A habitação sempre foi pedra no sapato na vida do brasileiro e dos governos. Ter onde viver seria tão simples considerando a expansão do mercado imobiliário que esteve em elevação cinco anos seguidos, permanecendo estável em 2022, mas sem perdas. O direito à moradia é constitucional e o Brasil tem um déficit habitacional absurdo de 5,8 milhões, de acordo com informações divulgadas pelo Ministério de Desenvolvimento no ano passado, sem falar que 8 milhões de famílias estão nas ruas segundo os movimentos sociais. Mas para que esse cenário seja menos desolador é preciso que o crescimento econômico retorne, pois o setor da construção civil dança conforme a música e a música, neste caso, é o reaquecimento na economia do país e o fim das incertezas sobre a política fiscal. Entretanto, no geral, o otimismo está prosperando.
Construção civil
São essas questões, segundo os analistas do BB Investimentos, juntamente com a falta de clareza sobre as perspectivas inflacionárias após fim dos subsídios dos combustíveis, e a discussão sobre nova meta de inflação, que trouxeram mais cautela para os investidores locais e estrangeiros neste setor.
Bem, o IBOV fechou o mês com variação de -7,49%, contra um IMOB mais resiliente que encerrou em -4,64%, influenciado, principalmente, pelo anúncio do novo Minha Casa Minha Vida (MCMV), relançado em 14 de fevereiro pelo Governo Federal, que na opinião dos analistas, trouxe mais expectativas que informações.
No anúncio, foram divulgados ajustes de faixas de renda e principalmente a volta do faixa 1, que antigamente era subsidiado pela União. As principais companhias do setor que atuam nesse segmento estão aguardando novas informações sobre o programa, principalmente sobre Funding, que no passado foi ponto de discussão após atrasos de pagamentos.
O Nível de Atividade segue pressionado conforme o BB, mas expectativas reverteram e projetam meses melhores à frente, justificadas pelos ajustes do MCMV.
