Ao contrário do primeiro quadrimestre do ano, a produção abundante e com qualidade excelente está fazendo com que as cotações da cenoura despenquem em todo o País. Em São Gotardo (MG), a produtividade subiu 25% entre maio e junho de 2024, em decorrência do clima firme e favorável ao desenvolvimento das raízes. O mesmo cenário é visto também em Cristalina (GO) e Irecê (BA). Vale a ressalva de que, na tentativa de segurar os preços, muitos produtores atrasaram suas colheitas, e as cenouras cresceram a um padrão fora do requerido pelos consumidores, que é o 3A.
A oferta tem sido superior à demanda, justamente em decorrência do maior volume de áreas colhidas, o que tem ocasionado sobras nas roças. No comparativo junho x maio, o preço pago ao produtor recuou quase 55% na região mineira, com média mensal indo de R$ 4,03/kg para R$ 1,82/kg, havendo recuo ainda maior na parcial de julho.
Por conta dos ganhos em produtividade, há diluição dos custos unitários, fazendo com que eles sejam menores ante os meses anteriores. Ainda assim, as cotações reduzidas restringem as margens, e caso os preços pagos continuem em queda, o cenário pode ser de prejuízo aos produtores.
Já em Caxias do Sul (RS), o cenário ainda é de grande dificuldade após a tragédia climática que atingiu o estado. Além do solo erosado e investimentos perdidos, produtores estão tendo dificuldades em colher, plantar e efetuar os manejos necessários, já que as chuvas continuam ocorrendo. Mesmo o volume sendo baixo, a qualidade está completamente comprometida, com muitos problemas de mela, pinta e podridão. Tal cenário inviabiliza a operação de diversas lavouras, o que tem feito com que diversos produtores deixem a atividade – ao menos no curto prazo.Notícia publicada originalmente em: https://ruralnews.agr.br/agricultura/cenouras/cotacoes-da-cenoura-despencam-e-restringem-margens