Em setembro, o crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$13,1 trilhões (156,3% do PIB), aumentando 1,2% no mês, segundo dados do Banco Central (BC). A variação mensal refletiu crescimentos de 2,1% nos empréstimos e financiamentos e redução de 0,8% nos títulos de dívida. A dívida externa elevou-se 4,0%, impactada pela depreciação cambial de 5,76% no mês. Na comparação interanual, o crédito ampliado cresceu 14,7%, resultado principalmente da elevação da carteira de empréstimos do SFN e dos títulos públicos.

O crédito ampliado a empresas situou-se em R$4,5 trilhões (54,0% do PIB), com alta de 3,1% no mês, influenciado pelo crescimento de 1,5% do estoque de títulos. A dívida externa elevou-se 4,5%, parcialmente em função da depreciação cambial. Em 12 meses, a variação de 8,0% refletiu principalmente o aumento de 12,7% na carteira de empréstimos e financiamentos e de 24,2% na de títulos no período.

O crédito ampliado às famílias situou-se em R$2,7 trilhões (33,1% do PIB), com crescimentos de 1,9% no mês e 19,2% em doze meses, em função do desempenho dos empréstimos e financiamentos.

Operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN)

O saldo das operações de crédito do SFN atingiu R$4,4 trilhões em setembro, registrando elevação de 2,0% no mês, com acréscimos de 2,3% nas operações com pessoas jurídicas (saldo de R$1,9 trilhão) e de 1,9% nas operações com pessoas físicas (R$2,5 trilhões). Na comparação interanual, a carteira total de crédito em setembro registrou alta de 16,0% em relação a setembro do ano anterior, mantendo-se estável em relação ao desempenho ocorrido em agosto deste ano. Nesta mesma base de comparação, o volume de crédito destinado ao segmento empresarial desacelerou, passando de 12,3% para 11,6%, enquanto o crédito destinado às famílias manteve-se em expansão, de 19,0% para 19,4%.

O crédito livre para pessoas jurídicas somou R$1,2 trilhão, altas de 2,9% no mês e de 15,5% em doze meses, destacando-se o aumento sazonal das operações de desconto de duplicatas e outros recebíveis, 8,9%, além de crescimentos em capital de giro de longo prazo, 1,2%, adiantamento de contratos de câmbio (ACC), 4,0%, e financiamento para aquisição de veículos, 3,4%. O crédito livre às famílias totalizou R$1,4 trilhão em setembro, com incrementos de 2,0% no mês e de 21,1% em doze meses, com elevações bem disseminadas ente as modalidades, especialmente nas carteiras de crédito pessoal não consignado, 4,1%, crédito pessoal consignado público, 1,6%, e para aposentados e pensionistas do INSS, 1,3%, financiamento para aquisição de veículos, 1,1%, e operações realizadas por cartão de crédito, 2,2%.

No crédito direcionado, o volume dos financiamentos às empresas atingiu R$691 bilhões em setembro, variações de 1,2% no mês e de 5,5% em 12 meses, com destaque para crédito rural, 5,6%, e financiamentos de investimentos com recursos do BNDES, 0,8%. O estoque de crédito direcionado às pessoas físicas somou R$1,1 trilhão, com elevações mensal de 1,7% e interanual de 17,4%, impulsionado pelos financiamentos rurais, 2,9%, e imobiliários com taxas reguladas, 1,2%.

As concessões nominais de crédito totalizaram R$445,1 bilhões em setembro. Considerando a série com ajuste sazonal, houve expansão de 3,1% no mês, com incrementos de 3,7% nas contratações com o segmento empresarial e de 0,5% com as famílias.

O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do SFN, atingiu 17,7% a.a., elevando-se 0,2 p.p. no mês e 0,3 p.p. na comparação com igual mês do ano anterior. No crédito livre não rotativo, o ICC situou-se em 23,3% a.a., variações de 0,2 p.p. no mês e de 0,3 p.p. na comparação interanual. O spread geral do ICC situou-se em 12,2 p.p., com estabilidade no mês e na comparação interanual.

A taxa média de juros das concessões de crédito do SFN atingiu 21,6% a.a. em setembro, com altas de 0,5 p.p. no mês e de 3,5 p.p. em doze meses. O spread bancário situou-se em 14,5 p.p., permanecendo estável no mês e elevando-se 0,2 p.p. em comparação a setembro de 2020.

No crédito livre, a taxa média de juros atingiu 30,6% a.a. no mês, com altas de 0,8 p.p. no mês e de 4,8 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior. No crédito livre às empresas, a taxa média de juros situou-se em 17,1% a.a., com incrementos de 0,9 p.p. no mês e 5,6% em doze meses, com movimento disseminado entre as modalidades e destaque para as elevações em cheque especial, 7,1 p.p., capital de giro superior a 365 dias, 1,6 p.p., e financiamento para aquisição de veículos, 1,1 p.p. Para as famílias, a taxa de juros das concessões atingiu 41,3% a.a., com incrementos de 0,5 p.p. no mês e 3,2 p.p. em 12 meses, destaque para a alta de taxas do cartão de crédito rotativo, 3,7 p.p.

A inadimplência continuou estável no mês, 2,3%. No crédito livre houve estabilidade da inadimplência nos dois segmentos, enquanto no direcionado o segmento de empresas apresentou redução de 0,3 p.p.

Agregados monetários

Em setembro, a base monetária atingiu R$403,7 bilhões, decréscimo de 0,7% no mês e de 1,2% em doze meses. No mês, papel-moeda emitido diminuiu 1,3% e as reservas bancárias aumentaram 2,8%.

Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, foram contracionistas as operações com títulos públicos federais (R$18,7 bilhões, compostos por resgates líquidos de R$93,4 bilhões no mercado primário e compras líquidas de R$112,2 bilhões no mercado secundário), as operações do Tesouro Nacional (R$2,6 bilhões) e as da Linha Temporária Especial de Liquidez e Redesconto (R$ 3,7 bilhões). Impactaram de maneira expansionista as operações do setor externo (R$5,9 bilhões), as com derivativos (R$16,8 bilhões) e os depósitos de instituições financeiras (R$263 milhões, onde se sobressaiu a liberação de recursos de depósitos de depósitos a prazo – R$251 milhões – e o recolhimento de recursos de depósitos de poupança – R$57 milhões).

Os meios de pagamento restritos (M1) atingiram R$609,1 bilhões, recuo de 1,4% no mês, decorrente da diminuição de 1,1% do papel-moeda em poder do público e de 1,6% dos depósitos à vista. Considerando-se dados dessazonalizados, o M1 recuou 2,6% no mês.

O M2 registrou variação de 0,3 no mês, totalizando R$4,1 trilhões. O saldo dos depósitos de poupança recuou 0,1% no período, somando R$1,0 trilhão, após registrar resgates líquidos de R$7,7 bilhões. O saldo dos títulos emitidos por instituições financeiras avançou 0,8%, totalizando R$2,5 trilhões. O M3 avançou 0,3% no mês, totalizando R$8,5 trilhões. O saldo das quotas de fundos do mercado monetário permaneceu estável no período, totalizando R$4,1 trilhões. O M4 registrou recuo de 0,2% no mês, totalizando R$9,0 trilhões. Em 12 meses a variação foi de 9,7%.


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