Saiba se o preço das commodities agrícolas vai subir ou cair a partir de agosto

As commodities agrícolas são produtos primários provenientes do agronegócio que, em sua maioria, passam por um mínimo de processamento industrial antes de serem comercializadas, mantendo seu estado natural. Dessa forma, elas têm uma importância fundamental no mercado econômico, sendo altamente valorizadas e amplamente utilizadas como matéria-prima na produção de uma variedade de outros produtos.

A soja é um exemplo proeminente de uma commodity agrícola. Este grão é extensivamente cultivado e exportado pelo Brasil, desempenhando um papel significativo na bolsa de valores e contribuindo grandemente para a economia do país.

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Vale a pena investir em commodities?

As commodities agrícolas são elementos vitais para o agronegócio, mantendo a cadeia produtiva ativa e exercendo forte impacto econômico. Como tais, são comumente negociadas via contratos futuros em Bolsa, tornando-se assim, investimentos atraentes para objetivos financeiros de longa e média duração.

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Investir em commodities, devido à sua importância como produtos primários, pode oferecer diversas vantagens. Uma delas é a possibilidade de capitalizar os ciclos de preços desses produtos. Nesse sentido, quando há um aumento na demanda por commodities, um investidor com exposição a esses ativos pode colher benefícios financeiros significativos.

Além disso, a maioria desses produtos é negociada em dólar, oferecendo uma oportunidade de investimento com exposição cambial. Assim, tal característica pode oferecer proteção contra possíveis valorizações da moeda norte-americana em relação ao real, funcionando como um hedge cambial em uma carteira de investimentos diversificada.

Por fim, investir em commodities também pode proporcionar ganhos com um possível crescimento econômico global. Quando as economias ao redor do mundo crescem, a demanda por produtos primários aumenta, podendo, por sua vez, aumentar o valor das commodities.

Atualmente, por exemplo, os produtores brasileiros enfrentam desafios financeiros significativos devido ao alto custo do plantio da safra nesse momento, exacerbado pela guerra na Ucrânia, que aumentou o preço dos fertilizantes e outros insumos. 

Nesse sentido, a situação é ainda mais complexa devido aos custos mais elevados em dólar e à venda da produção atual com uma taxa de câmbio estabilizada em R$ 5 ou menos, criando um cenário de altos gastos e potenciais retornos mais baixos.

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Riscos de se investir em commodities agrícolas

Diversos fatores como alterações climáticas, surtos de doenças nas lavouras e oscilações nas políticas de comércio internacional podem influenciar substancialmente os preços das commodities agrícolas. A natureza dessas variáveis pode provocar uma alta volatilidade nos valores desses produtos, o que pode resultar em perdas financeiras.

Por isso, é aconselhável realizar uma análise minuciosa e ponderada antes de se aventurar no investimento em commodities agrícolas. Com isso, a orientação de um consultor financeiro pode ser um suporte valioso neste processo, proporcionando uma perspectiva mais precisa e embasada na hora de investir.

É importante destacar que a diversificação é um elemento-chave para um investimento exitoso, contribuindo para mitigar possíveis riscos. 

O que esperar para os próximos semestres? 

Durante o primeiro semestre de 2023, os preços de commodities importantes como soja, milho e trigo apresentaram quedas significativas na Bolsa de Chicago (CBOT). O consultor sênior da Safras & Mercado, Paulo Molinari, atribui essa redução aos preços dessas commodities retornando aos níveis anteriores à pandemia de COVID-19. 

Molinari observa que “o milho atingiu valores extremamente altos em 2021 e 2022, e agora vemos um reajuste natural devido a safras maiores.” Ele também ressalta a produção recorde no Brasil, a queda nos preços do petróleo, a falta de espaço para a safra de verão e o interesse do produtor brasileiro em reter soja como principais impulsionadores da queda do preço do milho.

Além disso, a retomada das atividades chinesas não é suficiente para restaurar os preços internacionais aos níveis anteriores, particularmente dado o ritmo de crescimento mais lento da nação asiática em relação ao período pré-pandemia. No mercado interno, os produtores enfrentam uma demanda enfraquecida, atribuível à renda estagnada da população.

Thiago Bernardino, pesquisador da área de pecuária do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), observa uma situação similar no mercado de carnes. A cotação do boi gordo, segundo o índice Cepea, caiu mais de 16% no último ano. 

Com isso, produtores que investiram esperando preços elevados agora lidam com grandes estoques de bovinos e suínos no campo. Em suma, não é esperado que as commodities agrícolas sofram valorização até o fim do ano, dado esses fatores. 

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