A companhia iniciou o ano de 2020 com boa performance nos meses de janeiro e fevereiro; percebendo demanda consistente por lojistas e consumidores, refletidas em melhores taxas de ocupação e vendas.

Entretanto, na segunda quinzena de março fecharam temporariamente todos os nossos shoppings ao público em decorrência dos impactos da COVID-19, mantendo apenas em funcionamento atividades essenciais e operações de delivery.

Desde então, o foco da BR Malls tem sido (i) reforçar medidas visando segurança/saúde de consumidores e funcionários; (ii) apoiar a continuidade das operações de nossos lojistas; (iii) fortalecer a posição financeira e liquidez da Companhia; (iv) acelerar o rollout das iniciativas de omnicanalidade; (v) apoiar as comunidades no entorno de nossos shoppings.

Até o momento, retomaram a operação de 11 shoppings, ativos esses que representam aproximadamente 30% do NOI core da Companhia.

Nos últimos 3 anos, a empresa adotou algumas estratégias que começaram a surgir efeito:

• Melhoraram o portfólio, diminuindo a exposição em ativos non-core e aumentando a exposição em ativos core. Isso os proporcionou mais força comercial e foco do management em ativos de maior qualidade e nos quais somos proprietários;

• Desenvolveram a omnicanalidade, permitindo com que os lojistas utilizassem os click & collect, ship from store etc.

Entre os principais destaques, estão:

• Vendas mesmas lojas (SSS) e o aluguel mesmas lojas (SSR) apresentaram crescimento de 4,3% e 7,4%, respectivamente, considerando o acumulado dos primeiros 2 meses de 2020, e redução de 13,0% e 8,9% no trimestre, devido às restrições de funcionamento dos shoppings no mês de março;

• As vendas totais do portfólio core registraram crescimento de 6,9% no 2M20 e redução de 10,5% quando consideramos o 1T20 completo;

• Devido a política comercial adotada no cenário de pandemia, mantiveram os indicadores de inadimplência bruta e líquida em linha com valores registrados no primeiro trimestre de anos anteriores, atingindo, respectivamente, 7,8% e 4,9%, e uma taxa de ocupação média em 96,9%, maior patamar para um primeiro trimestre desde o 1T15;

• A receita líquida no trimestre totalizou R$ 296,0 milhões, registrando um crescimento de 1,9%, quando excluídos os shoppings vendidos, resultado que já considera a redução de 50% no valor do aluguel mínimo referente ao mês de março;

• Como consequência da redução da receita líquida, o NOI alcançou R$ 258,2 milhões, variação negativa de 2,0% em relação ao 1T19 ex-vendas, e o EBITDA Ajustado atingiu o valor de R$ 206,8 milhões, redução de 4,8%
quando comparado ao 1T19 ex-vendas, impactado também por efeito não recorrente em equivalência patrimonial, referente a aumento de capital no Delivery Center;

• Totalizando R$ 20,1 milhões, as despesas gerais e administrativas do primeiro trimestre apresentaram redução de 32,3% ante o 1T19;

• Neste trimestre, o EBITDA Ajustado alcançou R$ 206,7 milhões, redução de 4,8% ante o 1T19 quando excluídos os shoppings vendidos, o que representa uma margem EBITDA Ajustado de 69,8%, 4,9 p.p. abaixo da margem do 1T19. Desconsiderando esse efeito, a redução do EBITDA Ajustado foi de 11,9%;

• O lucro líquido do 1T20 foi de R$ 130,0 milhões, redução de 24,0% ante o do 1T19. Mesmo com uma redução de 53,3% em PDD e as ações de liability management executadas ao longo dos últimos anos, que contribuíram
para redução do custo de dívida em 3,0 p.p. versus 1T19 e redução de 27,7% na despesa financeira, o lucro líquido foi impactado pela contração da receita líquida devido às restrições de funcionamento dos shoppings a partir de 18 de março, pelo crescimento registrado em equivalência patrimonial e pelo maior nível de impostos;

• A Alavancagem foi de 1,8x para 2,0.

Impacto: Positivo. O resultado divulgado pela BR Malls veio acima da expectativa do mercado. Os projetos da companhia de otimização do portfólio e desenvolvimento do omnichannel acabaram a ajudando a enfrentar o período de crise. Ela criou um marketplace para seus lojistas e reduziu o aluguel de abril em 100%, solicitando a adesão ao delivery center.

PLANNER: BR MALLS PAR (BRML3) – Lucro líquido de R$ 130 milhões no 1T20, queda de 24,0% sobre o 1T19

A BRMalls encerrou o 1T20 com lucro líquido de R$ 130 milhões, redução de 24% em relação ao 1T19. A queda na receita liquida foi parcialmente compensada pela redução de custos e despesas operacionais (principalmente com pessoal) e também o menor custo da dívida e redução na provisão para devedores duvidosos. É importante observar que as contas de resultado do 1T20 refletem a venda de 8 shopping centers no ano passado; e, portanto, a comparação foi destaca pela empresa para as duas situações, com e sem os shoppings. A venda reduziu receitas, mas trouxe benefício nos custos e despesas.

Receita líquida – A receita líquida no 1T20 totalizou R$ 296,0 milhões, crescimento de 1,9% excluídos os shoppings vendidos. O impacto positivo é reflexo do desempenho dos dois primeiros meses do trimestre, nos quais os crescimentos da receita líquida, excluindo os shoppings vendidos, foram de 8,4% e 10,6% em janeiro e fevereiro. Considerando o portfólio completo do 1T19, a variação da receita líquida foi negativa em 5,8% no trimestre. As principais contas de receita tiveram o seguinte desempenho:

Aluguel mínimo – No 1T20, totalizou R$ 184,9 milhões no trimestre, variação positiva em 2,0% excluídos os shoppings vendidos, em comparação com o 1T19. Considerando o portfólio completo do 1T19, houve redução de 4,3% no aluguel mínimo. A partir de 18 de março de 2020. Como forma de apoiar os lojistas a Companhia reduziu em 50% os aluguéis referentes ao mês de março para os shoppings administrados, e postergou seu vencimento para fevereiro de 2021, sob a condição de adimplência dos boletos de fevereiro em diante, com exceção de operações que continuaram funcionando (mais detalhes na seção de Iniciativas COVID-19).

Estacionamento – A receita de estacionamento apresentou uma redução de 5,7%, impactada, principalmente, pelo fechamento dos shoppings durante uma parcela do mês de março. Os dois primeiros meses do ano tiveram bom desempenho com aumento do fluxo de veículos.

Prestação de serviços – A receita de prestação de serviços somou R$ 25,8 milhões no 1T20, crescimento de 8,6% ao excluir os shoppings vendidos, reflexo do aumento de veiculação de mídia para terceiros, em janeiro e fevereiro de 2020. Considerando o portfólio completo do 1T19, esta linha apresentou redução de 2,8% em relação ao ano anterior, devido aos efeitos da crise no mês de março.

Custo com pessoal – redução de 22,6% no 1T20, reflexo da venda de 8 shoppings no ano de 2019. Excluindo os shoppings vendidos¹, esta redução foi de 7,2%. O principal efeito que contribuiu para esta redução foi a readequação do time de auditoria de lojas após a automatização do recolhimento de informação de vendas das lojas.

Custos condominiais – Os custos condominiais apresentaram redução de 4,9% em relação ao 1T19. A melhora está associada a redução do aporte condominial por conta da venda dos 8 shoppings no ano de 2019. Excluindo os shoppings vendidos, entretanto, os custos condominiais apresentaram crescimento de R$ 2,5 milhões. Um dos principais efeitos foi o aumento temporário em aportes condominiais em ativos com expansões mapeadas, que contemplam a movimentação de lojistas e readequação de ABL.

Os demais custos totalizaram R$ 12,2 milhões, crescimento de 23,4% em comparação com o 1T19. Esta variação foi resultado principalmente da recompra de pontos de lojistas, no valor de R$ 1,8 milhão, para viabilizar os projetos de retrofit e as expansões, além do aumento de custos de estacionamento.

Lucro operacional (NOI) – Total de R$ 258,2 milhões, o que representa uma redução de 2,0% excluídos os shoppings vendidos¹ e uma margem de 87,7%. Considerando o portfólio completo do 1T19, a redução foi de 7,1% em relação ao 1T19.

EBITDA ajustado – O EBITDA somou R$ 206,7 milhões, redução de 4,8% ante o 1T19 quando excluídos os shoppings vendidos¹, o que representa uma margem EBITDA Ajustado de 69,8%, 4,9 p.p. abaixo da margem do 1T19. Desconsiderando esse efeito, a redução do EBITDA Ajustado foi de 11,9%.

Outros dados:

Taxa de ocupação – A taxa de ocupação média dos ativos da BRMalls aumentou em 0,5 p.p. em relação ao 1T19, atingindo 96,9%, a melhor taxa de ocupação para um primeiro trimestre desde o 1T15.

Inadimplência/Receita líquida – A inadimplência líquida apresentou aumento de 1,2 p.p., quando comparada com o número apresentado no 1T19, totalizando 4,9%.

Investimentos – Ao longo do trimestre, a Companhia investiu um total de R$ 297,1 milhões, alocados principalmente em aquisições e alienações e revitalizações e manutenção.

Endividamento – A empresa encerrou o 1T20 com uma dívida liquida de R$ 2,13 bilhões, concentrada no longo prazo.

Ontem a ação BRML3 encerrou cotada a R$ 10,97 com queda de 39,3% no ano.

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