A chuva intensa em todo o Rio Grande do Sul trará perdas importantes na produção. O Estado esperava colher 30 milhões de toneladas de grãos, conforme previsões da Emater/RS-Ascar e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A produção de soja era estimada em 22 milhões de toneladas. Quantificar o tamanho desse prejuízo provocado pelos temporais, no entanto, ainda não é possível, diz o engenheiro agrônomo e especialista em grãos da Emater, Alencar Rugeri.Na última semana, a colheita da soja chegou a 76% da área plantada com o grão no Estado, estimada em 6,7 milhões de hectares. Mas ainda há muita soja por colher nas regiões de terras baixas. “Os 24% restantes a serem colhidos certamente terão naquelas sujeitas à inundação”, avaliou o diretor técnico da Emater, Claudinei Baldissera. “Nestas, mesmo que pare de chover, vai levar tempo para que as máquinas consigam entrar nas lavouras e haverá comprometimento da qualidade do grão”, acrescentou.A colheita avançou de 66% para 76% na média estadual. Contudo, nas lavouras localizadas na metade Sul e Centro-Oeste do Estado, esse índice é significativamente menor. Nessas regiões, nas grandes extensões de áreas a serem colhidas, a operação foi acelerada por aspectos tanto cronológicos quanto climáticos. No primeiro caso, a jornada diária de colheita foi ampliada ao máximo possível, estendendo-se durante os períodos em que as lavouras apresentavam condições razoavelmente adequadas para o corte e a debulha.Em relação aos aspectos climáticos, os produtores precisaram adotar estratégias para retirar o maior volume possível de grãos a campo em razão da previsão de novas precipitações. Dessa forma, priorizaram áreas de maior produtividade. Eles contrataram serviços extras de terceiros, aumentaram a logística de colheita e transporte.E ainda realizaram a operação mesmo com condições desfavoráveis de deslocamento nas estradas, valendo-se, até mesmo, do auxílio de tratores para tracionar caminhões. O teor de umidade dos grãos colhidos estava elevado, demandando maior consumo de energia nos processos de secagem, nos pontos de recebimento.Apesar das condições recentemente adversas – chuvas excessivas no início do ciclo, curtas estiagens e dificuldade no controle da ferrugem-asiática –, a safra está dentro da normalidade devido à obtenção de produtividades conforme as projeções iniciais. A estimativa de produtividade permanece em 3.329 quilos por hectare, segundo a Emater-RS/Ascar.Milho – A área de cultivo estava estimada em 812.795 hectares no Estado, e a produtividade atual em 6.464 quilos por hectare, de acordo com a Emater. Já foram colhidos cerca de 83% das plantações de milho e onde a cultura ainda não foi colhida é naquelas propriedades em que agricultor priorizou a oleaginosa, que é mais rentável financeiramente.Além da priorização da cultura da soja, o período foi caracterizado por precipitações e umidades relativas altas. Essas condições climáticas prejudicaram a obtenção do ponto de maturação de colheita nas lavouras, em diversas regiões do Estado. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, aproximadamente 60% da área foi colhida. O rendimento médio varia entre as regiões: nos Campos de Cima da Serra, é de 8,2 mil quilos por hectare; na Serra, de 7 mil quilos por hectare; e na região das Hortênsias, de 5.650 quilos por hectare.Na de Pelotas, a colheita foi interrompida em função das chuvas do período, especialmente a partir 26/04, além de estar mais lenta por causa da priorização da colheita de soja. Os cerealistas não recebem milho durante a colheita de soja. As chuvas são propícias para o enchimento dos grãos. Houve relatos de perdas em decorrência de ataques da cigarrinha-do-milho em lavouras mais tardias. Atualmente, 33% das áreas foram colhidas, e a produtividade média é de 4.924 quilos por hectare.Arroz – A situação não é diferente na lavoura de arroz. O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz-RS), Alexandre Velho, observa que, na Região Central, onde ainda há 40% da área plantada com o cereal por colher, os rios saíram dos leitos e invadiram as lavouras. “É cedo para precisar as perdas, mas uma coisa é certa: o prejuízo não é pequeno, porque em muitas regiões passou de 300 milímetros a chuva”, completa o dirigente.Antes das chuvas extremas da última semana, a área cultivada no Estado estava estimada em 900.203 hectares, conforme o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA). A produtividade era de 8.325 quilos por hectare, segundo projeção da Emater/RS-Ascar. Em Uruguaiana e Barra do Quaraí, na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, aproximadamente 90% da área foi colhida, mas as cargas depositadas nos engenhos apresentam elevado percentual de impurezas.Em São Gabriel, há infestação significativa de plantas daninhas em algumas lavouras, a qual, somada à alta umidade do solo causada pelo clima chuvoso, está limitando o desempenho adequado das colhedoras. Em Alegrete, 82% da área cultivada foi colhida, e reportam-se produtividades menores, mas em linha com as expectativas iniciais, apesar do atraso no plantio de grandes áreas.Em Quaraí, 85% da área foi colhida, mas os produtores enfrentam dificuldades de avançar e relatam paralisações em decorrência do atolamento das máquinas, causado pelas fortes chuvas, em 27/04, atingindo pelo menos 25 hectares de lavouras.

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