A Fundação Getulio Vargas (FGV) anunciou que o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 2,6 pontos em fevereiro, para 87,8 pontos, o menor valor desde maio de 2019. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 0,6 ponto.
‘A perda de confiança pelo segundo mês consecutivo decorre de piora nas expectativas para os próximos meses. Apesar da reversão da piora na percepção sobre a situação no momento ocorrida no mês passado, há ainda um longo caminho de recuperação. As perspectivas menos favoráveis sobre a situação financeira familiar dos consumidores de renda mais baixa estão relacionadas ao mercado de trabalho, e para os consumidores com renda mais alta, ao aumento de incerteza econômica, e à alta do câmbio, levando-os a postergar consumo’, afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora das Sondagens.
Em fevereiro, as avaliações sobre o presente melhoraram enquanto as expectativas em relação aos próximos meses pioraram. O Índice de Situação Atual (ISA) aumentou 2,2 pontos, para 80,9 pontos, o maior nível desde janeiro de 2015 (81,6 pontos), enquanto o Índice de Expectativas (IE) caiu pelo segundo mês consecutivo, variando -5,7 pontos de janeiro para fevereiro, retornando ao mesmo patamar de julho de 2018 (93,2 pontos).
Entre os quesitos que integram o ICC, o indicador que mede a intenção de compras de bens duráveis nos próximos meses, pelo segundo mês consecutivo, foi o que mais influenciou na queda da confiança ao cair 12,0 pontos, para 64,3 pontos, o menor nível desde dezembro de 2016 (63,4 pontos), acumulando perda de 17,4 pontos nos últimos dois meses.
O resultado parece estar sendo influenciado por uma revisão das expectativas em relação a economia nos próximos meses e um menor otimismo com relação a situação financeira das famílias e do emprego. O indicador que mede as perspectivas sobre as finanças familiares piorou pelo segundo mês consecutivo, com queda de 1,7 ponto para 99,2 pontos, retornando para nível abaixo do neutro. O indicador que mede as expectativas sobre economia nos próximos meses recuou 2,6 pontos, após três meses de alta, mas ainda se mantem em patamar superior aos 100 pontos.
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Houve perda de confiança para consumidores de todas as classes de renda, principalmente para aqueles com renda familiar mensal acima de R$ 9,6 mil, cujo índice de confiança recuou 3,0 pontos. Com exceção das famílias de menor poder aquisitivo (até R$ 2,1 mil), a queda do ICC foi influenciada pela redução no ímpeto de compra de bens duráveis.
(MR – Agência Enfoque)
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