A colheita de milho, no Rio Grande do Sul, desacelerou na semana passada, apresentando avanço de apenas 1% em relação à semana anterior e atingindo 83% da área, conforme balanço da Emater-RS/Ascar. Além da priorização da cultura da soja, o período foi caracterizado por precipitações e umidades relativas altas. Essas condições climáticas adversas prejudicaram a obtenção do ponto de maturação de colheita nas lavouras, em diversas regiões do Estado.Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em Aceguá, as lavouras foram atingidas pelo temporal da madrugada de 27/04, que provocou grandes perdas devido ao tombamento das plantas, causado pelos ventos fortes e pela enxurrada em algumas áreas próximas de cursos d’água que transbordaram. Como a produção de milho, no município e na região, é predominantemente voltada para o autoconsumo, a colheita ainda não foi iniciada. Estão em maturação 60% das áreas.Grande parte da colheita será realizada anualmente conforme a necessidade dos produtores, ou após a liberação das colhedoras utilizadas nas lavouras de soja. Os 40% restantes estão em fase de enchimento de grãos. As condições climáticas não estão favoráveis em função da reduzida incidência de radiação solar no período e do estresse provocado pelo excesso de umidade, que ainda se intensificará nos próximos dias. Em Candiota, as lavouras altamente afetadas pela estiagem, ocorrida entre fevereiro e a primeira quinzena de março, estão sendo destinadas à alimentação dos animais devido ao baixo potencial produtivo e ao alto custo da colheita mecanizada. Na de Caxias do Sul, aproximadamente 60% da área foi colhida. O rendimento médio varia entre as regiões: nos Campos de Cima da Serra, é de 8,2 mil quilos por hectare na Serra, de 7 mil quilos por hectare; e na região das Hortênsias, de 5.650 quilos por hectare.Na de Ijuí, as lavouras estão maduras, e não houve perdas de produtividade como consequência das chuvas, apenas um aumento de plantas com acamamento. Na de Pelotas, a colheita foi interrompida em função das chuvas do período, especialmente a partir 26/04, além de estar mais lenta por causa da priorização da colheita de soja. Os cerealistas não recebem milho durante a colheita de soja. As chuvas são propícias para o enchimento dos grãos. Houve relatos de perdas em decorrência de ataques da cigarrinha-do-milho em lavouras mais tardias. Atualmente, 33% das áreas foram colhidas, e a produtividade média é de 4.924 kg/ha. Na de Santa Maria, a colheita atinge 72% da área cultivada, e a produtividade média é de 4.752 kg/ha. Nas lavouras do cedo, as perdas chegaram a 17,12% pela irregularidade de precipitações. Nas lavouras semeadas tardiamente, a produtividade deverá ser maior, pois as chuvas foram mais regulares no último período. Na de Santa Rosa, é possível observar que o desenvolvimento de milho safrinha foi afetado pela dificuldade de controle da cigarrinha-do-milho. À medida que as fases avançam para os estádios finais, os sinais do enfezamento se tornam mais evidentes, como a mortalidade das plantas e o tombamento. Também são observados outros sintomas característicos, como listras nas folhas, coloração avermelhada e espigas subdesenvolvidas. Nessas áreas, a produtividade tende a ficar aquém das expectativas iniciais. Em resposta a essa diminuição de produtividade nas lavouras de milho para grãos, alguns produtores optaram por transformar o cultivo em silagem de planta inteira. Já nas áreas com variedades de milho tolerantes ao enfezamento, ou onde houve controle eficaz da cigarrinha, o desenvolvimento das plantas, durante a fase inicial de formação dos grãos, é considerado satisfatório, e o potencial produtivo está superior à média atual de 5.550 quilos por hectare. Na de Soledade, novamente houve pouco avanço na colheita de milho tardio. A maturação do grão tem ocorrido de forma lenta em razão da baixa soma térmica e da alta umidade relativa ambiente, o que atrasa a colheita. As lavouras em geral apresentam desempenho produtivo adequado, se considerar que o clima foi favorável na maior parte do ciclo. Contudo, há diversos relatos de perdas por ataques de cigarrinha. Nas lavouras em que o controle químico não foi suficiente, e onde houve perdas por granizo e ventos, os produtores acionaram o Proagro. A cultura está atualmente em diferentes fases de desenvolvimento: 1%, em florescimento; 15%, no estágio de enchimento de grãos; 18%, em maturação; e 66%, colhidos