“Mesmo com os incentivos vamos ter fortes quedas nos dados econômicos para os próximos meses” 

A moeda norte americana iniciou o dia com forte alta após o Federal Reserve (Fed) reduzir sua taxa de juros para zero, sendo cotada a R$ 5,17. Com aversão aos efeitos negativos que ainda podem surtir na economia mundial, o principal índice da bolsa de valores brasileira obteve queda na parte da manhã desta segunda-feira, o Ibovespa decaia 12,45% com 72.321 pontos, neste momento foi acionado pela 5ª vez em 6 pregões o circuit breaker (mecanismo da B3 que na ocorrência de movimentos bruscos interrompe as negociações por 30 minutos quando chega a 10%, se a queda chegar 15% as negociações são paralisadas por 1 hora).

As estimativas não são exatamente otimistas pelos especialistas. De acordo com Fabrizio Gueratto, Financista do Canal 1Bilhão Educação Financeira, mais impactos estão por vir. “O surto ainda está começando no Brasil, a gente deve sofrer ainda mais impactos, e eu acredito em uma queda maior no Ibovespa e mais circuit breakers”, avalia.

Segundo Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth, o mercado está avançando para um momento conturbado economicamente. “Estamos caminhando para um grande período de recessão econômica e os impactos já estão sendo apurados. Com o comércio abrindo somente para o necessário a economia para de girar, mesmo com os incentivos vamos ter fortes quedas nos dados econômicos para os próximos meses”, comenta.

Para Jefferson Laatus, Estrategista- Chefe do Grupo Laatus, existe um risco bem grande de uma desaceleração econômica, não só local, mas também global. “Quando a gente olha para todo esse cenário, é possível ver uma preocupação muito grande. A pressa que os Estados Unidos está tendo para cortar juros, para zerar compulsórios, dentre as demais medidas que eles estão tomando, está assustando todo mundo, pois o questionamento que fica é em relação ao o que eles sabem que nós não sabemos. E quando você pega o Brasil, parece que a preocupação não está tão grande, enquanto os EUA está decidindo até mesmo entrar em quarenta, o Brasil ainda está calmo, quando deveria estar tomando medidas mais agressivas. Talvez o impacto já tenha sido mais amplo na nossa economia. De fato, a gente está correndo um risco bem grande, risco econômico e risco em relação a saúde também, já que até as escolas e universidades vão paralisar. Daqui a pouco vai começar a parar as indústrias, então assim, existe um risco bem grande de uma desaceleração econômica, não só local, mas global. E vale lembrar que nós temos uma preocupação a mais, a gente tem um conflito público entre a presidência e o parlamento. Entre o Congresso e o Senado também. Então isso agrava a nossa situação”, observa.

Fernando Bergallo, Diretor de Câmbio da FB Capital acredita que é impossível compreender se já está no fundo desse cenário atual das perdas causadas pelo covid-19. “O mundo está conhecendo uma pandemia sem precedentes no que tange o impacto econômico, que, apesar desse assunto começar no final de dezembro, e já estarmos está em março, até agora não é possível conseguir enxergar se chegamos no fundo do que se refere a perdas econômicas, e sem duvida nenhuma vai ser um desafio inédito para a nossa geração”, relata.

gueratto
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