Vivendo no armário ou embaixo da cama, como roteiristas dos enlatados de terror de Hollywood contavam, o monstro nem é tão feio como foi pintado ano passado quando se falava em expectativas no Cenário macro para 2023. Entretanto, sem vacilar, ainda é muito necessário estar atento, pois o bicho ainda assusta porque o cenário macro segue desafiador com juros altos, inflação que não cai, receio de recessão, escândalos financeiros, crises geopolíticas, tragédias naturais. Enfim, o ano começou meio fora da curva, mas há otimismo de que a história tenha um plot twist e as cenas finais dignas do cinema italiano do tempo do Mastroianni.
Cenário macro
Após um janeiro considerável, o Ibovespa apresentou forte queda em fevereiro (-7,5% em BRL; -9,8% em USD) e agora está em queda no acumulado do ano (-4.4% em BRL; -3.2% em USD). De acordo com os analistas do BTG Pactual, fevereiro também foi um mês difícil para as ações globais em geral (S&P500 -2,6%), mas os preços dos ativos brasileiros em geral (e das ações em particular) sofreram mais devido as falas do governo em relação à autonomia do Banco Central e à defesa de uma meta de inflação mais alta como possibilidade para a flexibilização da política monetária.
E como citamos aqui mês passado sobre as perspectivas dos analistas para fevereiro, parece que os acontecimentos do mês vieram ao encontro, inclusive os desdobramentos da novela Americanas, a tensão na guerra Putin X Ucrânia (com chances de acordo de paz em março).
Nos EUA, o Fed deverá seguir com seu ritmo acelerado na taxa de juros na reunião que ocorrerá no final deste mês, o que deve frustrar os investidores que aguardavam pelo início da desaceleração do ciclo de aperto monetário, trazendo mais volatilidade e cautela aos mercados globais.