Em junho de 2022, o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou saldo de R$ 14,1 trilhões (153,8% do PIB), com elevação de 3,0% no mês, segundo dados do Banco Central (BC). Esse aumento foi devido principalmente à dívida externa, que se elevou em 6,8%, afetada pela depreciação cambial de 10,8%. Na comparação trimestral, o crédito ampliado cresceu 5,4%, prevalecendo as elevações na carteira de empréstimos do SFN, 3,7%, e nos títulos públicos de dívida, 5,3%.

O crédito ampliado a empresas atingiu R$ 4,8 trilhões (52,7% do PIB), com alta de 4,6% no mês, influenciada principalmente pelo aumento de 8,6% na dívida externa. No segundo trimestre de 2022, a expansão de 7,0% do crédito ampliado a empresas refletiu principalmente os aumentos de 9,4% em empréstimos da dívida externa, de 10,3% em títulos privados e de 3,0% na carteira de empréstimos e financiamentos do SFN.

O crédito ampliado às famílias situou-se em R$ 3,1 trilhões (34,2% do PIB) em junho, com expansões de 1,3% no mês e de 4,1% no segundo trimestre de 2022, em função do incremento nos empréstimos do SFN.

Operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN)

O estoque das operações de crédito do SFN totalizou R$5,0 trilhões em junho, alta de 1,6% no mês, composta pelos incrementos de 2,1% na carteira de pessoas jurídicas (saldo de R$2,0 trilhões) e de 1,3% na de pessoas físicas (R$2,9 trilhões). Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o crescimento em 12 meses do estoque total de crédito acelerou de 16,9%, em maio, para 17,8%, em junho. Esse desempenho resultou da expansão do estoque de crédito para pessoas jurídicas, que passou de 10,5%, em maio, para 12,8% em junho, e da desaceleração de 21,8% para 21,5% no crédito para pessoas físicas, considerados os mesmos períodos de comparação.

O crédito com recursos livres às empresas totalizou R$1,4 trilhão em junho, com elevações de 2,3% no mês e de 18,4% comparativamente a junho de 2021. Em maio, o crescimento em 12 meses havia sido de 16,7%. Entre as principais modalidades de crédito que contribuíram para o desempenho do segmento empresarial em junho, destacaram-se as operações de desconto de duplicatas e outros recebíveis (+9,1%), impulsionadas por fatores sazonais, as operações de capital de giro com prazo superior a 365 dias (+1,7%) e os financiamentos a exportações (+4,1%).

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O crédito com recursos livres às famílias somou R$1,7 trilhão em junho, com acréscimos de 1,4% no mês e de 25,4% em doze meses. Por modalidades, o crescimento foi bastante disseminado, com destaque para cartão de crédito total (+1,2%), crédito pessoal não consignado (+1,7%), crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS (+1,4%) e crédito consignado para trabalhadores do setor público (+0,7%).

O crédito com recursos direcionados alcançou saldo de R$1,9 trilhão em junho, com expansão de 1,3% no mês e de 11,5% em doze meses. As operações contratadas com pessoas jurídicas cresceram 1,6% no mês e 3,1% em doze meses), totalizando R$685,3 bilhões. Nas operações com as famílias, o crédito direcionado cresceu 1,2% no mês e 16,8% em doze meses, alcançando saldo de R$ 1,3 trilhão.

As concessões de crédito totalizaram R$503,9 bilhões em junho, registrando acréscimo de 24,8% no acumulado em doze meses. Nas séries com ajuste sazonal, as concessões para empresas recuaram 0,9%, enquanto no segmento de pessoas físicas cresceram 1,8%.

O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do SFN, atingiu 20,5% a.a., elevando-se 0,3 p.p. no mês e 3,2 p.p. em 12 meses. No crédito livre não rotativo, o ICC situou-se em 26,7% a.a., com variações de 0,3 p.p. em junho e de 4,0 p.p. em 12 meses. O spread geral do ICC aumentou 0,1 p.p. no mês, para 13,4 p.p., acumulando elevação interanual de 1,3 p.p.

A taxa média de juros das novas contratações de crédito em junho atingiu 28,1% a.a., com elevação de 0,5 p.p. no mês e de 8,1 p.p. em relação a junho do ano anterior. Em linha, o spread bancário das novas contratações situou-se em 17,7 p.p., com incrementos de 0,5 p.p. e de 3,3 p.p., na mesma ordem.

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A taxa média de juros das operações livremente pactuadas atingiu 39% a.a. em junho, com expansões de 1,0 p.p. no mês e de 10,6 p.p. em comparação a junho de 2021. Nos novos contratos com pessoas jurídicas, a taxa média de juros alcançou 22,6% a.a. (+0,7 p.p. no mês e +8,1 p.p. em doze meses). Nos novos contratos com pessoas físicas, as taxas de juros atingiram 51,5% a.a. (+1,1 p.p. no mês e +11,7 p.p. em doze meses).

A inadimplência do crédito total do sistema financeiro, que considera os atrasos superiores a 90 dias, registrou estabilidade em junho, situando-se em 2,7%. Esse desempenho refletiu a estabilidade nos atrasos acima de 90 dias no crédito livre (3,6%) e a diminuição de 0,1 p.p. no crédito direcionado (1,2%).

Agregados monetários

A base monetária atingiu R$407,2 bilhões em junho, com aumento de 2,3% no mês e redução de 3,6% em doze meses. No mês, o papel-moeda emitido e as reservas bancárias subiram 1,1% e 7,4%, respectivamente.

Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, apresentaram expansão as operações com títulos públicos federais, R$38 bilhões (colocações líquidas de R$58,5 bilhões no mercado primário e compras líquidas de R$96,5 bilhões no mercado secundário); as operações com derivativos, R$39,9 bilhões; e as operações do setor externo, R$0,4 bilhão. Impactaram de forma contracionista as operações do Tesouro Nacional, R$25,8 bilhões; as operações de redesconto e linhas de liquidez, R$1,1 bilhão; e os depósitos de instituições financeiras, R$ 27,9 bilhões (recolhimentos de recursos de depósitos a prazo, R$3,1 bilhões; de depósitos voluntários a prazo, R$26,3 bilhões e de cadernetas de poupança, R$1,5 bilhões; liberações de depósitos prévios para compensação de cheques e outros papéis, R$0,1 bilhão; liberações de recursos do Proagro, R$0,6 bilhão; de depósitos de garantia em espécie vinculadas a Linhas Financeiras de Liquidez – LFL, R$2,3 bilhões).

Os meios de pagamento restritos (M1) somaram R$601,1 bilhões em junho, crescimento de 1,1% no mês, resultado de elevações nos depósitos à vista e no papel-moeda em poder do público, 1,5% e 0,5%, respectivamente. Considerando-se dados dessazonalizados, o M1 recuou 1,5% no mês.

O M2 cresceu 2,2% no mês, totalizando R$4,6 trilhões. O saldo dos depósitos de poupança avançou 0,2% no período, somando R$1,0 trilhão, após resgates líquidos de R$3,7 bilhões. O saldo dos títulos emitidos por instituições financeiras avançou 3,1%, totalizando R$3,0 trilhões, após captações líquidas de R$47,9 bilhões nos depósitos a prazo. O M3 registrou variação de 0,7% no período, totalizando R$9,2 trilhões, refletindo o crescimento do M2. O saldo das quotas de fundos do mercado monetário apresentou comportamento estável, com aumento de 0,1%, totalizando R$4,4 trilhões. O M4 cresceu 0,8% no mês e 13,8% em 12 meses, somando R$10,1 trilhões.

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