Ranking de Ações: CNTO3 em último lugar com baixa semanal de -1,90%.
Qual ação estará no topo do Ranking?
A sua será a líder ou ficará na lanterna?
🌎 CENÁRIO EXTERNO
Avante estímulos
Mercados
Mercados asiáticos encerraram a sessão com desempenhos majoritariamente negativos. Na zona do euro, o Stoxx 600, índice que traça a evolução de diversos ativos ao redor do continente, opera acerca da estabilidade, enquanto futuros em NY ensaiam um movimento de abertura positivo. Enquanto isso, o dólar segue ganhando força contra seus principais pares e, no plano das commodities, ativos se movimentam na direção contrária, registrando leve desvalorização. Destaque para o preço do petróleo (Brent Crude) que, ao operar em alta de 0,40%, está sendo negociado em torno dos US$ 58,70 por barril.
Biden e estímulos
Em reunião com líderes democratas ontem, o presidente americano voltou a reforçar a sua intenção implementar uma nova rodada de estímulos à economia americana. Logo após membros do partido democrata, com o apoio dos 50 senadores presentes na Casa Alta, deram sequência ao processo de reconciliação orçamentária, que permite a aprovação do pacote no Senado com uma maioria simples. Como mencionamos em outra oportunidade, esta situação de fato de concretizou, aumentando consideravelmente as chances de aprovação de um pacote em um futuro próximo. Ainda que positivo, o movimento pode ser recebido pelos republicanos como uma negação do bipartidarismo, podendo ter consequência para aprovação de medidas futuras. Vamos acompanhar…
A volta de Draghi
Mario Draghi aceitou o convite do presidente italiano, Sergio Mattarella, para formar um novo governo de união após as recentes turbulências políticas do país. O presidente do país europeu estendeu o convite a Draghi após uma tentativa falha, por parte de Giuseppe Conte, primeiro ministro, de criar uma coalizão governamental que, no final das contas, desembocou, causando uma crise institucional na terceira maior economia da zona do euro.
Sobre Draghi
De renome internacional e altamente respeitado no seu país de origem, Draghi é um lendária ex-banqueiro central que chefiou o Banco Central Europeu durante a crise da dívida na zona do euro. Cunhou o termo “whatever it takes” (o que for necessário, em inglês) na época, prometendo toda e qualquer ação ao seu alcance como chefe da autoridade monetária para garantir que a união monetária não colapsasse. Com caráter fortemente pró União Europeia, a convocação do ex-presidente do BCE vem para trazer um alívio aos mercados da região. Em momentos de crise sem precedentes como o atual, ter alguém como Draghi à frente do palco político tomando decisões técnicas e gerenciando apropriadamente as expectativas é extremamente valioso.
Economia europeia
As vendas no varejo europeu aceleraram na leitura de dezembro para uma alta de 2,0% após queda de 5,7% na leitura de novembro. Com isto, o índice registrou variação interanual de -2,2% para ligeiros 0,60%. A Alemanha registrou leve queda na comparação interanual (-1,1%), enquanto a França demostrou relevante expansão na mesma base de comparação (9,1%). O dado, assim como tantos outros divulgados anteriormente, faz jus à necessidade de dar celeridade à implementação do pacote de gastos pan-europeu. Os dados de janeiro, por conta da ausência do pacote e agressivo avanço do vírus com manutenção de lockdowns; continuarão registrando a dificuldade vivida pela economia europeia.
Na agenda
Como destaque da agenda econômica, o investidor se atenta a mais uma divulgação dos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA. O indicador deve registrar nova queda de 847 mil pedidos semanais para 830 – nível ainda bastante elevado. O contínuo e agressivo avanço do vírus, mesmo em meio ao início da vacinação, segue colocando pressão sobre o mercado de trabalho e mantendo a taxa de desemprego em patamar historicamente elevado de 6,9%.
CENÁRIO BRASIL
Lira e Pacheco querem retorno do auxílio emergencial
Lira, Pacheco e o auxílio
Após reunião tida ontem, os novos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), divulgaram um comunicado que estabelece o retorno do auxílio emergencial como uma pauta prioritária no início de seus respectivos mandatos a frente das mesas diretoras do Congresso. O comunicado também destaca as reformas administrativa e tributária, além das PECs emergenciais, dos fundos públicos e do pacto federativo. O destaque dado ao retorno do auxílio vai na contramão das declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro Paulo Guedes (Economia) em torno da viabilidade fiscal do retorno do programa. O comunicado demonstra a crescente pressão que surge do Legislativo por uma ressuscitação do programa, que custou R$ 293 bilhões aos cofres públicos em 2020; cifra que representa mais que a metade de todos os recursos destinados ao enfrentamento da crise sanitária.
Governo envia lista de prioridades
O governo também editou a sua própria lista de pautas prioritárias e a enviou aos novos presidentes do Legislativo. Em relação às reformas, existe convergência entre os poderes; mas a lista de 35 itens do Executivo inclui vários itens não citados por Lira e Pacheco, além de não fazer menção do auxílio emergencial. Entre os itens que não constam na lista do Legislativo, se destaca a desestatização da Eletrobras, que o governo ainda espera acelerar por meio de uma medida provisória, e a pauta de costumes conservadores, que abrange projetos relacionados à posse de armas de fogos e ensino doméstico, entre outros.
Queda de popularidade também favorece retorno do auxílio
Além da pressão advinda dos seus recém-empossados aliados no Congresso; pesquisas sugerem que o fim do auxílio emergencial reduziu a popularidade e aprovação do governo Bolsonaro. Segundo enquete realizada pelo PoderData, a aprovação do presidente Jair Bolsonaro caiu 12 pp (52% > 40%) entre a segunda quinzena de dezembro e o início de fevereiro, período durante o qual o programa foi extinguido. Quedas ainda mais acentuadas entre os mais pobres e na região do Nordeste, a mais beneficiada pelo auxílio, sugerem que o término do programa assistencialista foi um dos principais fatores responsáveis pela redução na aprovação do governo.
O auxílio e o teto
Devido a restrições orçamentarias que voltaram a ter vigência após o fim do estado de calamidade pública, será praticamente impossível reinstituir a distribuição do auxílio emergencial na mesma escala de 2020. Mesmo que o programa seja retomado em 2021 de forma mais modesta – com escopo e periocidade reduzidas – a política assistencialista dificilmente caberá no espaço que resta dentro do teto de gastos. Em vista da declaração conjunta dos novos presidentes do Legislativo e alertas de entidade como o Fundo Monetário Internacional, que destacou o fim precoce do auxílio como como um possível obstáculo à retomada econômica, a única alternativa do governo aparenta ser uma reformulação do Bolsa Família.
PEC emergencial como contrapartida
Esse assunto foi discutido exaustivamente na segunda metade do ano passado – período em que o governo ensaiou a criação do Renda Brasil/Cidadã – mas as lideranças do governo e a equipe econômica não foram capazes de formular um plano de financiamento satisfatório para a expansão assistencialista que não incluía cortes a outros programas sociais e não driblava o teto de gastos. No momento, a solução mais viável aparenta vir por meio da PEC emergencial; que poderia criar uma contrapartida fiscal para os novos gastos com cortes de gastos associados ao funcionalismo público.
Na agenda
Aqui no Brasil, a agenda econômica conta com mais um leilão tradicional de títulos públicos (LTN, LFT e NTN-F) por parte do Tesouro Nacional. Adicionalmente a Anfavea divulga a leitura de janeiro das vendas de veículos.
E os mercados hoje?
Por conta dos desenvolvimentos positivos relacionadas à política fiscal americana e política do continente europeu, ativos internacionais devem dar sequência aos movimentos de teor positivo. Internamente, o índice Bovespa deve, como de costume, surfar o bom humor dos mercados internacionais. A apresentação das pautas prioritárias por parte do governo pode dar algum fôlego adicional aos ativos, pois aponta na direção da retomada das conversas em torno dos ajustes macroeconômicos que dão sequência ao movimento de recuperação econômica.