A CPFL Energia registrou um lucro líquido de R$ 989 milhões no 4T20, representando um crescimento de 15,5% na comparação com os R$ 857 milhões reportados no 4T19, refletindo a melhora do desempenho operacional, notadamente no seu mercado de distribuição e geração.
Com base no resultado o conselho de administração propôs a distribuição de R$ 1,73 bilhão na forma de dividendos; equivalente a R$ 1,501869855/ação, correspondente ao payout de 50%.
O retorno estimado é de 4,9%. Ao preço de R$ 30,77 por ação (valor de mercado de R$ 35,4 bilhões) a ação CPFE3 apresenta queda de 5,5% este ano. O preço justo de R$ 40,00/ação traz um potencial de alta de 30,0%.
Destaques
A companhia observou no 4T20 uma melhora no volume de vendas de energia, com alta de 1,8% em relação ao 4T19, “desconsiderando o impacto do ajuste no calendário de leitura dos clientes do grupo A”. Conforme destacado “o desempenho foi puxado pelos clientes residenciais, que tiveram um crescimento de 5,5% no consumo”.
A receita líquida cresceu 15,6% no 4T20 ante o 4T19 alcançando R$ 9,3 bilhões, acumulando em 2020 uma receita de R$ 30,9 bilhões (+3,2% vs 2019) apesar a redução da 3,1% das vendas de energia em sua área de concessão (impactadas pela queda de 4,9% nas vendas do mercado cativo. Na comparação anual, destaque para o fraco desempenho das classes industrial (-5,6%) e comercial (10,1%), enquanto o consumo residencial subiu 2,9%.
A geração de caixa medida pelo EBITDA somou R$ 1,9 bilhão no 4T20, com alta de 10,4% frente igual trimestre do ano anterior, puxado pelo crescimento de 11,0% do EBITDA no segmento de distribuição (para R$ 1,1 bilhão), seguido de +8,5% no EBITDA de geração que somou R$ 768 milhões – favorecido pelo registro contábil de R$ 140 milhões relacionados à repactuação do risco hidrológico no mercado livre.
O resultado financeiro da companhia no 4T20 correspondeu a uma despesa financeira líquida de R$ 173 milhões; 6,2% maior que os R$ 163 milhões reportados no quarto trimestre do exercício anterior.
No acumulado de 2020, a companhia registrou um lucro líquido de R$ 3,7 bilhões, com crescimento de 34,9% ante 2019 (R$ 2,7 bilhões). A melhora do desempenho financeiro contribuiu fortemente para o resultado; dado que a despesa financeira líquida somou R$ 316 milhões e se compara a despesa financeira líquida de R$ 726 milhões no ano anterior.
O EBITDA consolidado de 2020 somou R$ 6,8 bilhões, com alta de 6,0% em relação a R$ 6,4 bilhões de 2019.
Ao final d dezembro de 2020 a dívida líquida da companhia era de R$ 15,7 bilhões (2,2x o EBITDA) e se compara a R$ 16,8 bilhões em dezembro de 2019 (2,5x o EBITDA). Os investimentos somaram R$ 880 milhões no 4T20 e R$ 2,8 bilhões em 2020 (+24,6%). A companhia ampliou a previsão de investimento até 2025 para R$ 15,2 bilhões (sendo de R$ 3,4 bilhões em 2021).