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China: a gigante asiática volta ao radar dos investidores

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Depois de um 2023 meio sem graça, com a economia em desaceleração e até frustrante para o mercado global, a China começou este ano com boas perspectivas. Não obstante, os olhos dos investidores se voltam ao gigante país asiático que é, para muitos analistas, uma boa oportunidade para quem quer investimentos no exterior.

Quem pretende investir fora do país tem que considerar a economia global, a diversificação, as oportunidades atraentes e é nesse contexto que a Ásia aparece no mapa, ou melhor, a China. “Vimos o crescimento chinês decepcionar. Porém, ainda assim, é um crescimento robusto, da ordem de 4% a 5% para aquela que é a segunda maior economia do mundo. Isso é extremamente relevante”, afirmou William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue ao site Inteligência Financeira.

Mesmo com a economia desacelerando, os especialistas acreditam nas boas oportunidades que a China pode oferecer. “De acordo com Guilherme Sahadi, CEO da BullSide Capital, a alocação não só na China como na Ásia em geral é importante, tanto para efeito de diversificação, como também para capturar oportunidades”, diz a publicação.

“É lá onde vemos grandes produtores de matéria-prima essencial para as indústrias que mais geram receita no mercado, como tech e automotivas, entre outras”, comentou Sahadi.

Uma melhoria nas relações com os EUA ajudam

Segundo o site ETF Trends, os investidores dos EUA provavelmente estão preocupados com a política da China, “mas não precisam de dissuadir o próprio investimento”. E isso se explica com a visita recente da Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, à China, sinalizando que os  interesses empresariais podem fechar as divisões que existem entre as duas superpotências. “A melhoria das relações EUA-China não oferece apenas benefícios diplomáticos, mas também sugere uma potencial cooperação econômica e um impulso ao investimento da China”, diz a publicação.

Nesta visita, Yellen recomendou aos líderes chineses que a nação se concentrasse no consumo interno. Seria um impulso ao estímulo e a um maior apoio econômico interno por parte do governo chinês. Ao mesmo tempo, isso poderá levar os investidores estrangeiros a olhar mais de perto as oportunidades disponíveis na China.

“Em vez de evitarem a nação por receio de uma guerra comercial ainda pior ou apenas por causa da sua política, os investidores norte-americanos poderão querer diversificar com uma alocação para a China.”

Menos EUA, mais Ásia

Alguns especialistas acreditam que é o momento certo para os gestores financeiros aumentarem a sua exposição a mercados fora dos EUA. Para eles, a Ásia é um bom começo porque enquanto as ações da China, a maior economia da região, estão em dificuldades, a Índia e o Japão estão entre os mercados com melhor desempenho do mundo. Para os investidores que procuram mordiscar as ações asiáticas, parte da volatilidade pode ser mitigada com dividendos.

Quais ativos investir

ETF KraneShares S&P Pan Asia Dividend Aristocrats (KDIV) –  segue o S&P Pan Asia Dividend Aristocrats Index, atribui mais de um terço do seu peso às ações chinesas. É o maior pagador de dividendos dos mercados emergentes em termos de dólares. No entanto, o fundo negociado em bolsa tem outros benefícios a serem considerados.

A atribuição de mais de 28% da KDIV ao Japão não deve ser ignorada. Não numa altura em que as acções japonesas estão em alta e não em que as empresas estão cada vez mais a adoptar recompensas para os accionistas, incluindo dividendos e programas de recompra de ações.

A Austrália, há muito tempo um dos mercados de dividendos mais confiáveis ​​fora dos EUA, é a terceira maior exposição da KDIV a um país, com um peso de 14,18%. Tal como acontece nos EUA, as ações australianas atingiram recentemente recordes, mas também estão em dívida com os dados de inflação. Esse país é frequentemente um mercado de dividendos elevados, mas o rendimento dos dividendos dos últimos 12 meses no índice MSCI Australia é de 3,67%, o que não é alarmantemente elevado e implica algum espaço para o crescimento dos pagamentos. (Fonte: ETF Trends)

 ETF KraneShares Electric Vehicles & Future Mobility Index (KARS) – combina a pluralidade da China com investimentos na Europa, no Sudeste Asiático e nos Estados Unidos. Isso ajuda a oferecer um investimento diversificado, mas pesado, em veículos elétricos na China. Cobrando 72 pontos base (bps), a estratégia mostrou algum desempenho notável a longo prazo. O ETF superou a média do segmento Factset nos últimos cinco anos, retornando 2,4%. Esse tipo de desempenho a longo prazo demonstra a defesa a longo prazo das energias renováveis ​​e da paciência da diplomacia. (Fonte: ETF Trends)

Recomendado no Clube Acionista: BFXI39

O BFXI39 é da gestão da BlackRock e é um dos ETFs mais recomendados no Clube Acionista. Tem um volume diário (média diária 6 meses) de R$ 41.878,19 e um patrimônio de R$ 532.740. Os 35 investidores buscam acompanhar a variação do índice FTSE China 50. 

O índice FTSE China 50 ticker (FXI) procura medir o desempenho do mercado de ações em evolução da China, os Índices FTSE China incluem uma gama de referências projetadas para apoiar investidores nacionais e internacionais que buscam acessar este conjunto de oportunidades únicas.

Por que investir na China?

Entre as vantagens para os investidores que veem oportunidades no país asiático, está o alto índice de crescimento econômico que a China tem apresentado nas últimas décadas. Também o grande mercado consumidor e as políticas favoráveis a investimento estrangeiros, e como dito antes, uma ótima oportunidade de diversificação de investimentos.

Além disso, a China é o segundo país mais populoso do mundo, e isso mostra a existência de um amplo mercado a ser explorado. Isso porque o aumento do poder de compra nos últimos anos tem impulsionado ainda mais a economia do país. (Fonte: Remessa Online)

Para o Goldman Sachs, investir na China pode ser arriscado

A reportagem recente nos site da Exame diz que o momento de queda no mercado acionário da China parece que “não vem despertando o apetite de alguns investidores”. A publicação destaca uma entrevista à Bloomberg, da diretora de Tecnologia da Informação do Goldman Sachs, Sharmin Mossavar-Rahmani, em que ela diz: “nossa opinião é que não se deve investir na China”.

Conforme o texto, ela disse que investir na China pode ser arriscado, apesar das recentes quedas no mercado de ações do país. Ela também expressou preocupação com a trajetória econômica do país na próxima década. 

“Para sustentar seu argumento, Mossavar-Rahmani falou que a China terá dificuldades com o enfraquecimento dos três pilares do crescimento até agora – o mercado imobiliário, a infraestrutura e as exportações. ‘A falta de clareza na formulação de políticas na China, juntamente com dados econômicos irregulares, aumentam as preocupações quanto a investimentos no país’, disse.”

Além disso, segundo a entrevista, ela observou incertezas na direção da política da China, especialmente com relação a medidas de segurança da informação e restrições à remoção de dados do país. Disse à Bloomberg que não está claro qual será a direção geral da política a longo prazo. “As incertezas políticas geralmente limitam um pouco o mercado acionário.”

De acordo com a Exame, em fevereiro, o índice de referência CSI 300 (que representa cerca de 60% do valor de mercado de Xangai e Shenzhen) caiu para o nível mais baixo em cinco anos em meio a preocupações com a situação da demanda doméstica em um momento de escalada das tensões geopolíticas. “Desde então, ele se recuperou depois que órgãos reguladores tomaram medidas para conter as vendas e aumentar as compras institucionais.”

Para a executiva, as medidas atuais são possíveis medidas de estímulo de curto prazo, mas sugerem que o setor imobiliário da China ainda não se estabilizou. “Os dados não são claros. Realmente não temos uma boa noção de qual foi o crescimento no ano passado ou qual será o crescimento neste ano”, disse ela, representando as preocupações de vários economistas que têm dúvidas em relação aos números oficiais de expansão econômica da China. Vale lembrar que o país anunciou uma taxa de crescimento acima de 5% para 2023.  “A maioria das pessoas acha que esse não é o número real de crescimento – na verdade, foi muito mais fraco”, comentou Mossavar-Rahmani.

ESG: China é líder em investimentos renováveis

A consultoria DNV publicou um relatório no fim de abril apontando que a China deve quintuplicar suas instalações de energia renovável até 2050. É de conhecimento geral que o país já lidera com folga os investimentos em tecnologias como solar, eólica e veículos elétricos, acendendo alerta nos mercados ocidentais que buscam competir com a indústria chinesa.

Conforme a consultoria, espera-se nos próximos anos uma transformação substancial na matriz energética hoje altamente dependente de combustíveis fósseis. “Respondendo por mais da metade da demanda mundial por carvão, no ano passado, a China aumentou em 220 milhões de toneladas o consumo do energético que mais emite CO2, 5% a mais em relação a 2022, contribuindo para elevar as emissões globais”, ressalta o site Epbr.

Ademais, o país é responsável por 33% do CO2 lançado à atmosfera pelo setor de energia no mundo, mas esse volume está previsto para cair a 22% até 2050, uma redução de 8 GtCO2 anuais – três vezes o tamanho da descarbonização da Europa no mesmo período.

Sem falar que o ritmo de investimentos e instalações indica que a matriz energética deve chegar a 88% de participação renovável, ante os 30% atuais. Destaque para fonte fotovoltaica, cujo salto será de 5% hoje para 38% até 2050.

“Conforme o fornecimento vai ficando mais diverso, o consumo de fósseis começa a cair. O pico de petróleo é projetado para 2027, quando então entra em queda e reduz pela metade até 2050. Já o consumo de gás natural deve atingir o pico na década de 2030 antes de retornar aos níveis de hoje até meados do século”, diz o relatório da DNV.

Para os seus analistas, a China ampliará ainda mais sua posição como líder mundial na corrida verde com a implantação e exportação “sem rival” de tecnologia de energia renovável.

Ainda no relatório: “Aproveitando as reduções de custos e as exportações globais sustentadas, a China está pronta para ajudar o restante do mundo a alcançar suas metas de energia renovável, exportando painéis solares e muito provavelmente também turbinas eólicas para a maioria das partes do mundo”.

Como são os impostos para investir fora?

Uma pequena mudança na regra de tributação de ativos no exterior, do começo do ano em diante, acende um alerta para investidores que ainda não atualizaram os valores na Receita Federal. 

Os contribuintes têm até 31 de maio para realizar essa atualização, que consiste em informar os ativos em bens e direitos a valor de mercado, inclusive pagando 8% de imposto sobre a valorização, menos do que a alíquota padrão, que é de 15%. Conforme o contador Luis Fernando Cabral, especialista em contabilidade para investidores, da Contador do Trader, quem não realizar essa atualização poderá ter exigências tributárias mais complexas e elevadas.

“Antes, a tributação acontecia mensalmente. Mas, com a mudança na regra, a cobrança do imposto é sobre o lucro do ano”, ressalta Cabral. Ele explica que muitas das novas regras são semelhantes ao regime de tributação para fundos no Brasil [come-cotas]. De acordo com o Ministério da Fazenda, cerca de 100 mil brasileiros têm ativos que equivalem a mais de R$ 1 trilhão no exterior, o que deve gerar uma arrecadação de até R$ 7 bilhões.

Acompanhe todas as recomendações de BDRs de ETFs, por aqui.

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Cátia Chagas

Editora e produtora de Conteúdo do Portal Acionista e Clube. Foco em mercado de capitais; empresas e ESG. Atua também em Jornalismo de Produto (certificada pelo Knight Center for Journalism in the Americas). Jornalista graduada PUCRS; Especialização em Comunicação Política pela UNISC; MBA em Comunicação e Marketing para Mídias Sociais na Universidade Estácio de Sá; Especialização em Gestão e Governança Corporativa aplicada a práticas ESG. Com passagem pelos veículos G1RS; GZH e Grupo Sinos.
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Editora e produtora de Conteúdo do Portal Acionista e Clube. Foco em mercado de capitais; empresas e ESG. Atua também em Jornalismo de Produto (certificada pelo Knight Center for Journalism in the Americas). Jornalista graduada PUCRS; Especialização em Comunicação Política pela UNISC; MBA em Comunicação e Marketing para Mídias Sociais na Universidade Estácio de Sá; Especialização em Gestão e Governança Corporativa aplicada a práticas ESG. Com passagem pelos veículos G1RS; GZH e Grupo Sinos.

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