Diante das dificuldades enfrentadas por produtores e compradores de café para se obter espaço em armazéns, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) disponibiliza serviços que podem ajudar essa cadeia produtiva. A pressão de demanda por estocagem gerada pela combinação de colheita acelerada de uma safra volumosa – a segunda maior da história – com a relativa lentidão das exportações e também do consumo interno, devido à pandemia, tem provocado problemas no escoamento.

Um dos apoios oferecidos pela Conab são as informações do Sistema de Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras (Sicarm). A ferramenta, disponível no site da Conab, informa quais empresas possuem armazéns disponíveis em todo o País. O cadastro é atualizado constantemente e oferece detalhamento por região. O sistema também mostra a situação cadastral da empresa junto à Conab, o que dá mais segurança na hora da contratação do serviço de armazenagem.

Outra opção aos cafeicultores neste momento é a contratação dos serviços das próprias Unidades Armazenadoras (UAs) da Companhia. As UAs e seus respectivos volumes disponíveis para armazenagem em Minas Gerais são: Campos Altos e Perdões têm espaço para receber 9,5 mil toneladas cada uma; São Sebastião do Paraíso, 10 mil t; Uberlândia comporta mais 18 mil t e Varginha, 7,4 mil t.

Em São Paulo, onde os armazéns são frequentemente ocupados também por outros produtos, a dificuldade para encontrar espaço é maior. Nesse estado, a Conab dispõe ainda de capacidade para armazenamento de 4,2 mil toneladas na unidade de Bernardino de Campos, embora a de Garça esteja lotada.

Comparando a colheita prevista e o espaço disponível para armazenagem em importantes áreas cafeeiras, a equipe da Conab aponta que, em São Paulo, nas microrregiões de Franca, Amparo e Marília, e em algumas localidades de Minas Gerais, deve-se ter atenção.

Conforme dados da Conab, produtores já venderam cerca de 60% da atual safra. Os preços estão cerca de 30% acima dos patamares do mesmo período de 2019, puxados pelo dólar valorizado. Mas o escoamento também tem sido afetado pela concorrência nos portos com outros produtos, que tiveram os embarques alavancados pelo dólar remunerador. O volume de café arábica verde exportado de janeiro a agosto foi 5,2% menor que no mesmo período de 2019, o que representa 1,14 milhão de sacas a menos no período.

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