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📊 CENÁRIO ECONÔMICO & MERCADOS

Dadas as características da crise, do orçamento de guerra, da redução de arrecadação, como resultado das restrições de locomoção e demanda, o impacto inevitável nas contas do governo ocorreu, como no mundo todo. O colchão de liquidez, no Brasil usado como um conceito mais de tempo do que de valores, encostou nos seus limites mais perigosos recentemente dados os problemas acima, ou seja, antes da COVID-19, o Tesouro tinha caixa de cerca de 6 meses de vencimentos.

A crise e a redução de recursos reduziram tal colchão para próximo de 3 meses, o limite mínimo prudencial. Para resumir, o caixa do Tesouro começou a ficar muito baixo; ao ponto de se preocupar com a possibilidade de não poder cumprir com os vencimentos dos títulos públicos nos próximos meses.

Eis que o problema se multiplica um tanto mais, com uma série bastante expressiva de vencimentos de títulos públicos daqui até julho de 2021 da ordem aproximada de R$ 693 bi. De modo a adicionar ainda mais problemas, a taxa de juros expressivamente baixa, problemas políticos, possibilidade de pior fiscal dificultam a atratividade do investidor para refinanciar a dívida pública através da rolagem, a exemplo do que aconteceu no mês de julho no vencimento de R$ 220 bi, o qual consumiu cerca de R$ 70 bi do tal colchão.

O déficit primário é outro elemento que reduz a reserva, pois o aumento expressivo da conta negativa do Governo Central é um elemento de estresse ao Tesouro, com o exemplo do déficit a ser divulgado hoje, onde projetamos perdas da ordem de –R$ 99,359 bi. Inevitável no orçamento de “guerra”.

A mudança em 2019 com a lei 13.820 o lucro contábil do Bacen com as operações de swaps e ganho com a reserva cambial, que deveriam somente cobrir seus próprios prejuízos, pode compor a conta única do Tesouro, através da autorização do CMN, como ocorreu ontem. A lei permite o repasse do lucro cambial “quando severas restrições nas condições de liquidez afetarem de forma significativa” o refinanciamento da dívida pública, segundo o CMN.

Não deixa de haver um certo “pedalo” em tal movimento do Tesouro, adicionando um perigo ao extremo; caso o precioso teto dos gastos seja alterado para acondicionar demandas políticas. E o problema atual é que a
conta somente fecha se o Real estiver desvalorizado e os juros em níveis confortavelmente baixos, ou seja; o problema caiu no colo do BC e não tem mais nada a ver com estimular a economia através da política monetária.

Na agenda de hoje, déficit do Governo Central, IGP-M, PNAD e nos EUA, os desagregados do PIB americano e confiança do consumidor.

📈 ABERTURA DE MERCADOS

A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, após o discurso de Powell. Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com saída de Shinzo Abe, por problemas crônicos de saúde.

O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos vencimentos.

Entre as commodities metálicas, altas, destaque à prata. O Petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, com as tempestades no Golfo do México não afetando as refinarias.

O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,49%.

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