A participação feminina no mercado de tecnologia cresceu 60% nos últimos cinco anos. É o que apontam os dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Somente no último ano, o Banco Nacional de Empregos (BNE) identificou mais de 12,7 mil candidaturas de mulheres para vagas de tecnologia, contra 10.375 em 2020.

Mesmo ganhando cada vez mais espaço no setor, elas ainda precisam lidar com a disparidade salarial entre gêneros. Segundo a Pesquisa de Remuneração Total, realizada pela consultoria Mercer e divulgada pela Forbes, este mercado é o mais desigual entre mulheres e homens com relação aos rendimentos. A consultoria analisou 30 mil empresas no mundo inteiro, dentre as quais 759 no Brasil. De acordo com o levantamento, no nível de executivos de empresas de alta tecnologia a disparidade salarial chega a 36%. As discrepâncias se estendem para os níveis de gerência (7%) e operacionais (9%).

Dentro do recorte de raça, a situação é ainda mais alarmante. A pesquisa #QuemCodaBR, realizada pela organização social PretaLab, entrevistou entre 2018 e 2019, 693 pessoas em 21 estados e descobriu que mulheres negras são 15% das ingressantes e 32% das alunas de cursos de computação no Brasil.

Para mudar esse cenário, algumas empresas têm criado programas para atrair e capacitar essas profissionais. É o caso da Microsoft, associada do Movimento Mulher 360, que lançou, em 2020, o Black Women in Tech. Em sua terceira edição, a formação abrange desde o desenvolvimento de soft skills, proficiência em inglês, além de questões técnicas. Não é exigido experiência ou conhecimento em tecnologia, o que permite a transição de carreira de profissionais de outros setores. Ao final do curso, as formadas poderão, ainda, ser contratadas por indicações da empresa.

“Percebemos que as mulheres não recebem as mesmas oportunidades que os homens, e isso é algo que se acentua muito mais com as mulheres negras. Então nos perguntamos: ‘como a gente muda isso?’”, explica Alessandra Karine, vice-presidente de vendas do setor público e líder de Diversidade & Inclusão da Microsoft, sobre como surgiu a iniciativa.

Saiba mais: Conheça iniciativas que têm impulsionado mulheres negras a seguirem carreira em tecnologia

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