O grupo Cosan divulgou seus números referentes ao 4T20, com destaque para as operações da Raízen Energia que apresentaram um bom desempenho de vendas de açúcar e etanol. Além disso, a companhia divulgou uma reestruturação do seu reporte com objetivo de facilitar e ampliar o entendimento da forma como a Raízen captura valor na sua cadeia de atuação. Nesse sentido, a divisão de segmentos passa a ser: Downstream & Proximidade, Açúcar e Renováveis, substituindo a antiga divisão entre Raízen Energia e Raízen Combustíveis.
Entre os principais pontos, destacamos:
• O grupo apresentou EBITDA de R$ 1,9 bilhão (+39%) e R$ 629 milhões de lucro líquido no período. A geração de caixa ficou em R$ 258 milhões. No acumulado do ano, o EBITDA ficou em R$ 5,9 bilhões (+5% em relação a 2019) e o lucro líquido apresentou queda de 47% para R$ 846 milhões com impacto da desvalorização do real sobre o dólar. A alavancagem se manteve estável em 2,7x dívida líquida/Ebitda;
• Na operação Downstream & Proximidade, destaque para a operação brasileira, em que o trimestre continuou a apresentar uma recuperação dos volumes de combustível; o EBITDA atingiu R$ 619 milhões no 4T20, avanço de 4% no trimestre, com destaque para o ciclo Otto (+18%). No ano, o EBITDA acumulada queda de -31% e foi de R$ 1,9 bilhão. Na Argentina os resultados também mostraram uma recuperação importante;
• No segmento Agroindunstrial, o processamento de cana no trimestre totalizou 12 milhões de toneladas (-2%), atingindo uma moagem na safra de 61,4 MM/ton. Na operação de açúcar o EBITDA foi de R$ 806 milhões, com preços 34% maiores do que os do 4T19. Em Renováveis (etanol) o Ebitda apresentou crescimento expressivo de 67% no período para R$ 751 milhões;
• Na Compass, o Ebitda apresentou leve queda de -3% na comparação trimestral para R$ 495 milhões, com impacto negativo da marcação a mercado das operações de comercialização de gás. Enquanto que o resultado da Comgás apresentou avanço de +35% no período;
• Por fim, a Moove mostrou crescimento robusto de 68% no seu EBITD; atingindo R$ 143 milhões, com avanço de 18% nos volumes vendidos no período.
Impacto: Marginalmente Positivo. Os resultados da Cosan seguem surpreendendo o mercado, principalmente nas operações de Açúcar e Renováveis, em função dos preços mais altos das commodities no mercado internacional, além disso, o bom desempenho da Comgás e Moove ajudaram a companhia a apresentar um bom resultado no período. No lado negativo, os volumes de combustíveis ainda devem apresentar uma recuperação lenta em 2021, com guidance divulgado pela companhia abaixo do esperado pelo mercado. Seguimos com visão positiva para o ativo, com preço alvo em R$ 95,00; pautado pelo bom desempenho operacional e perspectiva de avanço da companhia em ativos de gás e refino.