Os negócios com trigo seguia
pontuais ao final da segunda semana de abril, apurou a consultoria Safras
Mercado. “No Rio Grande do Sul, os níveis de produtividades excepcionais da
soja, e a sua consequente safra cheia, obrigaram alguns produtores a irem ao
mercado vender trigo para liberar espaço em armazéns”, destaca o analista e
consultor de Safras Mercado Élcio Bento. Os preços ofertados pelos
compradores gaúchos estão entre R$ 1.170 e R$ 1.200 a tonelada no Fob.

No Paraná, a safra de verão segue no
foco. “Porém, a pressão de venda de trigo para liberar espaço já não é uma
realidade”, relata Bento. Com isso, o vendedor se coloca numa posição defensiva
e de inflexibilidade em relação às suas pedidas, que ficam entre R$ 1.280 e R$
1.300 a tonelada no Fob.

Essa postura é corroborada pela recente elevação do custo de
importação: alta de preços na Argentina e do dólar em relação ao real. Os
moinhos apresentam reticência em aceitar os preços pedidos pelos produtores. “De qualquer forma, passam a fazer conta e já é possível perceber interesse
para pagamento e carregamento entre maio e junho”, adverte o analista. A
indicação no Cif fica por volta de R$ 1.350/tonelada e a pedida do produtor em
torno de R$ 1.400/tonelada.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou
na quinta-feira, dia 11, seu relatório de oferta e demanda de abril, com as
projeções para a safra 2023/24 do país de trigo.A produção do cereal em
2023/24 foi estimada em 1,812 bilhão de bushels, mesmo número de março. Para a
safra 2022/23, a produção americana ficou em 1,65 bilhão de bushels.

Os estoques finais do país em 2023/24 foram projetados em 698
milhões de bushels. O mercado esperava 685 milhões. Em março, foram 673
milhões. Em 2022/23, 570 milhões de bushels.

Safra mundialNo âmbito global,a produção mundial de trigo em 2023/24
foi estimada em 787,36 milhões de toneladas, acima das 786,70 milhões projetadas
em março. Para 2022/23, a estimativa ficou em 789,34 milhões de toneladas.

Os estoques finais globais em 2023/24 foram estimados em 258,27
milhões de toneladas, contra 258,83 milhões em março. O mercado esperava 258,6
milhões de toneladas. Para 2022/23, as reservas finais foram estimadas em 271,0
milhões de toneladas.

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