A tão esperada fala do presidente do FED, Jerome Powell, nesta sexta-feira (23) veio em linha com que o mercado, analistas e investidores esperavam: a sinalização de que o ciclo de cortes da taxa de juros dos Estados Unidos deverá ter início na próxima reunião, em setembro. Ele disse que “chegou a hora de mudar a política”, o que para bons entendedores, é ajuste na política monetária.

“Chegou a hora de ajustar a política. Minha confiança cresceu de que a inflação está a caminho de 2%”, disse Powell no simpósio econômico de Jackson Hole, no Wyoming. “Os riscos de alta para a inflação diminuíram e os riscos de baixa para o desemprego aumentaram.”

Segundo o presidente do Fed, o momento e o ritmo dos cortes de juros vão depender dos dados, das perspectivas e do balanço de riscos, dos “dados”.

No discurso, Powell reforçou a importância das expectativas de inflação. “Uma conclusão importante da experiência recente é que as expectativas de inflação ancoradas, reforçadas por ações vigorosas do banco central, podem facilitar a desinflação sem a necessidade de folga.”

Mercado de trabalho

Sobre o tema, Powell disse: “não buscamos ou damos as boas-vindas a mais esfriamento nas condições do mercado de trabalho. Faremos tudo o que pudermos para apoiar um mercado de trabalho forte à medida que avançamos em direção à estabilidade de preços”.

Entretanto, ele destacou que, hoje, o mercado de trabalho esfriou consideravelmente de seu estado superaquecido de antes. “A taxa de desemprego começou a subir há mais de um ano e agora está em 4,3%, ainda baixa para os padrões históricos, mas quase um ponto percentual acima do nível do início de 2023”, afirmou.

Desemprego – “Até agora, o aumento do desemprego não foi resultado de demissões elevadas, como normalmente é o caso em uma crise econômica. Em vez disso, o aumento reflete principalmente um aumento substancial na oferta de trabalhadores e uma desaceleração do ritmo frenético de contratações anteriormente. Mesmo assim, o arrefecimento das condições do mercado de trabalho é inconfundível.”

As bolsas americanas operavam em forte alta após as falas de Jerome Powell, em Jackson Hole: Nasdaq: +1,43%; S&P500: +0,94%; Dow Jones: +0,78%. Inclusive a brasileira, que ao meio dia desta sexta (23) subia 0,87%, batendo 136.343 pontos.

O que o investidor ganha com o corte de juros nos EUA?

O corte de juros nos EUA significa que a bolsa brasileira pode subir, segundo o especialista em investimentos da Acionista, Gustavo Guerses. Um fato de emergentes: é o fato do mercado brasileiro é historicamente inversamente correlacionado com as taxas de juros: ou seja, juros em queda, Bolsa em alta.

Para o assinante do Clube Acionista, é uma ótima oportunidade de acompanhar as recomendações de todas as categorias e reorganizar as carteiras de investimentos. 

De acordo com o Itaú BBA, com o corte de juros, ainda haverá um “pouso suave” para a economia dos EUA e, no Brasil, leve melhora no Produto Interno Bruto (PIB) em 2,5% em 2024.

Renda fixa brasileira

Conforme Kaique Fonseca, economista e sócio da A7 Capital em entrevista ao InfoMoney,  a queda dos juros americanos tira uma parte da pressão sobre a curva de juros brasileira, e ainda pode impactar a renda fixa, que já não paga mais IPCA + 6,5%. 

“Mas ainda é possível comprar títulos intermediários do Tesouro IPCA+ com juro real de pelo menos 5,8%. Faz sentido comprar papéis de inflação com vencimento entre 8 e 12 anos para aproveitar o juro real”, comentou.

O economista também disse que investir em títulos curtos do Tesouro Prefixado, com vencimento em até 4 anos, como o Tesouro Prefixado 2027, que paga 11,51% ao ano, é uma oportunidade. Além disso, Fonseca ressalta que ainda é cedo para se falar em aumento da Selic, “então ainda há prêmio a ser capturado nesses papéis”.

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