Investir na bolsa de valores brasileira, montar uma carteira diversificada que seja flexível aos cenários e suficiente para alcançar os objetivos demanda de alguns detalhes. Primeiramente, deve-se considerar uma relação de risco e retorno razoável junto com a chance de investir nos momentos mais adequados. Assim, você diminui o risco da carteira no tempo e aumenta as probabilidade de retorno para chegar aos 500 mil iniciando do zero.

Na prática, você precisa encontrar um jeito de realizar aportes mensais e reforça-los nos ativos da carteira que são oportunidade conforme o momento. Ou seja, que apresentam uma relação de risco favorável por conta de uma desvalorização de curto prazo.

Para tentar deixar mais claro, aqui estão alguns passos para montar o seu planejamento:

1. Definir Objetivos e Horizonte de Tempo

  • Objetivo : Alcançar R$ 500.000.
  • Horizonte de Tempo : Supomos um período de 10 anos.
  • Aportes Mensais : Determine quanto você pode investir mensalmente.

Investir para atingir R$ 500.000 a partir do zero, requer uma estratégia bem planejada. Para isso necessitamos de um beta razoável e um índice de Sharpe suficiente para atingir um melhor nível de segurança e rentabilidade:

  • Beta : Medida de volatilidade ou risco sistemático de um ativo em relação ao mercado. Um beta de 1 significa que o ativo tende a se mover com o mercado. Um beta menor que 1 indica menor volatilidade do que o mercado.
  • Índice de Sharpe: Medida de desempenho ajustada pelo risco, calculada como a diferença entre a rentabilidade do portfólio e a taxa de risco livre (a Selic ou o Ibovespa), dividida pelo desvio padrão do portfólio.

Os indicadores acima são importantes para nos ajudar a ter uma referência de desempenho e risco para viabilizar o potencial de retorno. Portanto, escolher qual vai ser o indicador que será “superado” é importante.

Por exemplo:

Se a sua carteira possui mais de 70% em ações, o Ibovespa seria o melhor parâmetro. Se for de empresas internacionais você pode optar pelo S&P 500. Caso tenha predominância por FIIs e outros parecidos poderia ser o IFIX.

Por outro lado, se a sua carteira é diversificada entre várias modalidade (você se assemelha aos fundos multimercados) o CDI passa a ser o indicador de referência. Bem como, com domínio da renda fixa na carteira a sua busca será superar o CDI ou a Selic.

3. Estratégia da carteira diversificada de alocação de ativos

Aqui citamos alguns exemplos e onde no Clube Acionista você pode encontrar as principais recomendações para deixar a sua carteira alinhada com a tendência do mercado.

a) Ações de grande porte (35%)

  • Empresas de grande capitalização e historicamente estáveis, como Itaú Unibanco (ITUB4), Weg (WEGE3), Vale (VALE3) e Ambev (ABEV3).
  • Quatro ativos que apresentam Beta moderado e potencial de crescimento sólido.
  • Para encontrar os ativos deste estilo mais sugeridos no momento confira em Recomendações > Ações

b) Ações de Crescimento (25%)

  • Empresas com alto potencial de crescimento geralmente estão entre as Small Caps, mas com maior risco, como Simpar (SIMH3), MRV (MRVE3), Irani (RANI3).
  • Maior volatilidade, maior potencial de alta rentabilidade são encontrados na área Recomendações > Small Caps

c) Fundos de Índice (ETFs) (20%)

  • ETFs como BOVA11 (que replica o Ibovespa) e SMAL11 (que replica o índice de Small Caps).
  • Oferecem diversificação instantânea e beta próximo do mercado.
  • Dessa forma, um ativo que busca a tendência pode alinhar a sua carteira para os movimentos positivos de determinadas categorias (você pode encontrar também ETFs de renda fixa, criptomoedas e muito mais. Tudo isso no ambiente Recomendações > ETFs

d) Fundos Imobiliários (FIIs) (10%)

  • Fundos como KNRI11, HGLG11, MXRF11 para renda passiva e diversificação.
  • Baixo beta e renda estável.
  • Além do efeito renda mensal que poderá contribuir para aumentar os seus aportes ao longo do processo, a categoria também apresenta potencial de valorização. Encontre as sugestões do momento em Recomendações > FIIs.

e) Renda Fixa (10%)

  • Tesouro Direto (Tesouro Selic) ou CDBs de bancos sólidos para reduzir o risco total da carteira.
  • Baixa volatilidade e segurança, pois em todo portfólio você precisa ter uma parcela relevante em proteção.
  • Se você busca por outras sugestões desta categoria, em Análises > Renda Fixa você encontra diversas oportunidades.

4. Cálculo dos Aportes Necessários

Suportaremos uma taxa de retorno média anual de 8% para a carteira (ajustada pelo risco e composta por investimentos variados).

Usamos a fórmula do valor futuro de uma série de pagamentos (Fórmula FV) para calcular o valor mensal necessário. Onde:

  • FV ​é o valor futuro desejado (R$ 500.000).
  • PP é o porte mensal.
  • (I) é a taxa de retorno mensal (0,67%).
  • N é o número de períodos (120 meses).

Através deste cálculo seria necessário um porte mensal de R$ 2.727 por mês com uma distribuição inicial de por exemplo:

  • Ações de Blue Chips: R$954,45 (35%)
  • Ações de Crescimento: R$681,75 (25%)
  • ETFs: R$545,40 (20%)
  • FIIs: R$272,70 (10%)
  • Renda Fixa: R$272,70 (10%)

Logicamente, conforme falamos acima, é importante observar o mercado os melhores momentos para fazer os aportes. Afinal, depois de ter a carteira já montada e organizada, você poderá escolher quando e onde aplicar com maior quantidade seguindo a tendência do mercado.

6. Monitoramento e Rebalanceamento da Carteira diversificada

  • Revisão Semestral: Ajuste a carteira a cada seis meses para manter a alocação desejada.
  • Avaliação de Desempenho: Use métricas como beta e índice de Sharpe para avaliar o desempenho e ajustar conforme necessário.

7. Acompanhamento

  • Acompanhe o Mercado: Mantenha-se informado sobre as mudanças no mercado e ajuste sua carteira conforme necessário. No Clube Acionista você poderá contar com os profissionais à disposição para resolver qualquer dúvida.
  • Educação Continuada: Continue aprendendo sobre investimentos e novas oportunidades.

Por fim, saiba que a chave para atingir a meta é a consistência nos portes e a disciplina em manter o plano de investimento. Considere consultar um planejador financeiro para personalizar o plano e gerenciar a estratégia conforme suas necessidades específicas.

Investir com uma estratégia diversificada e balanceada, focando em uma relação risco retorno atraente, pode ajudar a atingir a meta de R$ 500.000 com de forma eficiente.