A disputa entre o governo presidencial e o Banco Central em relação às taxas de juros pode encontrar uma solução com a implementação do Drex, a versão digital do real. Segundo Fábio Araújo, coordenador do projeto da moeda digital do banco central brasileiro (CBDC), o Drex tem o potencial de reduzir os custos de crédito e estimular a competição no mercado financeiro. 

Ao permitir a conversão da CBDC em títulos públicos, que podem ser utilizados como garantia para obtenção de crédito, o Drex diminui o risco de inadimplência e, consequentemente, reduz as taxas de juros. “É como se estivesse emprestando dinheiro para o governo”, explica Araújo ao Poder360. Essa nova dinâmica tende diminuir os juros.  

Além disso, o Drex facilita o acesso de fintechs e startups ao sistema financeiro, promovendo a inovação e a competição. “Se você falar que os bancos não vão querer fazer [esse tipo de operação], no ambiente descentralizado que a gente está criando, se nenhuma instituição tradicional quiser fazer, vai aparecer uma startup que vai lá e faz.”, afirma Araújo. 

A segunda fase do projeto-piloto do Drex tem o início previsto para agosto. Nessa etapa, serão testados contratos inteligentes e novas soluções financeiras, expandindo as possibilidades de uso da moeda digital. 

Araujo ainda reafirma que o Drex não veio para substituir o dinheiro físico ou o Pix. “O Drex foi desenhado para ter impacto nas políticas de crédito e de serviços financeiros. Hoje, uma startup que queira acessar o sistema financeiro tem que fazer um acordo com os grandes bancos, o que dificulta a entrada de novos players no mercado.” 

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