Atualmente, nosso relacionamento com a natureza é majoritariamente linear no qual vivemos no formato de “extrair – consumir – devolver” seus recursos. Estima-se que aproximadamente 50% da população do mundo habitará em cidades até 2050 e pode-se perceber que os modelos atuais das cidades geram o desperdício de muito material diariamente, e outros aspectos não saudáveis às pessoas e o meio-ambiente. A promoção da remodelagem das cidades é urgente visando o bem-estar no relacionamento do meio-ambiente com os seres-humanos.
Considerando todo o sistema de planejamento e gestão necessário que envolve aspectos sociais, ambientais, de infraestrutura e outros, deve-se entender que as Cidades Circulares estão sendo desenvolvidas gradativamente através de práticas que lembram o ditado que “de grão em grão a galinha enche o papo”. Eu também já escutei a seguinte afirmação: “Jamile, você não vai dar cavalinho de pau em transatlântico”, e é verdade. Deve-se desenvolver as boas práticas circulares com suas dimensões alcançáveis, e gradativamente conscientizar o cidadão promovendo seu engajamento com a mudança de seus hábitos, e contando com a infraestrutura necessária para tanto.
A construção destes modelos de Cidades Circulares pode ser verificada em alguns países pelo mundo que já adotam práticas que contribuem com a transformação da qualidade de vida urbana e criação de locais mais saudáveis e circulares. Verifica-se a adoção deste tipo de práticas por exemplo em cidades como Berlim na Alemanha e Malmö na Suécia, e outras. Nestas cidades foram introduzidos terraços e fachadas verdes, além de árvores urbanas, que são capazes de auxiliar no armazenamento de água da chuva, diminuir o estresse causado pelo calor e aumentar a qualidade do ar e a biodiversidade. Nosso país é gigante e nosso desafio é imensurável. Porém, eu aconselho que cada um implemente suas ideias contribuindo com a evolução da Terra. Lembrem-se da “galinha”.