CENÁRIO ECONÔMICO & MERCADOS

Ainda é difícil entender a reação dos investidores globais ontem às declarações de Jerome Powell sobre o estado da economia americana e a necessidade de estímulos adicionais.

Após o mundo entender que o informacional fornecido pela China sobre a doença estava subestimado além do que usualmente se esperada do país; a crise atual se desenha como provavelmente a pior da história recente da humanidade e sem nenhuma surpresa, demandará estímulos adicionais aos atualmente propostos.

O descolamento do mercado financeira da realidade macroeconômica não é recente, todavia ganhou contornos especiais com a crise viral; quando bolsas de valores divulgam resultados positivos após a divulgação do pior desemprego na história recente dos EUA.

Agora, alguns atribuem também o mal humor ao comentário de que os EUA não devem adentrar aos juros negativos. Se a armadilha de liquidez que os países inseridos em juros muito baixos ou negativos reduziu o arsenal para enfrentar a crise viral, imaginem os EUA adentrando igual situação. Não faz sentido.

“Embora a resposta econômica tenha sido oportuna e adequadamente grande, talvez este não seja o capítulo final, já que o caminho a seguir é altamente incerto e sujeito a riscos negativos significativos”. A fala foi concisa e sem grandes novidades, porém mostra a necessidade do mercado de um gatilho para a correção dos ativos.

Localmente, entre a entrega de exames do COVID-19 e a espera pelo conteúdo do vídeo da reunião ministerial; o temor dos investidores continua pela ausência de governabilidade, possibilidade do congresso começar a aprovar legislações esdruxulas, especialmente com os bancos como alvos, além de descalabros fiscais consideráveis.

Como citamos anteriormente, a aproximação ao Centrão por parte do executivo pode trazer a tão necessária governabilidade; porém o custo fiscal pode ser consideravelmente elevado, se a Paulo Guedes não for dado o devido poder de decisão contra este fronte político.

No âmbito corporativo, agenda pesada com resultados de Anima, Azul, B3, ABC Brasil, Indusval, BR Malls, Bradespar, C&A, Centauro, CPFL, CSN, Cyrela, EZTec, Fleury, Grendene, Iochpe-Maxion, JBS, JSL, Localiza, Lopes, Lupatech, Petrobras, Sabesp, Saraiva, Suzano, Taesa, Taurus, Tecnisa, Vivira e Viver. No exterior Deutsche Telekom, Fujitsu, Konami, Mazda.

ABERTURA DE MERCADOS

A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, após a fala realista de Powell. Em Ásia-Pacífico, fechamento negativo, pelos temores dos efeitos econômicos do vírus.

O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.

Entre as commodities metálicas, altas no geral, exceção ao cobre.

O petróleo abriu em alta em Londres e Nova York, após a queda inesperada dos estoques nos EUA.

O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,81%.

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