Investidores que abandonaram o crédito privado após o escândalo da Americanas agora voltam ao mercado com otimismo renovado. Mas será que essa é a melhor estratégia? Howard Marks, renomado especialista no setor, alerta em seu livro O mais importante para o investidor: momentos de euforia e pequenos spreads são sinais claros para se ter cautela.
Atualmente, o mercado brasileiro de crédito privado está repleto desses sinais, principalmente no segmento de alta qualidade, conhecido como “high grade” ou “crédito baunilha”. No entanto, enquanto Marks sugere cautela, muitos investidores parecem ansiosos para comprar. Mas será que estão tomando a melhor decisão?
Oportunidades e riscos no Crédito Privado
Se você acompanha as cartas dos gestores e os relatórios dos analistas “Spreads apertados” é o termo da vez no mercado. Um spread é o que um título privado paga acima dos títulos públicos de igual prazo. Quando se investe em crédito privado, há um risco maior de inadimplência, por isso o prêmio de retorno precisa ser mais elevado.
Então, por que aceitar um retorno menor ao emprestar para uma empresa e não para o governo?
Um exemplo claro: se você está considerando uma debênture para 2035 que oferece retorno acima da inflação (IPCA), só deve aceitá-la se pagar significativamente mais do que o Tesouro IPCA+ 2035, que atualmente oferece aproximadamente IPCA + 6,40%. O spread precisa compensar o risco maior de não pagamento.
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A memória curta dos investidores
No início de 2023, após a crise da Americanas, investidores fugiram em massa do crédito privado. Aqueles que resistiram ao pânico e mantiveram suas posições colheram os frutos, com retornos significativos. Mas agora, muitos retornam ao mercado com expectativas baseadas em ganhos passados, sem perceber que os melhores momentos podem ter ficado para trás.
Gestores experientes, como os da Augme e JGP, fecharam seus fundos para novas captações, um sinal de que as oportunidades mais seguras estão se esgotando. Já outros gestores, menos cautelosos, continuam captando para lucrar com o fluxo de investidores desprevenidos. Assim como, investidores pessoa física que entram em ofertas individuais oferecidas por algumas instituições.
Duas sugestões práticas para investidores:
Se você vai pela modalidade dos fundos, escolha gestores experientes. Instituições e profissionais que já passaram por diversos ciclos e sabem identificar bons momentos para entrar e sair do mercado.
Por outro lado, se você vai investir direto no título de crédito privado não baseie suas decisões no retorno passado. O que funcionou nos últimos 12 meses pode não se repetir no próximo ciclo, mas sim na situação financeira da empresa que você está comprando a dívida.
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