de um instrumento de sucesso de conexão do agro com
fontes privadas e o mercado de capitais. Tanto que, os Fiagros registraram alta
de 103% no ano passado, com o patrimônio líquido dos papéis saltando de R$ 10,5
bilhões (dez/22) para R$ 21,3 bilhões (dez/23). Os números são do mais recente
boletim CVM Agronegócio, elaborado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Pouca tecnologia“A suposta crise não está nos Fiagros,
mas sim em algumas gestoras de fundos”, pontua o executivo, que esclarece: “Algumas
gestoras de crédito que levantaram seus Fiagros não têm um modelo de originação
de ativos assertivo e escalável. Além disso, utilizam pouca tecnologia nas suas
esteiras de crédito”.

“Uma gestora de crédito consegue, por
exemplo, ter originação e alocação consistentes em outros segmentos da
economia, como o imobiliário, a partir de uma estrutura enxuta de analistas
sediados na Faria Lima, mas no agronegócio isso é diferente”, observa Corral.

“No agro, se você não tem um modelo de
originação escalável e assertivo atrelado à tecnologia na esteira de crédito, a
probabilidade de incorrer em seleção adversa é muito grande”, complementa o
executivo que criou o modelo de Agro Bankers no Brasil – agentes autônomos
focados em crédito para o agro que já conta com mais de 40 escritórios
credenciados em 13 estados.O agro como sabemos é cíclico, lembra
Corral, acrescentando que “se os grãos passam por um momento desfavorável de
receita, a safra de cana 2023/24, que se encerrou agora em março, por exemplo,
foi uma das melhores da história”.Além dessa rede de originação, os Agro
Bankers, a Creditares também entrega ao mercado, por meio de sua plataforma
Agro Open Bank, uma plataforma tecnológica de análise de risco de crédito para
o agro, já utilizada por grandes empresas. “Essa combinação foi responsável
pela originação de uma carteira de crédito com inadimplência zero para instituições
financeiras parceiras.”

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