Motivos não faltam para a semana que se inicia hoje contar com volatilidade e aversão ao risco: além da votação da PEC emergencial, que na semana passada foi aprovada no Senado e agora será votada na Câmara dos Deputados, o avanço da pandemia no Brasil mantém o cenário dramático do ponto de vista sanitário. Ao mesmo tempo em que a nova variante se espalha pelo território e aumenta o número de casos da doença, diversos estados já relatam saturação total do seu sistema de saúde e a vacinação ainda avança a passos lentos. Lá fora, as expectativas por números de inflação, em particular nos EUA, devem fazer com que os juros das Treasuries sigam pressionados e, por consequência, manter o dólar forte no cenário global.
Na agenda do dia, a produção industrial da Alemanha frustrou as expectativas ao cair 2,5% no mês de dezembro (vs. crescimento esperado de 0,2%). Na China, as exportações cresceram 60,6% entre janeiro e fevereiro de 2021 na comparação com igual período do ano anterior, o melhor resultado dos últimos 25 anos e acima dos 40% esperados. Além disso, as importações cresceram 22%.
No noticiário corporativo, o dia começa com poucas novidades. A temporada de balanços será retomada após o fechamento do mercado com os números de Magazine Luiza (MGLU3), Marfrig (MRFG3), Petz (PETZ3) e Santos Brasil (STBP3). A Arco Educação, empresa brasileira listada na Nasdaq, anunciou a aquisição dos sistemas de ensino COC e Dom Bosco, da Pearson, por R$ 920 milhões. A aquisição também interessava à Cogna (COGN3), que viu sua rival se consolidar na liderança do segmento. E por falar em Nasdaq, segundo o Estadão, é lá que o PicPay, do grupo J&F, fará o seu IPO, ainda no primeiro semestre desse ano.
Há pouco, as bolsas europeias operavam em alta, com Londres subindo 0,25% e Frankfurt com ganhos de 1,24%. Em Nova York a manhã era de cautela e, há pouco, Dow Jones e S&P futuros cediam 0,06% e 0,57%, respectivamente.
Helena Veronese
Estrategista-chefe da Consulenza, plataforma de investimentos