Desta seleta lista fazem parte grandes corporações como Bradesco, Cielo, Eletrobras, Petrobras, Suzano e várias outras, em um total de 14 companhias.

De Plurale

O Conselho Consultivo do GRI no Brasil divulgou lista de empresas mais transparentes em sustentabilidade. Desta seleta lista fazem parte grandes corporações como Bradesco, Cielo, Eletrobras, Petrobras, Suzano e várias outras, em um total de 14 empresas (lista completa abaixo).

Para a elaboração do levantamento, o Conselho Consultivo da GRI no Brasil contou com a parceria técnica da Resultante Consultoria, que elaborou e aplicou o filtro de avaliação, e da Walk4Good, que fez o monitoramento de mídia que subsidiou a segunda análise de controvérsias.

As empresas que compõe a seleta lista são:


Banco do Brasil

Itaú Unibanco

Bradesco

BRF

CEMIG

Cielo

CPFL

EDP

Eletrobrás

Engie

Natura

Petrobrás

Renner

Suzano


A pesquisa foi realizada com base na avaliação de relatórios anuais, integrados e de sustentabilidade de mais de 70 companhias a partir de critérios como clareza e confiabilidade. Dentre os pontos avaliados estão: divulgação do relatório de sustentabilidade em momento oportuno, avaliação por uma instituição independente e coerência em relação ao que se divulga em releases ou no Formulário de Referência enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Todos os critérios usados na análise foram vinculados aos princípios da GRI.

Em 2020 a GRI criou o Conselho Consultivo da GRI no Brasil, tendo Sonia Consiglio Favaretto como chair desse órgão. É um conselho independente do qual é esperado inputs para fortalecer a atuação da GRI aqui no Brasil. Um desafios era tb o Observatório da Transparência – cuja primeira análise foi divulgada hoje.

Em entrevista à Plurale, Sonia Consiglio Favaretto (foto) explicou a metodologia e a relevância desta pesquisa. “É um prazer muito grande hoje em nome do conselho poder oferecer o observatório ao mercado. Precisamos de referências, precisamos destacar benchmarkings, boas práticas, porque isso valoriza quem está fazendo bem e qual a jornada para quem precisa avançar. Através do recém criado observatório da transparência, que começa com essa primeira lista de empresas para valorizar quem está tendo melhor aderência aos princípios GRI.”



A pesquisa partiu da lista das 100 maiores empresas no Brasil e relatos ESG da KPMG. Dessa, destacamos 73 empresas com relatório ESG (anual, integrado ou de sustentabilidade) no país. Em seguida, foram aplicados filtros desenvolvidos com base nos 10 princípios da GRI (GRI Standards, 2016), a saber:

Comparabilidade (critério eliminatório): informações do relatório devem ser comparáveis de um ano para outro. Considerou-se para a pesquisa as companhias que tivessem reporte há pelo menos 3 anos;
Tempestividade (critério eliminatório): as informações, por meio do relatório, devem ser disponibilizadas em tempo apropriado para as partes interessadas tomarem decisão. Para a pesquisa, considerou-se as que tenham lançado o relatório até o primeiro semestre do ano seguinte ao ano base da publicação (ou seja, até 30 de junho de 2021);
Confiabilidade (critério eliminatório): a organização relatora deve evidenciar as informações e processos que utilizou para elaborar o relatório. Para a pesquisa, considerou-se as que realizaram verificação externa;
Materialidade (critério eliminatório): metodologia utilizada para identificação de temas materiais para a organização e seus stakeholders, além da frequência pela qual são revisadas;
Contexto (critério eliminatório): como a empresa apresenta suas metas e compromissos de sustentabilidade e em consonância com os temas materiais;
Equilíbrio (critério classificatório): a organização relatora deve apresentar de forma clara os impactos positivos e negativos resultantes de sua atuação;
Completude (critério classificatório): o relatório deve abordar todos os tópicos materiais, levando em consideração os impactos ocorridos dentro e fora da organização;
Exatidão (critério classificatório): informações reportadas devem ser precisas e detalhadas para que as partes interessadas possam tomar decisão de forma pragmática;
Inclusão de stakeholders (critério classificatório): como a organização relatora envolve as partes interessadas no relatório; e
Clareza (critério classificatório): informações devem ser apresentadas de forma clara e compreensível.

Em seguida, avaliou-se as empresas por meio de uma comparação entre o conteúdo dos relatos ESG e informações publicadas na mídia, especialmente, acerca de temas controversos.

A metodologia do filtro aplicado foi avaliado e aprovados pelo Conselho Consultivo da GRI e por um Comitê Técnico externo formado pelos seguintes especialistas: Alice Erthal (COPPEAD-UFRJ), Professor Arão Sapiro (Consultor, professor e autor especializado em gestão estratégica), Daniela Manole (Instrutora certificada pela GRI Amsterdã; conselheira de administração), João Redondo (coordenador da Comissão de Sustentabilidade do IBGC e instrutor dos cursos do instituto) e Ricardo Zibas (sócio líder em Sustentabilidade ERM).


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Além dos relatórios – Raio X

Das 14 empresas no Observatório da Transparência, 9 já têm algum comitê de assessoramento ao conselho de administração relacionado ao ESG/Sustentabilidade e 1 com instalação aprovada recentemente pelo seu board;
Ao analisar o segmento de listagem em bolsa, 9 estão no Novo Mercado (NM) e os demais nos níveis 1 e 2 de governança corporativa;
Quanto à participação no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3, 13 fazem parte dessa carteira teórica de ativos.
Princípios que reprovaram mais empresas na fase eliminatória
– Tempestividade 20%
– Confiabilidade 18%
Maiores pontuações na fase classificatória (soma de todas as avaliações)
– Completude
– Clareza
Menores pontuações na fase classificatória
– Equilíbrio
– Inclusão das Partes Interessadas
Conselho Consultivo da GRI

O Conselho Consultivo da GRI no Brasil foi constituído em 2020 e tem como objetivo auxiliar a entidade no país com recomendações e aconselhamentos estratégicos para fortalecer a transparência empresarial no país. O Observatório da Transparência é uma das atribuições do colegiado uma vez que a própria GRI não pode, por estatuto, proceder avaliações de relatos. A atual composição do Conselho Consultivo conta com nomes relevantes do mercado, representantes de entidades e da academia, a saber:

Sonia Consiglio Favaretto (Presidente do Conselho Consultivo) – Conselheira de Administração, SDG Pioeneer;
Adriana Leles – Membro do Conselho de Stakeholders da GRI Amsterdã;
Caio Magri – Instituto Ethos;
Carlo Pereira – Comitê Brasileiro do Pacto Global;
Celso Lemme –COPPEAD UFRJ;
Ciro Reis – Imagem Corporativa;
Fabio Alperowitch – FAMA Investimentos;
Heloisa Bedicks – Conselheira de Administração;
José Roberto Kassai – FEA/USP;
Marcelo Seraphim – UNPRI;
Pedro Melo – IBGC;
Nilton Freitas – BWINT;
Rebeca Lima – CDP;
Tatiana Araujo – Consultora e membro do Conselho de Stakeholders da GRI Amsterdã;
Valéria Café – IBGC;
Eduardo Dumans – Constellation;
Jose Doherty- ANBIMA
Luiz Fernando Guggenberger – Conselheiro de Administração no GIFE
O conselho ainda conta com uma observadora convidada: Marina Grossi (CEBDS e membro do conselho deliberativo da GRI Amsterdã).