Em abril, o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$13,6 trilhões (151,6% do PIB), com elevação de 1,3% no mês, segundo dados do Banco Central (BC). A dívida externa aumentou 2,3%, afetada pela depreciação cambial de 3,8%. Na comparação interanual, o crédito ampliado cresceu 10,5%, prevalecendo as elevações da carteira de empréstimos do SFN, 16,6%, e dos títulos de dívida, 14,4%.
O crédito ampliado a empresas atingiu R$4,7 trilhões (51,9% do PIB), com alta de 2,7% no mês, influenciada principalmente pela elevação de 3,6% na dívida externa. Comparativamente a abril de 2021, a expansão de 7,7% do crédito ampliado a empresas refletiu principalmente os aumentos de 35,8% em títulos de dívida e de 10,9% na carteira de empréstimos e financiamentos do SFN.
O crédito ampliado às famílias alcançou R$3,1 trilhões (34,1% do PIB) em abril, com variações de 1,1% no mês e de 20,3% em doze meses, em função do incremento nos empréstimos do SFN.
Operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN)
O saldo das operações de crédito do SFN totalizou R$4,8 trilhões em abril, expansão de 0,8% no mês, com elevações de 0,4% na carteira de pessoas jurídicas (saldo de R$1,9 trilhão) e de 1,1% na de pessoas físicas (R$2,8 trilhões). Em doze meses, o crescimento da carteira total acelerou de 16,5%, em março, para 16,8%, em abril. A carteira de pessoas físicas manteve o crescimento estável em 21,9%, enquanto a de pessoa jurídica apresentou aceleração no mês, passando de 9,5% para 10,2%.
O saldo das operações de crédito com recursos livres às empresas totalizou R$1,3 trilhão em abril, com elevações de 1,0% no mês e de 16,8% em doze meses. Esse resultado evidenciou aceleração em relação ao ocorrido no mês anterior, quando assinalou alta de 15,7% na comparação interanual. Entre as principais modalidades de crédito que contribuíram para o desempenho do segmento de pessoas jurídicas no mês, destacaram-se as operações de adiantamento de contratos de câmbio – ACC, 8,3%, capital de giro com prazo superior a 365 dias, 1,8%, e os financiamentos à exportações, 1,8%.
O saldo das operações de crédito com recursos livres às famílias somou R$1,6 trilhão em abril, com incrementos de 1,8% no mês e de 25,6% na comparação o mesmo período do ano anterior. Por modalidades, destacou-se a expansão na carteira de crédito pessoal consignado para aposentados e pensionistas do INSS, 5,2%, impulsionada pelo aumento recente da margem de consignação.
Destacaram-se ainda os incrementos nas carteiras de crédito pessoal consignado para trabalhadores do setor público, 1,1%, crédito pessoal não consignado, 1,4%, e de cartão de crédito total, 2,0%.
O saldo das operações de crédito direcionado totalizou R$1,9 trilhão em abril, redução de 0,1% no mês e crescimento de 10,3% em doze meses. Por segmento, o crédito direcionado registrou contração nas operações destinadas às pessoas jurídicas (-0,6% no mês e -0,7% em doze meses), somando R$674 bilhões, enquanto nas operações destinadas às famílias o crédito direcionado permaneceu estável no mês, 0,1%, ampliando-se 17,4% em doze meses, ao alcançar R$ 1,2 trilhão.
As concessões nominais de crédito totalizaram R$459,1 bilhões em abril, o que representou elevação de 25,5% no acumulado em doze meses. Nas séries ajustadas sazonalmente, houve comportamentos opostos, com redução mensal nas operações contratadas com pessoas jurídicas, -0,1%, e expansão nas com pessoas físicas, 1,8%.
O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do SFN, atingiu 19,9% a.a., elevando-se 0,4 p.p. no mês e 2,7 p.p. em 12 meses. No crédito livre não rotativo, o ICC situou-se em 26,0% a.a., com variações de 0,3 p.p. em abril e de 3,4 p.p. em 12 meses. O spread geral do ICC aumentou 0,2 p.p. no mês, para 13,2 p.p., acumulando elevação interanual de 1,0 p.p.
A taxa média de juros das concessões de crédito alcançou 27,7% a.a. em abril, com alta mensal de 1,0 p.p. e de 7,3 p.p. em doze meses. No mesmo sentido, o spread bancário das concessões situou-se em 17,6 p.p., com elevações de 0,6 p.p. e de 2,5 p.p. na mesma ordem.
No crédito livre, a taxa média de juros alcançou 38,1% a.a. no mês, com aumentos de 0,7 p.p. no mês e de 8,9 p.p. em doze meses. Nas operações de crédito livre com as empresas, a taxa média de juros situou-se em 22,4% a.a., representando elevações de 0,8 p.p. no mês e de 7,7 p.p. em doze meses, enquanto nas operações livres realizadas com as famílias, as taxas de juros atingiram 50,3% a.a., aumentos de 0,8 p.p. no mês e de 9,0 p.p. em doze meses.
A inadimplência da carteira de crédito do sistema financeiro, que considera os atrasos superiores a 90 dias, registrou alta de 0,1 p.p. no mês ao atingir 2,7%. Esse movimento resultou da elevação de 0,1 p.p. dos atrasos acima de 90 dias no crédito livre, para 3,5%, e da redução de 0,1 p.p. na inadimplência do crédito direcionado, para 1,3%.
Agregados monetários
A base monetária alcançou R$396,5 bilhões no mês de abril, crescimento de 2,8% no mês e redução de 5,6% em doze meses. No mês, o papel-moeda emitido se manteve estável e as reservas bancárias elevaram-se em 16,7%.
Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, impactaram de forma expansionista as operações do Tesouro Nacional (R$2,3 bilhões), as operações com derivativos (R$15,4 bilhões), as operações com títulos públicos federais (R$9,2 bilhões – resgates líquidos de R$39,4 bilhões no mercado primário e vendas líquidas de R$30,2 bilhões no mercado secundário) e as operações do setor externo (R$0,4 bilhões). Apresentaram impactos contracionistas os depósitos de instituições financeiras (R$10,7 bilhões) e as operações de redesconto e linhas de liquidez (R$0,4 bilhões).
Os meios de pagamento restritos (M1) somaram R$602,6 bilhões no mês, apresentando aumento de 1,8% no mês, decorrente do crescimento dos depósitos à vista e do papel-moeda em poder do público, em 0,3% e 3,1%, respectivamente. Considerando-se dados dessazonalizados, o M1 avançou 0,5% no mês.
O M2 registrou crescimento de 1,6% no mês, totalizando R$4,4 trilhões. O saldo dos depósitos de poupança recuou 0,4% no período, somando R$1,0 trilhão, após registrar resgates líquidos de R$9,9 bilhões. O saldo dos títulos emitidos por instituições financeiras avançou 2,3%, totalizando R$2,8 trilhões. O M3 registrou variação de 0,7% no período, totalizando R$9,1 trilhões, refletindo o crescimento do M2 e o crescimento de 0,3% no saldo das quotas de fundos do mercado monetário, que totalizou R$4,4 trilhões. O M4 cresceu 0,8% no mês, totalizando R$9,9 trilhões. Em 12 meses a variação foi de 14,3%.