O avanço da Covid-19 no mundo, que ontem atingiu a marca de 90 milhões de casos e se aproximou de 2 milhões de mortes, provoca cautela nos mercados na manhã de hoje. Apesar do avanço da vacinação em alguns países (o Reino Unido, por exemplo, anunciou que pretende vacinar todos os adultos do país até o outono), o pessimismo com a doença e com novas medidas restritivas fala mais alto neste início de semana – a China ontem, por exemplo, anunciou novos lockdowns para algumas regiões do país.
Por aqui, somam-se ao movimento externo novos ruídos políticos, depois que o presidente da Câmara dos Deputados voltou a atacar o presidente Jair Bolsonaro pelas redes sociais. Além disso, o país também passa por um forte aumento no número de casos da doença, o que junto com a falta de uma data oficial para o início do programa de vacinação também deve pressionar o Ibovespa.
Na agenda do dia, a inflação ao consumidor da China (CPI) subiu 0,7% em dezembro na comparação mensal, levando o acumulado do ano a 2,5%. Ainda por lá, a inflação ao produtor (PPI) subiu 1,1% no mês de dezembro, encerrando o ano com uma deflação acumulada de 1,8%. Ao longo da semana, ainda, uma série de indicadores relevantes serão anunciados, como o livro bege do Fed e a fala de diversos dirigentes dos principais bancos centrais do mundo. Por aqui, destaque para o IPCA referente ao mês de dezembro, com divulgação prevista para amanhã.
Há pouco, as principais bolsas europeias operavam em queda, com Londres em baixa de 0,46% e Frankfurt cedendo 0,50%. Em Nova York o comportamento era semelhante, com Dow Jones e S&P futuros cedendo, respectivamente, 0,62% e 0,58%. O movimento de risk off atingia também o dólar, que operava em alta frente às principais divisas, podendo impactar o comportamento da curva de juros por aqui.
Helena Veronese
Estrategista-chefe da Consulenza, plataforma de investimentos.