Atualmente Governança tornou-se uma das palavras mais utilizadas na fala do mundo corporativo, mas será que entendemos o que ela significa, para que ela serve, e como podemos aplicá-la de forma eficiente em nossas empresas?

A Governança, é o mecanismo que toda empresa que entende seu propósito enquanto negócio, utiliza para assegurar que seus colaboradores entendem os valores de onde trabalham, tem suas razões claras para estarem lá trabalhando, e se sentem responsáveis por suas entregas para assegurar que a empresa alcance seu propósito, comunicado e praticado diariamente através de suas ações.

Trocando em miúdos, a Governança ajuda a empresa se manter ética em suas práticas de negócio, colabora para reforçar o ambiente seguro onde os colaboradores podem experimentar novas formas de trabalho e entrega de resultados, e assegura que os indicadores acompanhados pela empresa para entender se estão no caminho certo, são monitorados, discutidos e ajustados sempre que necessário, de forma transparente, clara para toda organização, e para os agentes interessados na cadeia de valor em que a empresa está inserida.

Portanto a Governança é uma ferramenta que possibilita a gestão da empresa revisitar suas decisões e ajustá-las caso encontrem pontos de falha, mas também é uma ferramenta para o conselho, acionistas, famílias proprietárias do negócio, fornecedores, investidores e clientes, se manterem atualizados sobre o que a empresa está fazendo e como está fazendo, para entregar seus produtos e serviços para o mercado.

Rotatividade X Governança

Talvez um dos maiores exemplos para pensar o valor da Governança seja a partir do entendimento do custo de um funcionário para empresa e sua respectiva substituição.

Dependendo do segmento de cada empresa o custo do funcionário pode variar, porém é comum encontrar os seguintes custos: Salário, Seguro Saúde, INSS, FGTS, Férias, Auxilio desemprego, Auxilio Maternidade, Vale Alimentação, Vale Refeição, Vale-transporte, Salário Educação, INSS Patronal, Seguro Acidente de Trabalho, Contribuição Sindical, Seguro de Vida, Previdência Privada, 13º Salário, entre outras possibilidades de acordo com a característica da empresa e política de elegibilidade para receber benefícios.

Um estudo do Center of American Progress descobriu que o custo médio de substituir um funcionário gira em torno de:

  • 16% do salário anual para empregos de alta rotatividade e remuneração baixa (salário anual menor que R$ 30 mil por ano);
  • 20% do salário anual para empregos de remuneração média (salário anual entre R$ 30 mil e R$ 50 mil por ano) e;
  • Até 213% do salário anual para cargos executivos altamente qualificados.

Então se fizermos o planejamento financeiro da empresa, o custo da substituição de funcionários pode ser um grande ofensor para o crescimento do negócio pensando simplesmente em números, e um ofensor maior ainda para o desenvolvimento do negócio se pensarmos em questões reputacionais, capacidade de atrair talentos, e competências necessárias para entregarmos com qualidade nossos produtos e serviços para o cliente final.

Assim torna-se valiosa a implantação da Governança como mecanismo para ressignificar o comportamento da companhia, a comunicação da companhia, a política de remuneração, o processo de seleção e principalmente o propósito, valores e indicadores de resultado.

Sem entender o propósito da companhia não há como saber as competências necessárias para fazê-la rodar, sem os valores claros, comunicados e praticados, não há como criar um espaço seguro para o diálogo pacífico, a experimentação de inovação, o aprendizado com o erro, e a transformação da forma de trabalhar e criar oportunidades de negócio.

Com as pessoas corretas, remuneradas de acordo com o que lhes é exigido e por elas entregue a empresa, com alocação destes profissionais nas cadeiras e responsabilidades corretas da companhia, com a autonomia e a responsabilidade corretamente atribuídas e cobradas destes profissionais, haverá muito mais chance de criar produtos e serviços de valor agregados para os clientes.

Sem um diálogo com ênfase na melhoria contínua independente de posição, e sem instrumentos para medir, acompanhar e ajustar rotas, com foco no alcance do propósito da empresa que visa longo prazo, não há como criar um negócio que se perenize no tempo com eficiência operacional, criatividade, inovação e trabalho colaborativo.

O natural de uma empresa sem Governança será provisionar perdas constantes com processos trabalhistas, perdas com rotatividade de funcionários, perdas com afastamento de funcionários, perdas com erros operacionais por sobrecarga ou ainda perdas por não conseguir atrair talentos e deixar se ser relevante para o mercado consumidor.

Implantação da Governança – Uma jornada

Assim, é importante entender que a implantação de Governança Corporativa não é uma virada de chave, é uma jornada necessária e mandatória para quem quer enfrentar um mundo em constante transformação, e onde a tecnologia pode ser um grande aliado ou um enorme inimigo se não houver sabedoria e inteligência para usá-la.

Se o planejamento estratégico estiver orientado a um curto prazo da gestão, ao invés do longo prazo do propósito da empresa, dificilmente a empresa estará preparada para estar à frente das mudanças ou mesmo a reagir as intempéries dos ambientes, político e econômico, instáveis deste século.

Reflita com muita sobriedade sobre o seu negócio e veja se sua forma de gerir, e seu modelo mental de fazer negócios está adaptado para esta nova economia, ou se você ainda culpa terceiros pelo que não acontece ou acontece de errado no seu negócio.

Se você perceber que está no caminho errado, peça ajuda ao seu time de C-level, aos seus colaboradores, conselheiros ou familiares. E se achar que a ajuda não acontecerá dentro de casa, não tem problema, hoje existem inúmeras consultorias de apoio ao empresário e ao empreendedor para implementação de Governança conforme a maturidade da empresa.

Pesquise algumas fontes, acesse o site do IBGC, o site da FDC, o site da Associação Trendsinnovation, o site da Celint, entre outros.

Não há motivo para não implementar Governança, você só precisa dar o primeiro passo e encontrar o melhor parceiro ou modelo para você e seu negócio. Ressinifique-se e seja mais eficiente e inovador.

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