Para entender os desafios ligados às agendas de diversidade, equidade e inclusão nas áreas de TI no Brasil, o Google Cloud encomendou à Kantar uma pesquisa sobre o tema. Dentre os dados obtidos, chama a atenção o fato de que 71% das pessoas entrevistadas trocariam suas empresas por uma organização com equipes e ações focadas em DEI, sob as mesmas condições de salários e benefícios. Outros 26% discordam de ações afirmativas para aumentar a presença de mulheres, pessoas negras, comunidade LGBTQI+ e pessoas com deficiência.

O levantamento, que contou com 500 entrevistas quantitativas com equipes de TI e de outros setores para comparação de percepções, traz uma etapa qualitativa com grupos de discussão focados nas principais comunidades historicamente menos representadas.

Alessandro Luz, Product Marketing Manager do Google, em artigo sobre o tema, relembra que, para entender o cenário atual, é preciso considerar que, ao longo da história, a área foi ocupada predominantemente por homens. Apesar de as mulheres terem sido maioria no início da programação, em meados de 1960, começou a se criar o imaginário do que seria um “bom programador” nos laboratórios das universidades e foi aí que veio a figura do “homem branco, nerd, antissocial e excêntrico”.

“Em decorrência desse contexto histórico, um dos grandes desafios em torno da representatividade na TI são os vieses inconscientes sobre o feminino que impactam não só mulheres, mas também homens gays, por exemplo. Por ser uma área técnica, a questão de acesso à formação também desponta como um grande desafio”, comenta o executivo.

Confira os principais desafios apontados pela pesquisa, de acordo com cada grupo:

Mulheres – A representatividade ainda é baixa, principalmente na liderança. Além disso, elas têm a capacidade e o conhecimento colocados em xeque durante sua jornada profissional.

Pessoas negras – O mercado é resistente às ações afirmativas que auxiliem na contratação e permanência dessas pessoas. Também há dificuldade de acesso à formação adequada relacionada à classe social, decorrente de exclusões históricas.

LGBTQI+ – Gays, queers e lésbicas sofrem com estigmas de fragilidade ou incapacidade. Já as pessoas trans têm menos oportunidades e sofrem, também, com falta de formação adequada.

Pessoas com deficiência – A área de TI muitas vezes é uma opção de carreira para pessoas com deficiência devido aos avanços em tecnologia e inclusão. No entanto, esse grupo normalmente é contratado sem que a empresa ofereça um plano de crescimento profissional.

Como entender essa realidade e ajudar a promover mudanças?

“Cada empresa está em um estágio em relação a esse tema e é por isso que qualquer discussão deve considerar aspectos internos, além dos externos. No entanto, há alguns caminhos que podem ajudar a abrir espaço para reflexão sobre como mudar o cenário atual”, diz Alessandro Luz.

Abaixo, listamos os cinco pilares principais que a Kantar identificou como oportunidades para alavancar a diversidade nas empresas com base no que foi registrado pelos grupos de discussão com pessoas sub-representadas. Confira.

  • Facilitar o acesso: retire o inglês como pré-requisito e o coloque como pacote de formação;
  • Engajar colaboradores: diversidade e inclusão são responsabilidades de todas as pessoas, mas a liderança deve estar altamente engajada;
  • Combater vieses inconscientes: invista em treinamentos internos com foco em diversidade e inclusão, produção de materiais de boas práticas e atividades para líderes e liderados;
  • Falar das vantagens de DEI: é importante que as empresas busquem formas de comunicar abertamente os benefícios da diversidade e da inclusão para os negócios com certificados e rankings, por exemplo;
  • Estabelecer processos e políticas: estabelecer processos, metas e políticas com foco em diversidade e inclusão (como auxílio creche e suporte psicológico) faz a companhia ir além do discurso.

“Promover a diversidade e a inclusão não é apenas um modo de transformar as relações de trabalho e obter resultados de negócio mais interessantes, mas também uma forma de estimular a equidade social. É importante que as empresas pensem em diversidade e garantam que pessoas de diferentes gêneros, cores, orientações sexuais e deficiências se sintam representadas, mas é essencial que o ambiente esteja preparado para incluí-las de forma que possam não só participar da festa, mas que possam dançar a mesma dança”, reforça.

Para ler o artigo na íntegra, acesse https://bit.ly/3lOV5Tl.

Precisa de mais dicas para promover ações de DEI em sua organização?

O Movimento Mulher 360 oferece e-books gratuitos e mais de dez episódios do podcast MM360Cast, disponíveis tanto em nosso site quanto nos principais tocadores. Dicas e aprendizados sobre os principais desafios para tornar o mundo corporativo mais diverso, justo e equitativo são compartilhados pelas empresas associadas.

Quer fazer parte do Movimento? Preencha o formulário disponível em https://bit.ly/3EKnMs0 ou envie uma mensagem para [email protected].

Publicidade

Essas ações extremamente baratas podem mudar seu 2025!