Comunicar de forma eficaz com o público das grandes cidades é um desafio comum para as empresas do agronegócio, especialmente diante dos preconceitos e da falta de conhecimento geral sobre a indústria agrícola. No entanto, essa comunicação é fundamental para construir uma relação de confiança entre o agronegócio e a sociedade. Como especialista em agromarketing, acredito que a chave para uma comunicação eficaz é se concentrar na transparência, na educação e no engajamento emocional.O agronegócio desempenha um papel fundamental na alimentação e na economia do país, mas muitos consumidores urbanos estão desconectados da realidade rural. Essa desconexão pode levar à propagação de mitos e preconceitos, que são prejudiciais tanto para a indústria agrícola quanto para os próprios consumidores.Para superar essas barreiras, a transparência é essencial. As empresas do agronegócio devem abrir suas portas e mostrar ao público urbano como sua comida é realmente produzida. Isso pode incluir visitas guiadas às fazendas, vídeos de “bastidores” e até mesmo a utilização da tecnologia de realidade virtual para proporcionar experiências imersivas. Ao serem transparentes sobre suas práticas, as empresas do agronegócio podem dissipar mitos e construir confiança com os consumidores.No entanto, a transparência por si só não é suficiente. As empresas também precisam educar ativamente o público sobre a complexidade e a importância da agricultura moderna. Isso pode ser feito através de parcerias com escolas e universidades, desenvolvendo programas educacionais envolventes e utilizando as mídias sociais para compartilhar informações acessíveis sobre a produção de alimentos.Por exemplo, uma empresa de laticínios poderia criar uma série de vídeos para o YouTube explicando o processo de produção do leite, desde o cuidado com as vacas até o processamento e a distribuição. Ao fazê-lo, eles não apenas informam o público, mas também humanizam sua marca e criam uma conexão emocional com os consumidores.E é aí que entra o engajamento emocional. No final das contas, as pessoas se conectam com histórias e valores, não apenas com fatos e estatísticas. As empresas do agronegócio precisam encontrar maneiras de compartilhar as histórias dos agricultores, destacar seu compromisso com a sustentabilidade e enfatizar seu papel em nutrir a nação.Uma campanha publicitária que mostra a dedicação de uma família de agricultores em produzir alimentos saudáveis, por exemplo, pode criar uma conexão emocional poderosa com os consumidores urbanos. Da mesma forma, uma empresa de carne que destaca seu compromisso com o bem-estar animal e as práticas sustentáveis pode ajudar a dissipar preconceitos e construir uma imagem positiva da marca.A comunicação eficaz com o público urbano é um desafio contínuo, mas é vital para o futuro do agronegócio. Ao abraçar a transparência, investir em educação e se conectar emocionalmente com os consumidores, as empresas podem construir pontes de entendimento e apoio. E, ao fazê-lo, elas não apenas fortalecem seus próprios negócios, mas também contribuem para uma sociedade mais informada e conectada com suas raízes agrícolas.Não é uma tarefa fácil, mas é uma tarefa necessária. Como profissionais de agromarketing, é nossa responsabilidade encontrar maneiras criativas e envolventes de contar a história do agronegócio. Ao fazê-lo, podemos cultivar uma nova geração de consumidores que valorizam e apreciam o papel vital que a agricultura desempenha em nossas vidas diárias.Portanto, vamos arregaçar as mangas e começar a construir essas pontes. O futuro do agronegócio e a compreensão do público urbano dependem disso.*Ricardo Martins, graduado em Marketing, Pós-Graduado em Neurociência, Consumo e Marketing pela PUC-RS e também em Jornalismo Digital e Marketing Estratégico Digital. Fundador da TRIWI, com foco nos setores de Tecnologia, Agro, Serviços e Indústria. Atua como palestrante e professor desde 2011 , Com mais de 22 anos de experiência em Marketing Digital, sua trajetória profissional inclui empresas como Polishop, XP Investimentos, TOTVS e CNA e como consultor de empresas como B3, Lupo, Multi.