Em agosto, o crédito ampliado totalizou R$9,9 trilhões (140,9% do PIB), aumento de 2,5% no mês, segundo dados do Banco Central (BC). Entre os seus componentes, o saldo de empréstimos e financiamentos cresceu 1%, o estoque de títulos de dívida, 1,7%, enquanto a dívida externa aumentou 6,8%, refletindo a depreciação cambial do período. Na comparação interanual, o crédito ampliado cresceu 7,4%, destacando-se os títulos de dívida (11,2%), seguido por empréstimos e financiamentos (5,3%) e dívida externa (4%).

O crédito ampliado a empresas e famílias totalizou R$5,6 trilhões (78,8% do PIB), com expansões de 2,6% no mês e de 7,2% em doze meses. No mês, as principais contribuições para o crescimento do crédito ampliado a empresas e famílias foram da dívida externa, 8,5%, impactada pela desvalorização cambial, e dos empréstimos e financiamentos, 0,9%. Na comparação em doze meses, sobressaem os títulos de dívida, com variação de 31,1%.

Operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN)

O saldo das operações de crédito do SFN totalizou R$3,3 trilhões em agosto, aumentando 1,1% no mês, com crescimentos de 1,1% na carteira de pessoas físicas (saldo de R$1,9 trilhão) e de 1% em pessoas jurídicas (saldo de R$1,4 trilhão). Na comparação em doze meses, o crédito total do SFN manteve crescimento de 5,1%, com expansão de 10,7% na carteira das famílias e redução de -1,5% no crédito às empresas.

O crédito livre às pessoas físicas situou-se em R$1 trilhão (+1,4% no mês e +15% em doze meses). No mês, destaque para crédito pessoal consignado e financiamento de veículos.

O crédito livre para pessoas jurídicas somou R$826 bilhões (+1,7% no mês e +8,6% em doze meses), com aumentos em desconto de duplicatas e recebíveis, aquisição de veículos, capital de giro e nas modalidades impactadas pela depreciação cambial, como financiamentos a exportações e repasses externos.

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Em relação ao crédito direcionado, destacaram-se as operações com pessoas físicas, saldo de R$873 bilhões (+0,8% no mês e +6% em doze meses), com ênfase em crédito rural. A carteira de pessoas jurídicas totalizou R$588 bilhões, com variações de +0,1% e -12,9%, respectivamente.

As concessões totais de crédito somaram R$357 bilhões em agosto. Na série com ajuste sazonal, houve expansão mensal de 1,1% (0,5% nas contratações com empresas e 0,2% com famílias). No acumulado do ano, comparado ao mesmo período do ano anterior, as concessões totais cresceram 11,5%, repercutindo evolução das contratações do segmento livre (+12,8%), composto por expansões de 14,2% em pessoas físicas e de 11% em pessoas jurídicas.

O Indicador de Custo do Crédito (ICC), referente ao custo médio de toda a carteira do SFN, atingiu 21,3% a.a. (-0,1 p.p. no mês, +0,6 p.p. em doze meses). No crédito livre não rotativo, o ICC variou -0,3 p.p. e -0,9 p.p. nos mesmos períodos, situando-se em 28,6%. O spread geral do ICC manteve-se em 14,9 p.p. em agosto.

A taxa média de juros das operações contratadas em agosto alcançou 25,1% a.a. (+0,1 p.p. no mês e +0,8 p.p. na comparação interanual). O spread geral das concessões situou-se em 19,8 p.p., variando também 0,1 p.p. no mês.

No crédito livre, a taxa média de juros das concessões alcançou 37,9% a.a. (-0,1 p.p. no mês e estabilidade em doze meses). Nas operações com famílias, o custo médio atingiu 52,1% (-0,1 p.p. no mês), sobressaindo-se as reduções em cheque especial (-11,8 p.p.) e crédito não consignado (-2,6 p.p.) e a elevação no cartão rotativo (+6,9 p.p.). No crédito às empresas, a taxa média atingiu 18,9% (-0,2 p.p. no mês e -1,5 p.p. e, doze meses).

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Excluindo-se as operações rotativas, a taxa de juros do crédito livre situou-se em 28,4% (-0,2 p.p. no mês e -0,9 p.p. na comparação interanual).

Agregados monetários

A base monetária totalizou R$282,6 bilhões em agosto, com acréscimos de 4,2% no mês e de 1,8% em doze meses. No mês, houve crescimentos de 29,7% nas reservas bancárias e de 0,4% no papel-moeda emitido. Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, destacaram-se os ajustes nas operações com derivativos, com impacto expansionista de R$24,5 bilhões. Em contrapartida, destacaram-se as operações contracionistas do setor externo, de R$9,5 bilhões, que refletiram, especialmente, as vendas à vista de moedas estrangeiras, conjugadas com recompra a termo. Adicionalmente, as operações do Tesouro Nacional promoveram contração de R$1,6 bilhão, enquanto as operações com títulos públicos federais, de R$1,4 bilhão.

Os meios de pagamento restritos (M1) atingiram R$370 bilhões em agosto, elevação de 0,7% no mês, destacando-se o aumento de 1,1% no papel-moeda em poder do público. Considerando-se dados dessazonalizados, o M1 cresceu 0,2% em agosto. O M2 alcançou R$2,9 trilhões, com variação de 0,5% no mês, resultado dos aumentos de 0,4% no saldo dos títulos emitidos por instituições financeiras (R$1,7 trilhão) e de 0,5% nos depósitos de poupança (R$810 bilhões).

No mês, ocorreram captações líquidas de R$5,8 bilhões nos depósitos a prazo e de R$1,3 bilhão na poupança. O M3 expandiu-se 0,5% no mês, totalizando R$6,6 trilhões, acompanhando a elevação de 0,8% nas quotas de fundos do mercado monetário, que somaram R$3,5 trilhões. O M4 cresceu 0,9% no mês e 5,9% na comparação interanual, situando-se em R$7 trilhões.

(MR – Agência Enfoque)

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