O nível do Rio Guaíba, em Porto Alegre, se manteve estável e estava em 5h20 metros no final da madrugada de hoje (15/5). O hidrólogo Fernando Fan, professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), avalia que a subida do Guaíba, prevista por conta do vento forte e das chuvas que atingiram o Estado, não chegou ao pior cenário.Com isso, a partir de hoje, a tendência é de que o nível comece a baixar gradativamente. “Os modelos hidrológicos estão indicando justamente uma estabilização. [A água] vai flutuar em torno dos 5m20cm, vai um pouquinho acima, talvez um pouquinho abaixo, e aí na quarta-feira entraremos numa trajetória descendente”, disse.A medição foi feita na régua da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado (Sema) no Cais Mauá, no Centro da capital gaúcha, que teve hoje a temperatura mais baixa do ano: 7ºC. Um dos principais corpos hídricos do RS, o Guaíba está localizado na Região Metropolitana de Porto Alegre e tem a função econômica de abastecer a cidade.Nas últimas semanas, as chuvas aumentaram o volume das águas e o Estado passou a enfrentar a pior tragédia climática da sua história. O lago recebe as águas dos rios Jacuí, Taquari, Sinos, Caí e Gravataí, muitos deles permanecem acima da cota de inundação.A MetSul Meteorologia prevê que as inundações em Porto Alegre, embora gradualmente menores, seguirão ainda por muito tempo, possivelmente se estendendo ao começo de junho, por causa do nível alto do Guaíba. Os mais de 5,20 metros de ontem representavam ontem 3,20 metros acima da cota de cheia e 2,20 metros acima da cota de transbordamento. Valor é tão extremo – meio metro acima de 1941 – que não baixará para níveis inferiores aos de transbordamento tão cedo.Some-se a isso o fato de que ainda haverá dias com chuva nesta segunda metade do mês, os primeiros na quinta-feira e na sexta-feira; muitos dias no restante do mês terão vento Sul, o que gera represamento e contribui para manter o Guaíba elevado; e ainda o nível da Lagoa dos Patos está por demais elevado, o que vai se manter e torna o recuo muito mais lento.Os especialistas da MetSul salientam que que, mesmo caindo abaixo da cota de transbordamento ou no final deste mês ou apenas em junho, haverá ainda áreas da cidade alagadas porque será preciso drenar a enorme quantidade de água que invadiu a zona urbana de Porto Alegre.

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