A Cesp registrou no 3T20 um prejuízo líquido de R$ 58,5 milhões que se compara ao prejuízo líquido de R$ 7,9 milhões do 3T19. Um resultado construído pelo crescimento de 14% da receita líquida, relativa estabilidade do resultado operacional medido pelo EBITDA ajustado que cresceu 1% e com impacto do aumento da despesa financeira líquida de 34% no trimestre. No acumulado de 9M20 a companhia registrou um lucro líquido de R$ 133,1 milhões; revertendo o prejuízo de R$ 170,1 milhões de igual período do ano anterior.
A ação CESP6 registra queda de 6,6% este ano para uma cotação de R$ 27,67/ação equivalente a um valor de mercado de R$ 9,1 bilhões. O preço justo de R$ 34,00/ação traz um potencial de alta de 26,5%.
Destaques
A Receita Líquida do 3T20 cresceu 14% em relação ao 3T19, alcançando R$ 470,5 milhões, refletindo principalmente; a sazonalização de energia vendida e o início das operações de trading pela Cesp Comercializadora. No acumulado de 9M20 a receita somou 1,4 bilhão (+24%).
Os custos e despesas do 3T20 cresceram 17% totalizando R$ 337,0 milhões. Destaque para a Despesa não recorrente de R$ 6 milhões referente a acordos de desligamento e gastos médicos do programa de Demissão Voluntária (“PDV”) da Cesp de 2019. No acumulado de 9M20 a linha de custos e despesas registrou queda de 23% para R$ 776,4 milhões.
EBITDA ajustado do 3T20 (que exclui provisão para litígios, baixa de depósitos judiciais e PDV) somou R$ 236,0 milhões e margem de 50% no 3T20, em linha com o EBITDA ajustado do 3T19 de R$ 234,6 milhões (margem de 57%).
Ressalte-se a geração de R$150 milhões de fluxo de caixa operacional após serviço da dívida; com o índice de conversão de caixa (FCO após o Serviço da Dívida/EBITDA ajustado) de 64% no 3T20. A Cesp destaca que “a conversão de caixa Inclui o pagamento de R$ 14 milhões de PIS/COFINS postergado de acordo com as portarias do Ministério da Economia. Desconsiderando este efeito a conversão de caixa seria de 70%”. No que se refere ao fluxo de caixa livre, a geração de caixa no 3T20 foi de R$88 milhões.
A companhia realizou a 12ª Emissão de Debêntures de infraestrutura no montante de R$ 1,5 bilhão a uma taxa de IPCA+4,30% a.a. e prazo de 10 anos. Os recursos foram utilizados para quitar antecipadamente parte das debêntures de 2018, emitidas logo após a privatização para financiar o pagamento da outorga da concessão da UHE Porto Primavera. Com essa operação “a dívida da companhia teve um aumento de 5 anos no prazo médio; mantendo, porém, o custo médio, além de melhorar as condições contratuais de forma mais adequá-las ao novo perfil de crédito da Cesp”. Ao final de setembro de 2020 a dívida líquida da companhia era de R$ 1,1 bilhão equivalente a 1,0x o EBITDA ajustado.
Destaque no trimestre também para o pagamento de R$ 196 milhões em dividendos (R$ 0,60 por ação) em outubro; referente à segunda parcela da proposta de distribuição, aprovada em março de 2020.
A ANEEL, no âmbito da Consulta Pública para regulamentação da Lei nº 14.052/2020, publicada em 09 de outubro de 2020, que estabeleceu novas condições para repactuação do risco hidrológico, publicou os cálculos preliminares dos prazos de extensão de outorga para as usinas hidrelétricas participantes do MRE. Para a UHE Porto Primavera, foi calculado o prazo de 7 anos de extensão de outorga; limite permitido pela lei, e para a usina Paraibuna, a extensão seria de 269 dias.