O estoque de empregos celetistas nos setores de comércio e serviços no Estado de São Paulo terminou o ano com 575.538 novas vagas, reagindo às perdas causadas pela pandemia de covid-19, a qual ceifara 140.354 empregos com carteira assinada em 2020. De acordo com a Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo (PESP), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), no ano, o comércio paulista gerou 159.492 vagas, enquanto os serviços foram responsáveis pela criação de 416.046 postos de trabalho.
A reação dos setores é resultado da reabertura econômica (graças à vacinação) e da demanda aquecida pela injeção de recursos provenientes de auxílios públicos emergenciais. Além disso, também contribuíram o crédito mais barato e a reedição do programa de manutenção do emprego formal – fora o próprio quadro mais enxuto de trabalhadores, dado o saldo negativo de 2020. Apesar da conjuntura econômica mais desafiadora, com inflação elevada, juros em ascensão, endividamento familiar e desemprego acima dos 11,5% no País, o emprego se manteve crescente no segundo semestre do ano passado.
A projeção da FecomercioSP era de que o varejo paulista, em decorrência da conhecida sazonalidade do fim do ano, criaria cerca de 40 mil postos de trabalho com carteira assinada no último trimestre do ano – e, efetivamente, 45,9 mil novas vagas foram criadas.
O ano para o comércio
Em 2021, dos 159.492 empregos criados no setor, 105.669 vagas foram provenientes do varejo; 38.692, do atacado; e 15.131, do comércio e reparação de veículos. Dentre as atividades que formam as três divisões, destacaram-se o comércio varejista de ferragens, madeira e materiais de construção (14.644 vagas), seguido pelo comércio atacadista de produtos alimentícios em geral (2.929) e pelo varejo de peças e acessórios novos para veículos automotores (4.515).
A maior parte da geração de vagas ocorreu entre maio e novembro. Por outro lado, os primeiros quatro meses do ano tiveram perda de mais de 4 mil empregos. O resultado de dezembro (508) foi bastante inferior à criação de postos de trabalho vista no último mês de 2020 (9.684). Na capital, foram criados 47.847 empregos celetistas em 2021. O varejo participou com 31.880 vagas; o atacado, com 10.800; e o comércio e reparação de veículos, com 5.167.
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Serviços
O setor de serviços, que gerou 416.046 empregos celetistas em 2021, foi impactado principalmente pelos serviços de saúde humana e serviços sociais (56.652), pelos profissionais, técnicos e científicos (58.133) e pelos serviços administrativos (102.740). Nestas três divisões, destacaram-se os desempenhos dos serviços de atendimento hospitalar (21.784); de atividades jurídicas, de contabilidade e auditoria (11.840); e de escritório, de apoio administrativo empresarial (45.802).
Como previsto, em dezembro, o setor apresentou resultado negativo, com a redução de 55.898 vagas – aumento de 30% em relação ao registrado no mesmo mês de 2020, quando o saldo negativo era de 43.016.
Na cidade de São Paulo, em 12 meses, houve a criação de mais de 198 mil vagas com carteira assinada. Os melhores resultados foram observados nos serviços administrativos e complementares (48.108), influenciados predominantemente pelo segmento de serviços para edifícios e atividades paisagísticas (19.930) e pelas atividades profissionais, científicas e técnicas (31.595), as quais foram puxadas pelo segmento de atividades jurídicas, de contabilidade e de auditoria (8.020).
O que esperar de 2022
Na avaliação da FecomercioSP, em 2022, a geração de emprego em ambos os setores ainda deve sofrer os impactos da alta da inflação, dos juros, do endividamento e do desemprego. Além disso, haverá a influência do período eleitoral, que deve trazer incerteza e cautela aos investimentos (tal como é o emprego formal).
Ainda que não haja redução nos postos de trabalho, a estimativa é que os saldos positivos sejam substancialmente menores que os de 2021, em decorrência da própria expectativa quanto ao crescimento econômico brasileiro. A geração de empregos deverá se concentrar nos segmentos que não completaram o ciclo de recuperação de vagas perdidas com a pandemia, bem como nas atividades consideradas essenciais dentro de comércio e serviços – e que, por esta característica, têm mais estabilidade de demanda das famílias.
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(MR – Agência Enfoque)
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