No dinâmico ambiente corporativo, a busca pela diversidade e inclusão é uma constante. Entretanto, simplesmente evitar microagressões não é suficiente. É necessário ir além, adotando uma abordagem proativa para contrabalançar o impacto negativo dessas ações. É aqui que entram as “microvalidações” – pequenos gestos positivos que têm o poder de remodelar a cultura organizacional.

Em uma era em que a discriminação sutil afeta diretamente o bem-estar emocional e o desempenho de grupos historicamente marginalizados, é vital compreender como as microvalidações podem ser a chave para construir ambientes de trabalho mais inclusivos. É o que sugerem Laura Morgan Roberts, Megan Grayson e Brook Dennard Rosser, em artigo publicado sobre o tema pela Harvard Business Review.

Microagressões e microvalidações existem em extremos opostos de um espectro de comportamentos que fazem as pessoas se sentirem como estranhas ou integrantes de um grupo específico. Seu poder está em sua sutileza. Microagressões, por exemplo, muitas vezes são ignoradas tanto pelos perpetradores quanto pelos observadores, levando quem está no lado receptor a se sentir frequentemente isolado, se retirar e enfrentar estresse crônico.

Pesquisas sugerem que há um lado positivo da moeda: as microvalidações. São ações ou palavras igualmente sutis, mas poderosas, que demonstram afirmação, encorajamento e crença no potencial de uma pessoa. Podem incluir gestos tão simples quanto reconhecer e afirmar a experiência de alguém diante de uma microagressão, ou dar feedback encorajador e elogios sinceros.

“identificamos cinco microvalidações que você pode usar para afirmar seus colegas. Para membros de grupos dominantes, muitas delas podem parecer simples cortesias. No entanto, como observamos, essas ações são oferecidas com menos frequência para aqueles de grupos sub-representados. Quando são aplicadas, acreditamos que elas podem ajudar a compensar déficits persistentes de reconhecimento,” comentam as autoras.

Cinco microvalidações que qualquer pessoa pode usar no trabalho

Agora, mergulharemos nas microvalidações, destacando cinco práticas simples que, quando incorporadas à rotina, têm o potencial de criar um ambiente mais positivo e acolhedor para todos os colaboradores.

  1. Reconheça a presença: Demonstre interesse e respeito quando alguém entrar na sala, cumprimentando com um aceno, um sorriso caloroso ou uma saudação. Isso faz com que se sintam valorizados.
  2. Valide a identidade: Respeite e reconheça as identidades das pessoas, chamando-as pelos nomes preferidos e utilizando pronomes de acordo com suas preferências. Isso ajuda a criar um ambiente onde todos se sintam vistos e compreendidos.
  3. Agradeça as contribuições: Destaque às contribuições importantes das pessoas colaboradoras em tempo real, mostrando apreço por seu trabalho e influência positiva. Isso promove a ideia de que todas as perspectivas são bem-vindas e valorizadas.
  4. Estabeleça padrões elevados: Evite rebaixar membros de grupos não dominantes, incentivando padrões elevados e reconhecendo conquistas reais. Isso ajuda a combater estereótipos prejudiciais e promove um ambiente mais justo.
  5. Afirme potencial e status: Expressar confiança no potencial de líderes emergentes, especialmente aqueles de grupos sub-representados, é crucial. Fornecer apoio tangível, como coaching e apresentações a contatos chave, ajuda a enfrentar desafios exclusivos enfrentados por líderes marginalizados.

Confira, na íntegra, todas as dicas e cases apresentados pelas autoras no artigo “An Antidote to Microaggressions? Microvalidations” em https://bit.ly/3S6qNLl

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