A Marfrig confirmou na noite de sexta-feira a aquisição de aproximadamente 24,23% de participação na BRF. Enquanto negociava, o controlador da Marfrig, Marcos Molina abordou a controladora da Minerva.
A transação teve como ponta vendedora a Previ, o fundo de pensão do Banco do Brasil, que vendeu um terço da fatia de 9,16% da BRF levantando R$ 651 milhões, a gestora Kapitalo Investimentos, que possui 5% da empresa e ainda outros acionistas com participações menores. A operação que movimentou cerca de R$ 3,2 bilhões; foi feita por meio de leilão em bolsa com recursos diretos de caixa que a Marfrig tinha disponível.
Ela ainda na terça-feira possuía apenas 5% da BRF; sendo que uma parcela era referente a ADR como forma de evitar suspeitas de qualquer grande movimentação. Já na quarta, a empresa adquiriu uma parte do fundo de pensão em leilão.
Em comunicado, a Marfrig afirmou que “a aquisição (…) visa diversificar os investimentos da Marfrig em um segmento que tem complementaridades com seu setor de atuação numa empresa onde a administração vem realizando uma reconhecida gestão”. A empresa ainda afirmou que pretende atuar de forma passiva na administração da BRF.
A participação da Marfrig na BRF é menor do que a determinada no estatuto da dona da Sadia, que obriga qualquer investidor que adquire um terço da companhia a fazer uma oferta a todos os acionistas com 40% do prêmio, mecanismo conhecido como poison pill.
Antes da operação desta sexta-feira, as empresas já haviam discutido uma possível aquisição da BRF pela Marfrig, mas interromperam as negociações em julho de 2019.
Impacto: Positivo. As diversas operações decompra realizadas pela Marfrig na semana passada é um indicativo que alguma fusão entre os dois players poderia acontecer em breve com alto potencial sinérgico, com presença em todos os segmentos de proteína animal. A compra deve diminuir a volatilidade da frigorifico por meio de diversificação, visto que a Marfrig possui concentração no setor de carne bovina; que possui correlação inversa ao mercado de aves, um dos segmentos fortes da BRF, além do suíno e Halal. Além disso, a Marfrig possui exposição ao mercado norte-americano, enquanto a BRF tem maior foco no Brasil.