Foto/Karen Garcia
O mercado de Dívida ESG é de R$ 237 bilhões no país e deverá ganhar um reforço nas próximas semanas. O Tesouro Nacional prepara emissão de títulos soberanos sustentáveis, com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco Mundial, no valor de US$ 1 BI.
O framework está pronto (com assessoria técnica da NINT, detentora de 52% de market share local), o que deixa o emissor pronto para novas operações, a partir daí. Para Gustavo Pimentel, CEO da Natural Inteligence (NINT), o Brasil já possui massa crítica para este mercado que no mundo alcança o tamanho de US$ 4,2 trilhões.
Cabe destacar que durante o primeiro semestre deste ano 54% das emissões sociais ocorreram na Europa (França e Holanda na liderança). Ainda no período, US$ 278,8 BI estiveram focados em energia renovável, sendo Alemanha e China os principais emissores para o setor. Já o volume de títulos atrelados a desempenho foi de US$ 37,3 BI, entre janeiro e julho neste ano.
É desnecessário detalhar que o mercado de capitais tem papel preponderante nessas operações e uma próxima etapa, no Brasil, deverá abranger o agronegócio de forma mais contundente. “O Agro é muito heterogêneo no Brasil”, constata Pimentel, apostando no crescimento dos CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e dos Fiagros (Fundos de Investimento).
Sobre os setores mais visíveis para o mercado de Dívida ESG, a NINT (agora do Grupo ERM) espera que ocorram maiores emissões em água e saneamento (em 2023 e 24), impulsionados pelo novo marco; energia renovável e bioenergia, com a política de incentivo ao etanol; transporte e logística, por força das novas concessões e PPPs; e o agronegócio.
Em evento promovido em São Paulo foi relançada a `Base de Dados Dívida ESG no Brasil`, com participações do IFC, Bradesco BBI, Cogna, Neoenergia/Iberdrola, Fleury e Raízen, levando suas experiências a uma atenta plateia. Uma vez mais foi destacado o interesse e apetite maiores do investidor estrangeiro para os papéis ESG, ou os chamados papéis verdes.
IPC
Alinhar interesses financeiros com valores éticos, e geração de retornos a longo prazo, mitigando riscos associados às mudanças climáticas é preocupação dos Investidores pelo Clima (IPC), iniciativa da NINT apoiada pelo Instituto Clima e Sociedade (ICS).
Recentemente o IPC formou um Conselho Consultivo, com base em perfis de diversas classes de ativos e grupos comprometidos com a descarbonização de portfólios de investimentos.
O Conselho é integrado por Andrea Bottcher (Neo Investimentos), Anibal Wadih (GEF Capital), Daphne Breyer (BB Asset), Luiz Eduardo M. Morgado (Previ) e Renato Eid Tucci (Itaú Asset).
DESCARBONIZAÇÃO
O Comitê de Pronunciamento Contábeis (CPC), Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) oferecem à Consulto Pública conjunta a Minuta de Orientação Técnica do OCPC 10 visando tratar do reconhecimento, mensuração e evidenciação de créditos de descarbonização.
“É importante destacar que a OCPC 10 não cria procedimentos novos ou altera comandos de outros pronunciamentos contábeis emitidos pelo CPC. Caso o International Accounting Standards Board (IASB) venha a emitir algum documento específico relacionado ao reconhecimento, mensuração e evidenciação dos temas tratados nesta orientação, o material será revisado”, assinala Paulo Roberto Gonçalves, Superintendente de Normas Contábeis da CVM.
RISCOS
“Acreditando ou não na sigla, observe que ESG é um conjunto de centenas de questões que apresentam riscos e oportunidades, algumas das quais se mal administradas podem fazer com que empresas percam muito de seu valor”, comenta à coluna o conselheiro de empresas e expert em sustentabilidade Antonio Emilio Freire, acrescentando em seguida: “É isto o que penso sobre a materialidade do acionista que nada mais é que a composição de taxa livre e prêmio que compõem o retorno esperado nos investimentos”.
LÍTIO
A crescente demanda por tecnologia de transição energética, com matérias-primas para turbinas eólicas, placas fotovoltaicas e baterias de lítio, entre outras, exige aumento de investimentos globais em mineração de US$ 4 trilhões, até 2030. Os cálculos são da consultoria McKinsey. Já a Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) espera demanda superior a 40 vezes do lítio, nos próximos 20 anos, e aumento de demanda entre 20 e 25 vezes maior com o grafite, cobalto e níquel.
STARTUP
Com a expectativa de atingir uma receita operacional líquida para este ano de R$ 35 milhões, a Biti9, empresa voltada a soluções tecnológicas e inovação, celebra os resultados e uma parceria de peso.
Em 2021 a companhia auferiu receita líquida de R$ 808,1 mil, atingiu R$ 4,2 milhões no ano passado e espera agora apresentar um avanço, em relação a 2022, de 250%. Um dos vetores desse modelo de crescimento é a parceria com a Oxigênio Aceleradora, ecossistema de startups da Porto (ex-Porto Seguro), com vistas a promover o aprendizado de novas tecnologias, repensar os processos, explorar as possibilidades, impulsionando a cultura da inovação.
A Porto, por sua vez, mantém parceria para uma fábrica de robôs que automatiza procedimentos burocráticos e manuais com a Biti9. É a chamada Gincana de IA Generativa, cujo objetivo é estimular a inovação entre os colaboradores para repensar processos usando a tecnologia.
AGRO
A 8ª edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA) acontecerá entre os dias 25 e 26 de outubro próximo, em São Paulo.
“Inovação e tecnologia a serviço da produção sustentável” é um dos temas a serem abordados no evento.
BOLSA
O Banco Santander lança 300 bolsas do Becas Santander | Innovation in Teaching 2023 para apoiar professores a aprimorar suas competências e conhecer as melhores práticas globais no ensino universitário. Para participar do programa, realizado em colaboração com a Harvard Business Publishing Education, é necessário ter mais de três anos de experiência como professor no ensino superior.
São elegíveis docentes do Brasil, Alemanha, Argentina, Chile, EUA, Espanha, México, Polônia, Portugal, Reino Unido e Uruguai, proporcionando oportunidade única de contato e aprendizado com profissionais de outras origens. As inscrições permanecem abertas até dia 6 de setembro no site do Bolsas Santander.
TRAINEE
A Suzano, companhia de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto, está com inscrições abertas para programas de Trainee e de Estágio Superior intitulados ‘’Cara do Futuro’’ e “Raízes do Futuro”, respectivamente.
O de Trainee está com 35 vagas abertas para atuação nas áreas Florestais, Industriais e Corporativas da companhia (em SP, MS, BA, MA, CE, ES e PA) e o de Estágio Superior tem 150 vagas.
Para ambos os programas é necessário ter disponibilidade de atuação na localidade selecionada, uma vez que o modelo de trabalho na Suzano é definido conforme a necessidade da área e unidade. O conhecimento de um segundo idioma, como o inglês não é necessário e todos os cursos são admitidos (Bacharelado, Licenciatura e Tecnólogo).
Inscrições ficarão abertas até 21 de setembro, pelo links www.suzano.com.br/traineesuzano e www.suzano.com.br/estagiosuperior/
FUTEBOL
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou, dia 21 último, o Parecer de Orientação 41 trazendo o entendimento da Autarquia sobre as normas aplicáveis às Sociedades Anônimas do Futebol (SAF) que desejarem acessar o mercado de capitais para financiar suas atividades.
O documento tem o propósito de orientar investidores e participantes do mercado sobre instrumentos do mercado de capitais disponíveis para a SAF, assim como apresentar a visão da CVM a respeito de como a Lei 14.193/21 (Lei das SAF), a Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) e a regulamentação já editada pela Autarquia podem ser integradas harmonicamente.
Veja mais em https://www.gov.br/cvm/pt-br
