Negociar é preciso. A práxis política recomenda a negociação permanente. Dentro da democracia – em que o pensamento é plural – os interesses de diferentes grupos precisam ser avaliados, discutidos, acomodados (ou rejeitados, vistos caso a caso). Se determinada pauta é legítima, ou vá contemplar a maioria do povo, é uma outra discussão, mas o diálogo, a negociação são instrumentos para se estabelecer rumos.
Nesta semana, que ora se inicia, deveremos ter definido o novo presidente da Câmara dos Deputados; ao menos nos bastidores. A confirmação, juntamente com os demais cargos da Mesa, ocorrerá somente em fevereiro mas, por esses dias, queimam-se os últimos cartuchos. Embora o regime político seja o presidencialista, o habilidoso Rodrigo Maia mostrou que na prática não é exatamente assim que acontece no Brasil. O Senado e, em particular, a Câmara dos Deputados são protagonistas.
Com a espada de Dâmocles pairando sobre a sua cabeça (leia-se 61 pedidos de impeachment que Rodrigo Maia recebeu e os deixou em estratégico banho-maria), o presidente da República se obriga a negociar, ainda que este não seja o seu forte. Arthur Lira (PP-AL) é o nome por ele apoiado para comandar a “Casa do Povo” e Baleia Rossi (MDB-SP), que também atende pelo nome de Luiz Felipe, é o forte candidato de oposição, apadrinhado por Maia. Existem outros recém-lançados, mas aparentemente só marcam posição.
O jogo de xadrez está em curso, porque o próximo mandatário cuidará não só dos pedidos de impeachment contra Bolsonaro (o que já não é pouca coisa), mas das reformas que a economia tanto reclama. Em tom de blague – como tem sido a sua marca, aliás –, JB disse outro dia que o país estava quebrado. Seu fiel escudeiro, então, correu aos microfones para tentar explicar que não era bem assim. O fato é que o novo presidente da Câmara Federal vai ter muito trabalho à frente.
Já no prédio vizinho as coisas parecem melhor acomodadas. O mineiro bom de gogó, Rodrigo Pacheco, parece o indicado a levar a presidência do Senado. Ele, pelo DEM, e o Baleia pelo MDB, equilibrariam a questão político-partidária nas duas Casas que compõem o Congresso. Se vingar o DEM nas duas, por incrível que pareça, Bolsonaro ficará ainda mais refém do Centrão e a economia dos seus caprichos. Resolvido isto, os senhores congressistas precisam, necessariamente, se articular para uma outra batalha: o que fazer com o atual chanceler que apoiou abertamente a candidatura do presidente derrotado nos Estados Unidos? A escolha é do presidente da República, sabe-se, mas neste escamoteado parlamentarismo o Congresso vai ter de comparecer.
OXI…
A incúria das chamadas “autoridades constituídas”, quer no âmbito federal, quer no estadual e no municipal, provocando o caos sanitário em Manaus, mostrou um outro lado ao país que já está se acostumando com o deixa-prá-lá.
Alguns artistas e “celebridades” meteram a mão na massa e partiram para dar um socorro, imediato, às famílias de doentes que correm risco de morrer asfixiados – literalmente isto, com a falta de oxigênio.
… GÊNIO
A AMBEV anunciou doação de 500 cilindros de oxigênio para a capital do Amazonas. E a repercussão nas redes sociais tem sido notável, inversamente proporcional ao que se diz dos responsáveis pela calamidade.
Os duros acontecimentos de Manaus podem se repetir noutras praças. Seria a chamada “tragédia anunciada”. Em agosto passado lembrem-se que diante das denúncias de desorganização do sistema de saúde no Rio, surgiram os “guardiões do Crivella” – prosaicos leões-de-chácara do então prefeito dispostos a impedir a imprensa de mostrar o que acontecia.
Não será com arruaças e tosca valentia em via pública que se resolverá o caos da saúde no Brasil. Mais que solidariedade, é preciso chamar os mandatários à responsabilidade. Troca o pano. Agora vamos à vacina, porque o vírus não espera, tampouco negocia.
BIOLÓGICAS
Empresa líder em gestão ambiental, a Ambipar teve uma “explosão” nos atendimentos emergenciais de desinfecção devido ao coronavírus, desde abril passado. A Ambipar Response, unidade de negócios especializada em emergências, com expertise em gerenciamento de crises químicas e biológicas que afetam a saúde, meio ambiente e o patrimônio, só vê sua receita crescer nos três últimos trimestres e, por isso mesmo, deverá consolidar o balanço com altos números.
“Conseguimos nos estruturar durante a crise do Covid-19 e transformamos o que seria um problema para a maioria das empresas em uma oportunidade de negócios”, comentou Thiago Silva, CFO da companhia.
THE QUEEN
O governo do Reino Unido foi o primeiro a contratar a Ambipar para atuar contra o COVID-19 na desinfecção da aeronave WAMOS, usada para evacuar cerca de 200 cidadãos britânicos e estrangeiros de Wuhan em voo fretado para o Reino Unido, em meados de fevereiro último. Os ônibus utilizados durante a transferência dessas pessoas para suas respectivas cidades também passaram pelo mesmo processo.
A equipe de desinfecção de ambientes da Ambipar trabalhou em colaboração com várias entidades do governo britânico.
BONDS
A Marfrig comunicou o mercado que a sua subsidiária MARB BondCo PLC. concluiu, dia 14 último, uma oferta no exterior de bônus (bonds), no valor total de US$ 1,5 bilhão.
A emissão teve demanda 4,5 vezes superior à oferta. Com vencimentos em 2031, os bonds foram emitidos com taxa de juros de 3,95% a.a., menor valor histórico da Companhia.
A operação recebeu classificação de risco em moeda estrangeira de “BB-“ pela Standard & Poors (“S&P”) e “BB “pela Fitch Ratings.
PORTOS
Em conversa com a coluna, o advogado Larry Carvalho (que também atua como árbitro em litígios junto ao transporte marítimo) prevê movimentação superior a R$ 30 BI no setor portuário, até o final de 2022.
Animado com as perspectivas de negócios, o profissional vê o Ministério da Infraestrutura com o maior programa de concessões do mundo, tendo a previsão de R$ 264 BI em investimentos.
“A Lei dos Portos (12.815) foi fundamental para o avanço do arrendamento de terminais portuários no Brasil”, disse, lembrando que o governo deverá assinar 60 contratos de adesão de terminais de uso privado nos próximos 20 meses.
DEBÊNTURES
O Conselho da Sul América aprovou a oitava emissão de debêntures simples, não conversíveis, em duas séries. A emissão, de 700.000 debêntures com valor unitário de R$ 1.000,00, perfaz total de R$ 700 milhões.
Os papéis serão objeto de oferta pública e terão vencimento em 01/02/24 e em 01/02/26, respectivamente.
TROCA
Há 37 anos na Sul América, Gabriel Portella Fagundes Filho deixará a presidência executiva no próximo 29 de março. Para o seu lugar o Conselho nomeou Ricardo Bottas Dourado dos Santos, atual VP de Controle e de Relações com Investidores.
ENCONTRO
O Encontro Internacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais, historicamente apoiado pelo Portal Acionista, tem a sua 22ª edição confirmada para os dias 28 e 29 de junho próximo, em São Paulo.
Organizado pela Associação Brasileira das Cias. Abertas (Abrasca) e pelo Instituo Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI), o Encontro foi substituído por evento online (1º Web Summit RI&Mercado de Capitais), no ano passado, em razão da Covid-19.
ITAÚSA
AGO da Itaúsa está agendada para o dia 30 de abril, às 11h.
M.DIAS
A M. Dias Branco marcou sua Assembleia Geral Ordinária para o dia 30 de abril próximo, às 9h, em sua sede.
IRB
IRB-Brasil Resseguros anunciou sua AGO para o dia 29 de março próximo. Informa, ainda, que seu calendário de eventos 2021 está atualizado, no site da companhia.
BRA
O Banco Bradesco, por meio de seu Conselho de Administração, nomeou Paulo Roberto Simões da Cunha para compor o órgão. Ele é o terceiro independente naquele Conselho. Conforme legislação, seu nome precisa ser homologado pelo Banco Central.
FIEMA
A Feira de Negócios, Tecnologia e Conhecimento em Meio Ambiente (Fiema) anunciou nova data para a sua 9ª edição: dias 9, 10 e 11 de maio de 2023. O recrudescimento da Covid-19 levou ao adiamento, do ano passado para este e agora para 23.
Entidade promotora da Fiema Brasil, a Fundação Proamb completa, 30 anos de atividades, estando consolidada como líder em soluções ambientais no Rio Grande do Sul.